O ataque ganha jogos, a defesa campeonatos. Diz-se.
Ainda que sejam momentos distintos, não se podem dissociar. No futebol moderno, os segundos que se seguem à perca ou à recuperação da posse de bola são decisivos. Com cada vez menos espaço e tempo para jogar, os golos surgem invariavelmente nas transições. Esquecendo as bolas paradas.
Quando se pensa no que se quer para o ataque, é impossível não ter em mente o possível posicionamento dos jogadores aquando da perca da bola. Afinal, é bem provável que a percentagem de ataques que termina em perda de bola seja bem próxima dos oitenta / noventa por cento. Quando se prepara o momento defensivo, a mesma ideia deve estar presente. Onde recuperar a bola? Em que zona do campo exercer maior ou menor pressão. Que linhas de passe devo oferecer para conduzir o adversário para onde quero?
A definição sobre o que ensinar e treinar primeiro, varia de treinador para treinador. Dificilmente num mesmo exercício é possível estabelecer objectivos prioritários para a defesa e para o ataque (ainda que se deva trabalhar sempre com objectivos para todos os momentos do jogo, haverá sempre um prioritário para onde se deve dirigir, em primeira instância, o foco do treinador).
Treinar primeiro o comportamento defensivo poderá deixar a equipa mais próxima de vencer no imediato. Não sofrer golos é a primazia de muitos treinadores. E é uma ideia nada errada. Começar pelo ataque, ainda que metodológicamente possa parecer menos correcto ou interessante, tem a importante vantagem da motivação. Nada mais diverte um jogador que quando o processo ofensivo (combinações ofensivas e saídas rápidas para ataque), decorre com qualidade.
Talvez se deva começar pelo ataque quando o nível individual é reduzido, por forma a aumentar a diversão no treino e no jogo, pelo chegar mais vezes ao golo. Quando o nível individual é muito elevado, acertar o processo defensivo deverá ser prioritário. A qualidade individual e inteligência dos jogadores encarregar-se-à de fazer a equipa chegar ao golo as vezes necessárias para ganhar no imediato. Assim se defenda bem.
P.S. – Curiosidade. Pelas suas declarações percebe-se que na época transacta Jesus começou pela defesa e que na actual deu primazia, em primeira instância ao ataque.
P.S. – Texto dedicado ao professor Daúto Faquirá.
PB,
Posso inferir por este texto que gostas do Dauto Faquirá?
Eu já o sigo há 2 anos e vejo que tem feito um optimo trabalho nas equipas por onde passa, usando um sistema de jogo interessante em todas elas.
porque dedicado ao Dauto Faquira?
Boas pessoal. Grande texto. Bastante interessante a abordagem final, sobre o que dirigir a quem. Gostei mesmo!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
P.s.- Já agora, porque a Daúto? Parece ser efectivamente alguém consensual, mas algum motivo especial?
É charme, JFC. É charme 🙂