Asfixiantes os últimos quinze minutos no campo do FC Porto.
Naturalmente que a vantagem numérica na partida e a desvantagem pontual suficientemente elevada permitia que pudesse ser uma equipa ainda mais ousada e de maior risco. E assim foi. Razão em alguns posicionamentos, mas também muito coração na forma como os miúdos foram resgatar os três pontos.
Colocou um elemento entre cada defensor do Braga, criando um 5×4 na última linha bracarense, e beneficiando da obrigatoriedade de coberturas próximas ao defensor que saía a Corona e Brahimi, porque no 1×1 eles vão passar sempre, colocou enorme vantagem numérica na grande área, onde chegava a cada instante com possibilidades de finalizar.
E a curiosidade de ter chegado ao golo num lance que mesmo que não tenha sido pensado ao pormenor, acaba por demonstrar o que por cá se defende sobre a melhor forma de poder chegar à finalização. Bola entre linhas adversárias no corredor central, e a partir daí em função do comportamento da última linha, definir o lance. Ou com o passe de ruptura, ou continuando a progressão.
Danilo que coloca a bola entre os sectores bracarenses, e a criatividade de Jota, que surpreende a defensiva do Braga, que nunca terá imaginado sequer a possibilidade de surgir a solução que Jota descobriu. Não baixaram metros e viram-se surpreendidos com um passe na profundidade.
A verdade é que essa enorme quantidade de jogadores do FCP na última linha do Braga não resultou em nenhum golo.
Centraram muito, por cima por baixo, mas nunca conseguiram.
O golo surgiu num lance atípico, em que a equipa do Braga estava mais subida, menos juntos, e fora das posições.
Ou seja, parece que tiveram uma paragem cerebral e deixaram de estar nas posições que tiveram nos últimos 30 minutos de jogo.
Parece até irónico que uma equipa que estava a aguentar o jogo recuada, com as linhas muito juntas, se deixe desconcentrar aos 94 minutos de jogo.
A linha de quatro defesas estava com três, sendo que o do meio estava mais avançado permitindo o passe para as suas costas.
Este lance, se mantida a linha de quatro defesas junta, não tinha acontecido.
Ou bem que um dos médios conseguia ir pressionar o Diogo J., ou então tinham de ter feito o que fizeram quase sempre: recuar e controlar a profundidade.
Foi um autêntico bónus, permitirem um lance destes com o jogo a acabar.
A equipa do Braga deu um espectáculo de como defender de forma sincronizada, estiveram quase perfeitos. Borraram a pintura neste lance.
A somar a isso, só o facto de nunca conseguirem esboçar ataques que pusessem o FCP em sentido… mas isso poderá ser explicado pelo enorme desgaste e por estarem no terreno alheio.
também fiquei com a ideia de que esta “carne toda no assador” foi muito mais coração do que razão. correu bem, mas o golo surge dum lance que fugiu completamente do que vinha sendo o fcporto neste jogo. foram mais de 90 minutos a sobrecarregar as laterais e a usar e abusar de cruzamentos sem grande critério. mas o que conta são os 3 pontos, pontos esses fundamentais para não deixar fugir os adversários. é que, para a semana, há derby.
Isso é de uma injustiça brutal. Foi dos jogos que vi uma equipa criar mais situações de golo. MArafona fez a exibição da vida dele. Bolas nos ferros, golos anulados “por milímetro”. O Porto mereceu totalmente vencer o jogo. Atacou sempre e atacou bem, de diversas formas. Se foi maioritariamente pelos corredores faterais? Sim foi, mas é o normal que aconteça quando uma equipa encontra o corredor central totalmente fechado. Os desposicionamentos têm de acontecer pelos corredores latereais. E mesmo atacando por esses corredores o porto mostrou muitas vezes muito critério, não se limitando a despejar bolas na área, como fez por exemplo o Benfica na madeira.
curioso, na primeira meia-hora de jogo não “vi” o FCPorto: até tinham medo de mexer na bola e o SCBraga trocava-a com aquela certeza de quem sabe que está melhor, mas se calhar estou a interpretar mal os sinais apresentados
A indefinição sobre que tipo de acção adoptar neste lance por parte do Rosic, creio ter sido fundamental para o sucesso do mesmo por parte do Porto.
Mas sim, já se viu mais do Porto no aspecto ofensivo, mais organização, mobilidade, melhor povoação no último terço, etc.