Código Zidane

Falou-se no Podcast 16 sobre o que será o “Código Zidane”. Os pontos fortes que o treinador Zinedine Zidane está a impor como estilo próprio.

Acima de tudo, a liderança. Tendo entrado na equipa num momento particularmente difícil, Zinedine Zidane foi capaz de apresentar o seu historial para, no imediato, conquistar a atenção dos seus jogadores. Há como que uma passagem natural do capitão do Real Madrid para o treinador, até porque Zizou sempre fez imperar o seu estilo de líder férreo, mas quase silencioso.

Na sua relação com os mais influentes, parece claro que ninguém manda mais do que Zidane. É a sua vontade que impera e, seguindo os ensinamentos de Alex Ferguson, não há “melhor jogador do mundo” que possa colocar em causa que o líder é o treinador. A forma como conquista os seus jogadores, faz que com estes se sacrifiquem pela equipa. Por isso podemos ver Cristiano Ronaldo a abdicar, pelo menos nos jogos mais difíceis, do protagonismo próprio para elaborar o protagonismo da equipa. Por isso podemos ver Sérgio Ramos mudar o lado em que costuma ser utilizado no corredor central para que a equipa seja mais forte. Não há ninguém que fique incomodado com as ordens do treinador. Ele aponta o caminho.

Depois, o tempo tem levado a que Zinedine Zidane arrisque mais e molde os jogadores de acordo com as necessidades da equipa. A rotação que impôs, mais do que qualquer anterior técnico do Real Madrid nos últimos anos, como que criando um plantel onde todos estão prontos para entrar e dar o seu contributo. A forma como vemos a equipa ser constituída por “jogadores”, como refere o Bruno Pereira no podcast, podendo lançar Modric, Kovacic e Isco num jogo da Liga dos Campeões. Hoje, todos os jogadores do Real Madrid sabem que podem ter minutos de jogo, assim cumpram as indicações do seu treinador.

Estamos perante um futebol mais liberto de uma padronização reconhecível, um futebol do futuro, outra das hipóteses lançadas pelo Bruno, onde existe uma liberdade para que o talento de cada um possa emergir, partindo do princípio que o interesse do coletivo é primordial. Uma espécie de lugar de esperança, onde os melhores jogadores acabam por encontrar o  espaço para jogar o seu futebol. Num código onde Zidane jogador se sentiria confortável, o Zidane treinador escreve a sua entrada na enciclopédia do futebol.

Sobre Luís Cristóvão 103 artigos
Analista de Futebol. Autor do Podcast Linha Lateral. Comentador no Eurosport Portugal.

5 Comentários

  1. Um colectivo muito fraquinho. Poucas ideias e em certos momentos não há mesmo qualquer ideia em campo. Sobra o tal espírito que talvez decorra mesmo do Zidane e da sua legitimidade e o talento individual, que é servido em doses cavalares. O JJ chama-lhes um Gelson e não lhes ganhou duas vezes com alguns pernetas porque não calhou.

  2. Tal como noutros sítios, esta rotatividade do meio campo terá sido um bocado forçada devido às baixas do Kroos e do Casemiro. Não acredito que a fizesse se estes dois estivessem aptos.

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  1. Rendidos! Como Zidane aproveita as individualidades que construíram a melhor equipa Europeia pós Barcelona de Pep. – Lateral Esquerdo

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