SL Benfica na liderança. Fejsa – Pizzi. E muito mais.

Do melhor que há no mundo, afirmou sobre Fejsa, o último treinador campeão pelo FC Porto.

É impressionante o momento que atravessa o médio centro do Benfica. Aquando da posse, os seus deslocamentos, sempre em cobertura (entre bola e baliza) garantem-lhe a proximidade e presença no centro do jogo. Por isso, e porque tem um timing absolutamente incrível para sair na bola no momento defensivo, e não porque adivinha, após cada perda, lá está o sérvio a recuperar e a permitir ao Benfica sair para o ataque, perante uma equipa que por estar a abrir após a recuperação, é “traída” no pior momento possível.

Mas, Fejsa não se tem mostrado somente nos momentos defensivos, como até à presente temporada. Hoje é um jogador confortável com bola no pé. Poucas perdas, e mesmo na construção já o vemos arriscar passes verticais a queimar linhas à procura de alas ou avançados.

Ao lado de Fejsa, surge nesta fase o “par” perfeito. Não pode sair mais dali, Pizzi! A criatividade e critério que traz para a construção. A forma como liga os corredores, sempre com argumentos técnicos, sempre com as melhores decisões aproxima a equipa de Rui Vitória do golo a cada posse.

Do corredor central onde se equilibra, também desequilibra hoje a equipa de Rui Vitória.

Contudo, não se esgotam ai os créditos do momento da equipa vermelha.

Com uma dinâmica ofensiva incrível em todos os momentos, não parece haver forma de travar um carrossel que encontra soluções em cada metro.

No corredor lateral direito, Nelsinho a um nível estratosférico. Será quase impossível repetir a exibição perfeita do Restelo (praticamente cem por cento de acerto nas suas acções e decisões), porém, é incrível o critério do lateral. Absolutamente invulgar alguém com tal velocidade ter tanto conhecimento do jogo com bola. Sabe sempre perceber o momento de acelerar, onde desequilibra com uma facilidade assustadora (voltou a criar dois golos cantandos para os colegas), mas também temporiza, procura dentro, primazia sempre pela combinação, e uma visão do que se passa ao redor muito interessante. Laterais com aquela velocidade e com aquela capacidade para decidir são muito poucos.

À esquerda, Eliseu, a provar o quão perniciosas poderão ser as estatísticas. Num jogo inacreditavelmente mau, sai da partida com uma assistência. Em cada 10 acções, acerta 2,3. Não mais. Esticar, esticar, esticar. Incapaz de progredir dois metros que seja com bola mesmo que o espaço o peça. Mas também à esquerda e sempre a mover-se entre linhas, também no corredor central, Cervi. Que potencial incrível tem o argentino. Não são apenas os recortes técnicos. O que faz com bola é bom, ainda que tenha que crescer na decisão, mas era o expectável. A forma agressiva como encara cada transição defensiva, será também o que irá fazê-lo manter-se no onze.

Na frente Gonçalo Guedes. Com capacidades condicionais muito interessantes, é de salientar o nível a que chegou ainda tão novo. Mostra-se sobretudo na transição ofensiva, onde come metros com bola a um ritmo alucinante. Também ele com confiança a mostrar capacidade para desequilibrar.

Algum egoísmo / más decisões no último terço a impedirem um resultado mais consentâneo com a forma avassaladora como têm sido as últimas partidas do Benfica na Liga.

Um exemplo entre muitos lances que a má decisão (egoísmo?!, porque via-se fazer diferente no Sporting?) no último terço impede um lance de finalização fácil.

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Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

14 Comentários

  1. O Benfica a jogar assim e com o apoio incondicionável das bancadas dificilmente perde pontos a não ser contra uma equipa elevado nível.
    alert(1)
    Pizzi está um craque!!

  2. Qual é o mérito do treinador neste “carrossel e dinâmicas ofensivas incríveis”? É que inicialmente diziam que o Benfica vivia ao sabor da inspiração dos jogadores etc, gostava de saber se ainda acham q há dedo do treinador ou mantém a mesma opinião. Sim, pq as opiniões podem mudar, e os treinadores também não são (nem podem) serem seres estanques.

    • Maldini, mas achas que ele evoluiu neste aspecto? Defensivamente já vocês elogiaram as melhorias. Tenho ideia q o Rui vitória, assim como o JJ, evoluíram imenso enquanto treinadores ao longo do tempo de Benfica. O rui vitória então parece – me bem melhor treinador do que era quando chegou (ainda que eu não saiba explicar bem porquê lol). Obrigado

    • Nem que o dedo do treinador seja dizer “Vai miudo!”. 🙂

      Ainda acrescento a largura do jogo do Benfica. Muito rápido a estritar assim que perde a bola. Surpreendente evolucao a segunda epoca de Rui Vitoria. Está claramente a mostrar bem mais que o que prometia há um ano atras.

  3. Bom, se Pizzi não é para sair, o que fazer a Horta?

    Por outro lado, continuam a haver bastantes falhas, em muitos momentos, que não têm sido mais penalizadoras devido à falta de qualidade individual dos adversários. Quando essa qualidade sobe (Besiktas, Nápoles) o SLB fica mais vulnerável.

    E Luisão, hein?

  4. O que mais me impressiona no Fejsa relativamente a épocas anteriores é mesmo a qualidade na transição ofensiva. Ontem, as jogadas dos primeiro e terceiro golos começam com dois passes verticais dele.

  5. Excelente passe do Fejsa para o Mitroglou, no lance do 1º golo, a deixar 5 adversarios fora do lance. Definitivamente crucial no sucesso do lance.
    Claro que a maioria só se vai lembrar da bomba do Guedes.

  6. Não me parece que essa fosse uma má decisão. Além da dificuldade de meter aí o passe, teria que passar afastado o suficiente do defesa para não ser interceptado, poderia permitir a saída do guarda-redes e nada garantia que esse passe garantisse um 1×0 enquadrado.

1 Trackback / Pingback

  1. Anatomia de um golo. Fejsa a ligar fases. – Lateral Esquerdo

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