Multipla da Semana.

LIVERPOOL – MANCHESTER UNITED

Liverpool de Kloop à procura da dinâmica encantadora que o seu treinador aprecia nas suas equipas. Em 4231, mas com o duplo pivot do meio campo sem a criatividade, velocidade de execução e decisão que certamente agradaria ao treinador germânico. Lallana, Coutinho e Henderson nas costas de Firmino procuram mobilidade entre linhas e desequilibrios nas combinações directas e indirectas. Melhor nas transições, mas com muita dificuldade na participação dos centrais na construção. Nos momentos sem bola ainda há procura da articulação ideal. Para o jogo grande, um provável empate.
United com Van Gaal a prazo. O treinador holandês sairá o mais tardar no final da época, até porque o seu sucessor estará já encontrado. Apesar das boas individualidades, o United é hoje uma equipa mentalmente frágil que se deixa abater na contrariedade. Um modelo ofensivo aproximado do do seu rival na partida de Anfield. O duplo pivot no meio, a liberdade dos alas para aparecerem dentro, um avançado centro sempre a saber definir (Rooney), e sobretudo grandes dificuldades na participação no processo ofensivo dos jogadores da última linha. Forças equivalentes para um grande jogo em que os pontos prometem repartir-se.

UDINESE – JUVENTUS

Possivelmente num já muito utilizado 442 a equipa da Udinese de Colantuono.
Com Bruno Fernandes num corredor lateral, sempre perigoso na transição ofensiva pela forma como progride e fixa, sempre no sentido do corredor central. Perica e Théréau intensos mas nem sempre capazes qualitativamente de responder ao que o jogo pede.
Em organização defensiva, a Udinese mostra-se capaz de juntar linhas. Porém, é na transição que sofre imenso. Jogadores que demoram demasiado a entrar na situação de jogo e gente com menos qualidade sujeita aos 1×1 adversários durante demasiado tempo e com espaço. Tarefa pouco passível de ser bem sucedida, a que enfrenta a Udine nesta jornada.
O crónico vencedor do Scudetto das últimas épocas desloca-se a Udine. Agora que está novamente a um passo da liderança.

Maleabilidade táctica é um traço da Vechia Signora. Assente num 442 losango, aproveitando a passada larga de Pogba e Sturaro como interiores para comer metros a grande velocidade, chegando ao corredor lateral ou ao central em função da posição da bola. Hernanes mais pressionante na saída de bola adversária e Marchisio a ligar com os centrais são os restantes elementos do meio campo habitual da Juve. Mobilidade na frente, com as constantes movimentações para o corredor lateral ou em apoio de Moratta e Dybala é um dos traços ofensivos da equipa transalpina. Individualmente com uma qualidade tremenda na linha de 4 defensiva. A tremenda recuperação da Vechia Signora passará por Udine.
GUIMARÃES X FC PORTO
Em casa a equipa de Conceição reflecte muito do que é o seu treinador. Agressiva, capaz de reduzir espaços e ser pressionante no campo que define defensivamente. Menos capazes nos duelos individuais os defesas vitorianos, ainda que muito abegnados. Ofensivamente, toda a mais valia centrada na forma como atacam após a recuperação. Otávio conduz e dribla em velocidade e Ricardo percebe timings para segurar ou atacar. Difícil prever sucesso perante tamanha oposição do outro lado.

Ainda com Rui Barros no banco, um FC Porto que no Bessa pareceu revigorado. Solto de amarras antigas. Cada vez mais próximo de um onze definido, que pretenderá agora rotinar-se, com Corona e Brahimi, fabulosos na forma como com bola no pé desequilibram o jogo. Aboubakar mais capaz de aparecer no espaço do que com qualidade entre linhas, e Herrera com chegada à área, sempre a procurar movimentos mais verticais serão setas apontadas ao Castelo. As qualidades individuais deverão fazer a diferença mesmo contra um adversário aguerrido.

CHELSEA – EVERTON
 Chelsea agora de Gus Hiddink à procura de uma nova identidade. Quem sabe mais capaz em organização, como sempre foram as equipas do holandês. Há individualidades para explorar criatividade entre linhas. O 4231 vai-se mantendo com Hazard, Óscar e Pedro a moverem-se entre linhas, enquanto que Diego explora a profundidade. Fabregas a ligar fases, e uma aposta em Mikel. Perde nos momentos ofensivos, o que aumenta em agressividade sobre o portador. Ainda por hábitos antigos uma equipa muito virada para as transições. Em Stanford Bridge os novos ventos prometem trazer uma equipa dominadora, controladora e vencedora
Ainda que aprazível de seguir, o Everton de Martinez vai encontrando dificuldades para traduzir em pontos o bom futebol que pratica.
O 442 no momento defensivo, mesmo que bem trabalhado, sente algumas dificuldades para controlar os espaços entre linhas adversários, e perante Hazard e Óscar tal será um problema. Em organização ofensiva transforma-se num 433, garantindo mais opções ao portador. Equipa rápida nas transições, mas com dificuldades no último passe. Deulofeu, Koné e Lukaku fazem rápido, mas nem sempre bem. Espera-se um jogo grande em Londres, mas com Everton a passar por muitas dificuldades.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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