Múltipla da semana.

SEVILHA X BÉTIS

Sevillha de Emery em 4231 no momento defensivo, com ponta de lança entre centrais, procurando cortar linha de passe e condicionar lado da saída para o ataque do adversário, para um modelo de grande desdobramento ofensivo. Muita mobilidade, com várias trocas posicionais em organização ofensiva, tornam o jogo de Emery muito complicado de parar. A proximidade entre jogadores acautela também a transição defensiva para além das opções que dá ao portador da bola.
Em organização defensiva joga sempre com as superiorides e os médios centro articulam bem em cobertura garantindo protecção ao espaço central à frente dos dois centrais.

Na transição ofensiva é das mais atraentes da Europa. Banega define a grande velocidade e na frente há quem finalize com mestria. Derby grande de Sevilha a pender para um empate pelos aspectos emocionais associados.
Confortável na classificação a equipa agora de Juan Merino.
Seja onde for que se desloque sempre a procurar ser pressionante no meio campo ofensivo. Sempre a procurar reagir com intensidade à perda para guardar a bola para si. Algumas distâncias sobretudo em profundidade por controlar. Equipa fica muito estendida no campo. Mas fica a ideia aprazível.
Com bola procura sempre sair pelos pés dos centrais, que percebendo o risco então entregam no guarda redes que decide bater na frente.
Em transição ofensiva aproveita a velocidade de N’Diaye, que ainda assim nem sempre define com qualidade e sobretudo faz-se valer do grande momento de Castro. O avançado espanhol seja com mais ou menos espaço move-se com qualidade nas zonas de criação e tem golos para todos os gostos. O derby é sempre um jogo emocional. Moralizado o Bétis deverá tirar pontos ao melhor apetrechado Sevilha.
SETÚBAL X TONDELA
A equipa de Quim Machado a pagar o preço do sucesso. Quebra abrupta depois de perder jogadores determinantes que tanto valorizou como Suk e Semedo

Em 4231, com André Claro, Horta e Costinha nas costas de um ponta de lança mais fixo. Cissé  deverá ser a aposta. Há princípios em organização ofensiva. A equipa não se limita a trabalhar processos defensivos e sair em contra ataque. Preparada para os vários momentos, mesmo que defensivamente por vezes a última linha não guarde as devidas distâncias. Um jogo interessante onde deverá impor os seus bons princípios ofensivos para voltar às vitórias.
Seis pontos num ápice, três deles no Dragão, devolveram alguma esperança a uma equipa que parecia condenada.
A equipa de Petit deverá surgir em Setúbal no seu 4231 com Romário, Nathan e Wagner mais adiantados. Vale sobretudo pela entrega com que se dá ao jogo, tão característica do seu treinador. Defende baixo e fica com poucas possibilidades de sair em transição. Perante a qualidade ofensiva do seu opositor não é expectável que resista com postura tão pouco agressiva ofensivamente.
TOTTENHAM X WEST BROM
Parte de um 442 em organização defensiva, com avançados em linhas diferentes (Kane posiciona-se entre centrais e define lado da saída em construção do adversário, e nas suas costas Dele Alli liga os sectores). Defensivamente impressiona a forma como encurta espaços e não deixa jogar, sem nunca baixar as linhas, ligando assim com enorme qualidade a transição sempre bem definida por Lamela e Erikson que surgem dentro e com Dele Alli desequilibram permitindo a Kane aparecer a explorar a finalização.
Em organização ofensiva os centrais abrem e a primazia é sair apoiado, seja pelos centrais ou por um médio que baixa. É nesta fase onde Dier a fazer uma época inacreditável assume preponderância na construção, seja jogando como médio ou como central. Muita criatividade entre linhas e um ponta de lança num momento extraordinário quando aparece nas zonas de finalização, dão grande favoritismo a um Tottenham que chega a esta fase com o sonho real de vencer a Premier League.
West Brom a fazer um campeonato tranquilo, bem acima dos lugares da despromoção.
A equipa de Tony Pulis apresenta-se num 442, mas com muito pouca dinâmica de posicionamentos e movimentos.
Em organização defensiva ou transição, os seus jogadores perseguem a campo todo os adversários directos. Não defendem corredor central e demasiadas vezes basta um passe vertical para colocar alguém enquadrado com a última linha. Jogo colectivo inexistente no controlo de espaços e alinhamentos defensivos.
Com bola, tudo muito directo, explorando as características físicas de Rondon. Fletcher é quem procura algo diferente, mas numa equipa não tipicamente britânica porque o seu método defensivo é totalmente desorganizado.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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