Terá Jorge Jesus percebido o caminho, depois de mais uma inequivoca demonstração de força dos onze que subiram ao relvado?
Nem tudo está perfeito. O posicionamento defensivo de Witsel nos momentos em que Javi sai ao adversário com bola, continua a precisar de ser revisto. Tal como havia sido previamente afirmado aqui, e como foi detectado logo no intervalo do jogo que teve lugar no Estádio da Luz pelo Miguel do Centro de Jogo.
Independentemente das modificações que urgem operar para garantir uma maior segurança defensiva, é decisivo que Jorge Jesus perceba que este é o caminho.
A força do Benfica no momento ofensivo havia sido identificada com enorme clareza por Co Adriaanse. “O Benfica tem jogadores muito inteligentes e técnicos”. Queira Jesus parar de persistir com o seu 4x2x4, e retomar a formula com um médio interior próximo do trinco, que o levou ao sucesso, e terá uma oportunidade única de voltar a ser feliz. É que mesmo nos momentos ofensivos, a equipa ganha uma dinâmica muito mais interessante com a presença de Witsel e Aimar em simultâneo, em detrimento de ter quatro jogadores estacionados junto aos defesas adversários directos.
Destaques individuais.
Nolito. Nestes três anos de blog, fomos tentando dar a entender as características que nos prendem nos extremos, que são por norma jogadores tão próximos dos adeptos, quanto longe dos colegas. Três anos depois chega à Liga portuguesa o tal extremo que personifica tudo o que cremos que deve ser o jogador que ocupa o corredor lateral ofensivo. Muita inteligência na forma como decide cada lance, e muita capacidade técnica que lhe permite colocar em prática o que a mente decide. Nolito enche as medidas a qualquer um. Personifica a vitória da inteligência, até sobre o talento. É um jogador e tanto. Ele, Aimar e Witsel fazem valer o preço do bilhete na Luz.
Aimar. É o caso tipíco do jogador que tem tudo para ser mal compreendido, assim os colegas ao seu redor não acompanhem a sua qualidade. Aimar não resolve sozinho. Se não tem ao seu lado quem respeite as tabelas, quem saiba por onde desmarcar, quem lhe acompanhe o raciocínio parece que se apaga. O problema, porém, nunca está nele. Com Nolito e Witsel por perto, está a rubricar as melhores exibições desde que chegou a Portugal. Mas, Aimar foi sempre o mesmo… É um sonho de jogador.
Witsel. Talvez os grandes europeus quisessem perceber a sua qualidade numa realidade diferente da Liga belga, ou talvez apenas meio mundo tenha estado a dormir. Não interessa. Witsel é um dos mais apaixonantes médios que passaram por Portugal na última década. E não interessa sequer, se é demasiado cedo para o afirmar. Há que aproveitar para o ver enquanto por cá está. É um portento físico, dotado de excelente capacidade técnica, com uma tomada de decisão fortíssima. Faz parte do novo trio maravilha que se está a formar no Benfica. Voltar a sentar-se no banco, ou até ser encostado ao corredor lateral direito, como Jesus fez nos últimos minutos com o Twente, será um atentado ao futebol.
Deixe uma resposta