Desenvolver não é coarctar. Deixar expressar a individualidade precisa-se.

Há não muito numa espécie de tertúlia futebolistica explicava sucintamente e de forma pouco elaborada a minha opinião. Ir no 1×3 é errado porquê? Se a percentagem de sucesso é significativa nada mais desequilibra o jogo que de uma vez eliminar tanta oposição e desorganizar de forma tão evidente toda a estrutura adversária.
Recordei hoje a tertúlia após ler o excelente artigo do Expresso que cita o melhor de todos. Francisco Silveira Ramos.
Se eu vejo o Renato Sanches a passar por todos, vou dizer-lhe para largar a bola? Claro que não! Se ele consegue, então vamos pô-lo a jogar em inferioridade numérica em vez de igualdade numérica, ou então pô-lo a jogar com os mais velhos, para ele continuar a desenvolver as suas capacidades com a bola.” 
“O João Vieira Pinto, por exemplo, contou-me que, a determinada altura da carreira, perdeu à vontade perante os adversários, porque os treinadores tantas vezes o obrigavam a jogar a um e dois toques, a ter de largar a bola rápido, que ele acabou por perder a boa relação que tinha com a bola.”
“Hoje há muitos treinadores com conhecimento, que apresentam demasiados constrangimentos aos miúdos. Costumo dar este exemplo: se há um cirurgião que sabe todas as técnicas médicas, mas só lhe aparecem pacientes saudáveis, ele vai aplicá-las na mesma?”
“Isto acontece nos treinadores, que sabem muito sobre modelos de jogo e organização coletiva, e quando começam a carreira, normalmente na formação, vão aplicar isso nos miúdos, mas não deviam
“No outro dia vi o professor Sidónio Serpa escrever, com razão, que ficava muito preocupado quando ouvia um treinador referir-se a crianças de 10 anos como ‘os meus atletas’. Nas idades mais jovens, temos de preservar a origem lúdica do jogo, porque é aí que se desenvolve a criatividade. Há que separar no percurso de formação o jogar à bola do jogar futebol. Deixem os meninos jogar à bola”
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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