Desencontro de Maradonas

white corner field line on artificial green grass of soccer field

Ainda antes da chegada de Diego, parte Leo. Raras vezes um cognome fez tanto sentido como o de Maradoninha, quando aplicado ao talentoso lateral brasileiro.

Leo, sempre foi um dos melhores do mundo no seu posto. Ter em Roberto Carlos, um concorrente na selecção canarinha, terá sido, porventura, o principal entrave à sua ascenção no futebol. Uma Taça das Confederações em 2005, foi tudo o que almejou ao representar o seu país.

Considerá-lo o defesa mais talentoso, que passou pelos nossos campeonatos, não me parece exagerado. Dotado de uma capacidade técnica que julgávamos só ao alcance dos “números dez”, Leo rápidamente conquistou o coração dos adeptos do seu clube e a admiração de todos os outros. O seu toque de bola e as suas simulações de corpo, personificam o que de melhor o campeonato português teve na última década.

Depois de Simão, Miccoli e Karagounis, parte Leo. A “sociedade” que mais e melhor futebol produziu na ultima década, com a camisola do Benfica vestida. A ausência de um ponta de lança de nível, impediu esta quadra de ficar imortalizada na história do futebol português. Contudo, por mais anos que vivam, será difícil, aos adeptos do Benfica, esquecerem a avassaladora produção ofensiva que saía das botas dos “baixinhos”.

Os anos passam. As capacidades físicas vão deteorizando-se progressivamente e Leo, foi deixando de ser útil ao seu clube. Apesar de não ter conquistado troféus (até à data), permanecerá na história do futebol português como um dos melhores estrangeiros que pisou os nossos palcos.

P.S. – A forma como se relacionou com os adeptos, foi, também, encantadora. Amanhã, quando colocar os olhos no relvado, Maradona não encontrará Maradoninha. Nem sabe o que perde.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

5 Comentários

  1. Muito bom o teu texto.
    Parabéns. O Léo foi tudo isso e se calhar ainda mais, quando há uns tempos escrevi no Bola na Trave que Léo foi o melhor defesa esquerdo que alguma vez jogou em Portugal, adeptos do Sporting e Porto acharam um ultraje a minha afirmação… no entanto não conseguiram dar um único exemplo de um jogador melhor.
    Léo vai fazer muita falta.

  2. zezé, n houve comparação.

    Maradoninha foi desde sempre a alcunha de Leo. Colocada pelos colegas de equipa, ainda no Brasil. Alcunha pela qual continuou a ser apelidado em Portugal.

  3. O Léo foi, sem dúvida, um dos 2 ou 3 melhores laterais esquerdos do campeonato português, nos últimos largos anos.

    Tenho pena que saia do clube desta forma.

    Vai deixar saudades.

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