Fábio Coentrão. Ajuda-o, Rui Costa.

white corner field line on artificial green grass of soccer field

Fábio Coentrão é um jogador cheio de talento e velocidade. As razões para o seu insucesso no SL Benfica e no Real Zaragoza, parecem ter por base alguma rebeldia, usual em jovens da sua idade. Particularmente os famosos e bem pagos.

O regresso a Vila do Conde, mistifica um certo simbolismo. Fábio parece dar a entender que ainda não desistiu do futebol. Para Coentrão, seria importante que Rui Costa lhe demonstrasse que o futebol também não desistiu de si.

Coentrão é bastante limitado em termos tácticos. Não compreende e não cumpre vários principios de jogo. Essencialmente os defensivos. Permanecer a ser orientado pelos Carlos Britos da nossa Liga jamais contribuirá para a sua evolução. Coentrão precisa de voltar ao Benfica, e ser treinado por quem lhe ensine, tudo o que não aprendeu na deficiente formação que foi tendo em Vila do Conde. Nos escalões de formação, Fábio valeu-se sempre do talento. No futebol sénior, é preciso bem mais.

Pare a imagem ao sétimo segundo. Fábio deveria ter-se colocado entre Miguel Lopes e a sua baliza, garantindo assim a cobertura ao seu lateral. Permaner preso a referências individuais (quem sabe, seguindo indicações do seu treinador), facilitou em demasia a tarefa a Hulk, e quase valeu um golo ao adversário.

P.S. – Da decisão do SL Benfica sobre o futuro de Fábio, depende toda a sua carreira. E não, a melhor decisão não é garantir um clube onde possa jogar. A melhor decisão é colocá-lo onde possa aprender. Jogando, ou não.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

9 Comentários

  1. Execelente análise de Coentrão.
    A sua indisciplina táctica faz-me lembrar Quarema. Mas são jogadores como eles que fazem a malta ir á bola, com as suas jogadas que levantam bancadas.

    Eu, sinceramente não vejo qual é o mal de numa equipa haver jogadores indisciplinados tácticamente. Aliás, a meu ver as grandes equipas tem que ter jogadore(s) desse género para terem sucesso. Mas claro para haver desses jogadores tem que haver quem faça o ‘trabalho sujo’, recuperações de bola, jogadores que correm quilometros e jogam 90minutos com raça.

    Se esses dois tipos de jogadores se juntarem numa equipa, há uma grande probabilidade da equipa ter sucesso.

    Cumprimentos

  2. Execelente análise de Coentrão.
    A sua indisciplina táctica faz-me lembrar Quarema. Mas são jogadores como eles que fazem a malta ir á bola, com as suas jogadas que levantam bancadas.

    Eu, sinceramente não vejo qual é o mal de numa equipa haver jogadores indisciplinados tácticamente. Aliás, a meu ver as grandes equipas tem que ter jogadore(s) desse género para terem sucesso. Mas claro para haver desses jogadores tem que haver quem faça o ‘trabalho sujo’, recuperações de bola, jogadores que correm quilometros e jogam 90minutos com raça.

    Se esses dois tipos de jogadores se juntarem numa equipa, há uma grande probabilidade da equipa ter sucesso.

    Cumprimentos

  3. Hugo Silva,

    não concordo com o que dizes. Numa equipa, as funções de cada jogador não devem ser tão estanques como dizes. Defendes que deve haver o lado operário e o lado burguês; uns fazem o “trabalho sujo”, outros o “limpo”. No meio, o quê? Por que razão um jogador com capacidades técnicas e talento não pode ser operário? Ou o contrário?

    Para mim, e numa equipa minha, nunca teria jogadores incapazes tacticamente. E por isso Coentrão não calçava enquanto não percebesse o que é o futebol, para além de remates excelentes à baliza e fintas.

    Concordo contigo, PB. A única forma de este homem começar a perceber o que é o futebol passa por ter uma oportunidade de ficar no Benfica uma época. Mesmo que não jogue.

    Se a não tiver, muito provavelmente vai cair nas escolhas das equipas médias deste campeonato. E fará, de tempos a tempos, pequenas maravilhas e então alguém se lembrará e dirá: “por que é que este homem não vingou?”, esquecendo-se do essencial: ele nunca houvera sido um verdadeiro jogador de futebol.

  4. Não tem muito a ver com este post, mas .. tinha de deixar qualquer coisinha.

    Passei acho que o dia todo ( ou vá, parte dele ) de volta deste blog, dos posts que tem, dos comentários feitos.

    Parabéns! está excelente e ganharam mais um leitor atento!

    No que diz respeito ao Fábio Coentrão, não podia concordar mais.

    Sim, estes jovens têm de jogar, mas acho que aprendia muito mais no Benfica (mesmo não jogando muito) do que no Rio Ave.

    Marcou mais um golão ao FCP, mas não chega para ter o que é necessário para jogar ao mais alto nível. Tem bastante que melhorar em termos de saber o que fazer em campo.

    O futebol está diferente, e quem não acompanhar.. fica para trás.

    Abraço

  5. Ricardo,

    Se calhar expressei-me mal. Concordo com a tua analise, mas o que eu quis dizer é que tanto jogadores que fazem o trabalho ‘sujo’ como ‘limpo’ são importantes numa equipa. E vou dar um exemplo em como so ter jogadores que joguem bonito não funciona, o Real Madrid de Ronaldo, Beckham, Zidane, Figo etc. Era tudo malta bom de bola, mas ali ninguém defendia. Não havia operários.

    Mas continuo a defender que uma equipa com 1/2 jogadores indisciplinados tácticamente pode singrar.

    CR7, o ano passado foi um jogador tácticamente indisciplinado(prácticamente não defendia) e derivado disso e ter jogadores a fazer o trabalho sujo por ele nao defender fez uma época excelente, e nao foi so ele que ficou a ganhar, o colectivo também!

    Cumprimentos

  6. Mas este rapaz só vai começar a perceber o futebol se ficar uma época no Benfica porquê? Não tem a nada a ver com o clube, tem a ver com ele trabalhar com um treinador competente, que lhe reconheça qualidades e esteja disposto a ‘perder tempo’ com ele. Se ele ficar no Benfica, ninguém garante que aprenda mais que num clube de menor dimensão. O que ele precisa é de um Jorge Jesus ou de um Carlos Carvalhal e, mais que isso, que o dito cujo aposte no seu potencial e esteja disponível para o fazer evoluir.

    Precisa também de deixar de ter comportamentos de guna mal formado e respeitar o público dos estádios de futebol. Marcar golo no Dragão e insular o público, nos festejos e no fim do jogo, só mostra que é ainda um miúdo prepotente e com uma mentalidade muito pequenina.

    Não lhe auguro uma carreira de topo. Poderá voltar ao Benfica e fazer umas coisas interessantes, mas nunca será um grande jogador.

  7. Um grande agradecimento ao Bruno, pelos elogios.

    Em relaçao a ter jogadores q n compreendem o jogo no 11. Basta 1, para,por x, estragar todo o jogo colectivo. Quanto mais metade…

  8. “A melhor decisão é colocá-lo onde possa aprender. Jogando, ou não.”

    Nem mais. Um empréstimo deve ser sempre muito bem pensado. Desconheço se o Dabo é um bom ponta de lança ou não, mas nunca entendi o seu empréstimo na época passada. Colocar um homem de área, mais posicional, numa equipa orientada por alguém que privilegiava o futebol de contra-ataque parecia-me absurdo.
    E este ano temos um defesa esquerdo a jogar a médio.
    Mais importante que garantir quem pague os ordenados, é discutir com os clubes o que pretendem dos jogadores. Infelizmente, as decisões dos clubes são cada vez menos desportivas e cada vez mais financeiras.

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