Nada mais falso.
Se os dezasseis melhores treinadores do mundo competirem na mesma liga, os que terminarem nas últimas posições da tabela são incompetentes?
E se os dezasseis piores treinadores do mundo competirem na mesma liga, o campeão é competente?
São muitos os campos de acção do treinador. Todos determinam a sua capacidade, mas é essencialmente o trabalho semanal que determina o valor do treinador. Jorge Jesus, a titulo de exemplo, parece demasiado fraco em tudo o mais. Mas, no trabalho semanal é demasiado forte. No campo pode perceber-se que, independentemente de se concordar ou não, há trabalho. A forma como os jogadores interagem entre si, com e sem bola revela-nos o que se faz durante a semana no Seixal.
E em Portugal, haver quem se relacione entre si dentro do campo, de forma definida e treinada já é um upgrade grande em relação a demasiados colegas de profissão. Acredite que ainda há equipas na segunda divisão portuguesa a treinar combinações ofensivas sem oposição na fase principal do treino.
Treina-se mal tacticamente. Ou porque não se percebe com exactidão o jogo e que respostas devem ser dadas a cada instante, ou porque quem o percebe se limita a tentar expor as suas ideias de forma oral.
Sem formas jogadas que potenciem a repetição no treino, com definição de comportamentos e acções tácticas (seja na ocupação do espaço, na movimentação ou na tomada de decisão com bola), dificilmente se poderá falar em trabalho com qualidade. Mesmo que ao fim de semana o Melgarejo ou o Michel resolvam aqui e ali os problemas que vão sendo criados.
O bom treinador não ganha sempre e o mau treinador não perde sempre. Todavia, o bom obterá mais resultados positivos tendo em conta o contexto em que se insere que o mau.
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