Múltipla da semana

PSG X MANCHESTER CITY
PSG de Laurent Blanc provavelmente em 4231 na recepção ao Chelsea.
Equipa muito trabalhada em todos os momentos do jogo. Em organização a mobilidade de Zlatan que baixa para criar e liberta as movimentações interiores dos extremos Di Maria e Cavani, que têm liberdade para surgir na profundidade ou entre linhas.
Verrati, o incrível talento deverá ser ausência. Matuidi e Thiago Mota no duplo pivot do meio campo a participarem sobretudo na construção. Defensivamente há qualidade individual e há princípios colectivos. Linha defensiva muito veloz e forte nos duelos individuais. Confronto de grandes individualidades mas com a equipa de Paris pronta para no seu estádio sair em vantagem para Manchester.
Sem alma o City de Pellegrini. Tudo o que sobra é a Liga dos Campeões. Porém, o estado anímico não ajuda.
As lesão de Kompany é um problema sobretudo na construção, em organização ofensiva. Piora a ligação com a criação onde Touré e Silva ligam, procurando os espaços interiores nas costas da pressão média adversária, para posteriormente lançar Aguero no pé ou na profundidade e Navas e Sterling nos corredores laterais.
Apesar da muita qualidade individual falta agressividade nos comportamentos. Seja na recuperação para trás da linha da bola, seja na saída ao portador, seja na intenção de chegar mais rápido à frente em transição.


VILLAREAL X SPARTA PRAGA
Em 442 receberá o Villarreal o Sparta de Praga.
Perante um opositor que sem bola tem os seus extremos a marcar individualmente a campo inteiro, a tradicional movimentação da equipa de Toral aproximará o submarino amarelo do triunfo, pela forma como a sua criação possibilitará situações de finalização.
Os 4 da frente com movimentos complementares. Os apoios de Soldado, em simultâneo com as rupturas de Bakambu para as zonas aclaradas pelo espanhol. Suaréz partindo de fora para dentro, em condução sempre a definir com imensa qualidade e Jonathan a ligar a construção com os jogadores da frente, prometem impacto. Sem bola, as linhas próximas serão uma dificuldade à criação adversária, mesmo que na sua primeira fase defensiva não pressione com agressividade. Muito favoritismo para a equipa espanhola.


A equipa de Scasny organizada a partir de um 442.
Em organização defensiva opta por marcações individuais nos corredores laterais, o que bem explorado com profundidade dos laterais adversários, coarctará boas possibilidades de sair rápido em transição. Pelo que mais complicado se torna fazer golos na Espanha. A organização da última linha é muito bem trabalhada. Garantem coberturas e distâncias adequadas.
Com bola a transição ofensiva fica condicionada perante extremos que têm de fazer o campo todo o jogo todo, se os laterais adversários os condicionarem dessa forma, e envolver apenas os dois avançados é curto. Sofrerá bastante na Espanha pela diferença individual.
DORTMUND X LIVERPOOL
Dortmund de Tuchel em 4231 no momento defensivo, mas com uma dinâmica fantástica nos momentos em posse.
Em organização ofensiva Hummels o central a progredir com espaço e a procurar causar desequilíbrios logo na primeira fase de construção. Weigl e Gundogan fora do bloco adversário liga com muita qualidade com a criação onde Aubameyang se mostra quer entre linhas quer na profundidade, tal como Reus e Mkhaitaryan, capazes de desequilibrar enquanto conduzem pela velocidade a que o fazem. Muitas linhas de passe, muita criatividade entre linhas e grande qualidade na procura de rupturas. Ofensivamente com uma variabilidade impressionante a equipa de Tuchel.
Também defensivamente cresceu bastante durante a época. Pressing asfixiante seja na transição defensiva seja logo na primeira fase defensiva, na construção adversária. Recuperações rápidas a monopolizarem totalmente a posse. Grande colectivo, grandes individualidades a equipa do Dortmund. Promete maltratar um rival de peso.
Partindo num 433 na forma como defende, a equipa de Klopp com Firmino ou Benteke entre centrais, Lallana como extremo direito e Coutinho como extremo esquerdo, Kloop vai dando forma ao seu novo Liverpool. Percebem-se ideias. O brasileiro é a principal referencia ofensiva da equipa. O primeiro a mostrar-se para conduzir as transições, ou desmontar a organização defensiva adversária, recebendo entre linhas. Emre e Milner formam o duplo pivot defensivo, com o turco mais pressionante na metade esquerda do campo e em cobertura quando Milner pressiona na outra metade. Transição defensiva ainda a precisar de melhorar o controlo da profundidade, sobretudo enfrentando a mobilidade e velocidade que o Dortmund apresenta na frente. As dificuldades que sente sem bola perante uma equipa apaixonante farão pender o jogo para a equipa do Borussia.
BRAGA X SHAKTAR
Braga de Paulo Fonseca em casa e com o dever de vencer
442 com linhas muito juntas nos momentos defensivos. Boas coberturas e capacidade para reequilibrar rapidamente e extremos que percebem quando fechar na linha dos outros três médios, ou o momento de subir rápido para receber na transição.
Qualidade técnica e ideias nos momentos ofensivos. Encontra sempre soluções para jogar e fazer a bola chegar à criação pela relva. Ai, entre linhas, Rafa e Pedro Santos combinam e servem Hassan, o ponta de lança que se movimenta e finaliza com qualidade.
Transição ofensiva de excelência sobretudo quando conduzida por Rafa. O português tem uma capacidade incrível para desequilibrar enquanto conduz, deixando adversários para trás e definindo com qualidade extra a finalizar.
Apesar das individualidades do outro lado, a forma apaixonante como o Braga se apresenta em cada jogo promete uma vitória lusa que permita ir à Ucrânia discutir o apuramento.

Equipa de Mircea Lucescu, uma das candidatas a vencer a prova.
Parte de um 4231 a excelentemente apetrechada equipa ucraniana. Defensivamente percebe-se a preocupação com os grandes princípios. Superioridade na zona da bola, envolver toda a gente na situação de jogo, baixando extremos para trás da linha da bola, mantendo-os dentro. Médios centros sempre a funcionar sem bola em 1+2. Uma cobertura atrás da linha média formada por extremos e dois médios centro.
Ofensivamente muita qualidade na transição pela velocidade a que Taison e Bernard se movem sempre com bola junto ao pé e de cabeça levantada, criando desequilíbrios no 1×1, atraindo marcações para soltar em espaços vazios onde aparecerá o ponta de lança. Presumivelmente o poderoso Ferreyra.
Em  organização ofensiva há qualidade técnica para jogar em espaços mais curtos, embora por vezes fique a sensação de que querer fazer tudo demasiado rápido aumenta o número de perdas, deixando a equipa mais susceptível à transição bracarense que em Rafa e Pedro Santos assume uma qualidade fora do comum. A eliminatória será resolvida na Ucrânia, mas é expectável que na transição o Braga se adiante em Portugal.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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