Hazard e o que verdadeiramente nos impressiona

São mais que muitos os momentos em que Hazard nos deixa vidrados com a sua capacidade de desequilíbrio ímpar. Com o poder que tem na forma como acelera e vai ultrapassando contenções e coberturas sem fim, até chegar ao golo. Como se diz no Brasil, é um jogador que faz fila. É verdadeiramente apaixonante a forma veloz como se move, e transporta a bola mesmo que em espaços reduzidos, e a qualidade técnica para executar o drible, e finalizar. Mas o que de verdade me apaixona, para lá das capacidades físicas, para lá da qualidade técnica, é a forma como se utiliza o cérebro para deixar o adversário sem reacção. A forma como se percebe que chamando a si todas as atenções há colegas que ficam melhor colocados para receber, e por isso para dar seguimento ao lance.

Ontem, durante uma palestra, dei a saber aos meus jovens aspirantes que o jogador mais importante num lance com mais de 20 toques, que acabou com finalização, foi o jogador que o iniciou. Para que dessa forma os meninos vão esquecendo um pouco a notoriedade individual, e que vão decidindo mais em função da equipa. A fórmula certa para se ter sucesso continuado está em Messi, Neymar e Suárez. E é esse o pensamento (o de aumentar de forma acentuada as probabilidades da equipa ser bem sucedida, ainda que isso os afaste individualmente do golo) que distingue os bons dos melhores.

Hazard exemplifica para si mesmo, algo que poderia ser uma regularidade no seu jogo. Ele cozinhou e serviu num prato para Fabregas devorar. Se o fantástico belga fosse isto mais vezes estaria muito mais próximo de conquistar a notoriedade que por que tanto anseia.

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