FC Porto – Hábitos limitadores

Continua a existir uma enorme tendência, para que os médios se aproximem dos centrais, na tentativa de os auxiliarem no processo de construção.

Obviamente que este hábito vem do treino e daquilo que lhes é pedido como princípio.

Continua a ignorar-se a importância que os centrais podem ter no processo ofensivo.

Observemos o lance:

O FC Porto tem superioridade na zona de construção (3×1). Está criado um espaço enorme para que Marcano receba e possa progredir com bola, aumentando as condições para que a equipa seja mais profunda e agressiva nos posicionamentos.

Óliver opta por baixar, roubando a bola ao central. Diogo Jota tem a mesma tentação. Ambos ficam fora das zonas onde podiam criar mais perigo.

A bola viaja para o outro corredor e Felipe, o outro central, recebe em boas condições para conduzir. Não o fez.

Sobretudo em momentos em que a equipa se encontra em superioridade numérica, será importante que os centrais possam participar de forma agressiva na criação de desequilíbrios.

Chamar Óliver à 1ª fase de construção não me parece ser a melhor opção. Há muito quem jogue por fora do bloco. Por dentro, só jogam os craques. E é aí, onde Óliver pode marcar a diferença, recebendo numa 2ª fase, dentro da estrutura adversária.

Por vezes, mais que tentar garantir superioridade em zonas de finalização, será importante dar condições para que os desequilíbrios surjam vindos de trás.

Sobre Bruno Fidalgo 83 artigos
Licenciado em Ciências do Desporto. Criador e autor do blog Código Futebolístico. À função de treinador tem aliado alguns trabalhos como observador.

2 Comentários

  1. Para mim chegava chegava uma saída com o trinco em apoio no centro e com o mais inteligente dentro do bloco ao meio, entre linhas, com visibilidade para o campo todo, para poder escolher onde colocar a bola. E se tiver gente em cima, pode-se tentar tirá-la de lá vindo um apoio sem bola que desposicione a malta, ou com bola pode subir um central até fixar (Marcano é o que tem mais jeito), ou pode jogar-se na faixa para atrair e depois fazer uma viragem do centro de jogo, ou pode pedir-se na profundidade para o Maxi. Há muita dinâmica possível, é triste ver isto só assim. E no SLBenfica igual.

  2. Muito bem visto, mas não creio que nem Marcano nem Filipe tenham essa capacidade de conduzir para provocar a reacção do bloco adversário. Mais do que receber e passar (várias vezes até deficientemente…) para o lateral mais próximo é demasiado para estes dois. A eles junta-se Danilo que pouco mais acrescenta na primeira fase de construção, o que obriga Óliver a pegar no jogo demasiado atrás.

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