Foram apenas alguns minutos a ver João Mário, num jogo em que com um pouco mais de felicidade, e sobretudo de qualidade até poderia ter feito dois golos, que o fariam entrar no coração dos benfiquistas como uma grande promessa do clube.
Foi, porém, a sua incapacidade para perceber que acções tomar a cada momento, com ou sem bola que ficou na retina. É difícil explicar como alberga o SL Benfica futebolistas que aos supostos dezanove anos de idade não fazem ideia do que é o jogo que vão jogando. Tivesse Obikwelu dezanove anos no passaporte e seria uma forte possibilidade para integrar os quadros encarnados.
Depois, há Nolito.
O pequeno video de um dos últimos lances do jogo sintetiza o que é João Mário e o que é Nolito. Era demasiado fácil perceber onde faltavam linhas de passe, pêlo que mais do que o gesticular do espanhol indicando o caminho ao avançado, o que impressionou na acção de Nolito foi o timing para fazer o passe. Repare na linguagem motora do defesa e no exacto momento em que Nolito faz o passe. Precisamente no momento em que o defesa troca os apoios. Talvez seja difícil perceber o alcance da qualidade de Nolito. São pequenos pormenores na tomada de decisão, aliados a uma boa capacidade técnica, sobretudo de passe, que fazem de Nolito o melhor extremo do Benfica. Por não ser rápido jamais será tido por Jesus como um jogador importante. Perde Nolito e perde sobretudo o Benfica. Felizmente para ambos que a veia goleadora que sempre apresentou vai obrigando quem não percebe a sua qualidade a utilizá-lo aqui e ali.
Lamentável apenas que a sua utilização dependa do elevado número de golos que obtém. É que mesmo sem chegar ao golo deveria ser sempre a primeira opção para a ala encarnada.
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