A Itália de Conte e a profundidade.

Olha-se para a selecção italiana e percebe-se o dedo do treinador. Os mesmos movimentos que realizava na sua Juventus, mas sem a qualidade de passe e de decisão das grandes individualidades que dispunha. Ainda assim, é impossível dissociar a forma como esta selecção joga, em termos de sistema e de dinâmica daquilo que Conte nos habituou no passado. Para o bem e para o mal é este o modelo de jogo em que acredita, e vai com ele para tudo.
Beneficia do facto de ter trabalhado com os três de trás mais Buffon durante muito tempo. E da forma como obstinadamente repete os movimentos ofensivos e defensivos para que se traduzam no comportamento da equipa em campo. A pressão, a forma como tenta sair, mostram que tudo tem o seu dedo. Muito por melhorar, mas o trabalho está lá.
Muito forte a dinâmica dos dois avançados, e de um médio que se movimenta por diversas vezes para receber na profundidade. E esse é um dos movimentos que trabalha mais difícil de parar. Difícil porque um dos avançados se movimenta para receber entre sectores, enquanto outros tentam explorar o espaço nas costas. Os avançados a servirem ambos como apoio frontal, por forma a atrair elementos da última linha e depois libertar nos alas. Bonucci a solicitar movimentos de ruptura com demasiada qualidade para ser verdade. A forma notável como esperam pelos laterais que aparecem de uma linha mais recuada, e variam o jogo interior com o jogo exterior. Os laterais a aparecerem muito bem a dar largura, mas sempre a fechar a desmarcação aproximando-se da baliza quando assim se impõe. Notou-se alguma desorganização defensiva onde muitos jogadores não sabiam para onde ajustar, por não ser o sistema mais equilibrado e fácil de trabalhar.

1 Trackback / Pingback

  1. Itália de Conte: Ideias para todos os momentos ofensivos. – Lateral Esquerdo

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*