O mito da insubstituibilidade de Javi

white corner field line on artificial green grass of soccer field

Caiu por terra. Claro.

Não pense, contudo, que o propósito do texto é desvalorizar o espanhol. Já aqui foi referido. Javi é fantástico em tudo o que faz. A par de Fernando é o melhor médio defensivo da liga.

Se porventura, pensou que pelas suas qualidades, quase únicas, Javi Garcia seria insubstituível, enganou-se.

Se Javi tem sido o centro de todo o futebol (processos defensivos, e também ofensivos) do SL Benfica, tal facto deve-se, não só à sua imensa qualidade, mas também ao facto de o modelo de jogo preconizado por Jesus, assim o definir. O principal atributo para a posição, é a cultura táctica. A capacidade para perceber o jogo, para restabelecer os necessários equilíbrios. Para perceber quando deve sair à bola, quando deve juntar à linha defensiva.

Rúben Amorim, possui todas estas qualidades, pelo que as diferenças, no rendimento colectivo, jamais se fariam notar de forma muito nítida.

Não conclua, no entanto, que para o SL Benfica, é indiferente ter Javi ou Rúben a ocupar a posição seis. Se as diferenças não são tão grandes, quanto o que o adepto comum suporia, é inegável que Javi ganha nos extras.

Garcia supera Amorim em termos morfológicos. Por ser mais alto, no modelo idealizado por Jesus, Javi é o jogador encarregue de disputar a primeira bola, quando o adversário sai a jogar em pontapé longo. A sua altura, torna-se também benéfica, nos momentos em que integra a linha defensiva. Pequenos pormenores que acrescentam algo mais, mas que não impedem a equipa de ser igualmente forte na sua ausência.

P.S. – Jogadores verdadeiramente insubstituíveis no SL Benfica? Aimar e Saviola pela enorme relevância que assumem em todos os momentos. Cardozo pelos seus atributos únicos e Ramires, pela importância que a sua velocidade e cultura táctica assume nas transições. Essencialmente na defensiva, ainda que seja a forma como aparece em zonas de finalização, na transição ofensiva, que lhe dá maior notoriedade.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

  1. Foi das coisas que mais me despertou curiosidade para este jogo.

    Acho que o adversário também ajudou a que as coisas tivessem corrido bem para o Ruben.

    Uma Académica a procurar jogar futebol "á seria" é diferente de uma equipa que apostaria no jogo directo e pelo ar.

    Ai, as diferenças morfológicas entre os 2 iam fazer-se sentir mais.

    Agora.. bolinha no pé, podemos estar descansados que o Ruben sabe e muito bem o que fazer. Tanto quando temos a bola, com boas opções na maioria das situações, como a definir tempos de pressão.

    Impressionante como se conseguia sair de bolsas de pressão hoje, só quando a bola começou a prender na relva é que ficou mais dificil, mas principalmente na primeira parte, ali pertinho de mim, foi uma maravilha ver combinações indirectas "dos livros" a tirarem a bola da pressão.

    Faz lembrar aqueles exercicios de posse de bola 4v3 num quadrado de 20×20 e após 5 passes variar a bola para outro lado.

    Podemos confiar 🙂

  2. Custa-me acreditar que Javi García seja igual a Fernando. Javi Garcia é completamente sozinho o melhor trinco da liga. É insubstituível na equipa do Benfica, seim. Não desvalorizando as qualidades de Rúben Amorim, mas nesta altura parece-me que não arranja lugar na equipa do Benfica.

    Javi García tem tudo o que um trinco precisa. É agressivo, entraga bem a bola, joga bem de cabeça etc…
    Ontem no jogo com a Académica e com o estado do relvado era difícl trocar a bola no meio campo e aí era preciso um Javi García para as recuperar. Se calhar com a Académica não foi preciso mas quando for os jogos com o Porto vamos precisar do Espanhol para aproveitar as defeciências nas trancisões ofensivas do Porto. Contudo acho que o Javi García foi a maior surpresa da Liga Sagres.

    Benfica 4ever!

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