Numa “tertúlia” mais ou menos recente, explicava-me um dos treinadores em Portugal que vale a pena conhecer que o facto de nunca ter tido “matéria prima” de qualidade indiscutível o levou a procurar sempre forma de colectivamente ajudar ao máximo possível os seus jogadores no processo ofensivo. O perceber e fazer perceber ligações e uma forma muito especial de articular o onze garantindo sempre muitas opções ao portador. No fundo, sistematizar o seu jogo para que os seus jogadores tivessem mais condições / ligações para chegar com bola “redonda” ao último terço, prontos para atacar a baliza adversária.
O próprio Martí Perarnau no último livro sobre Pep, refere a maior dificuldade para agora orientar o momento ofensivo. No Barcelona bastava construir uma forma de a bola chegar a Messi. Sem Messi, há que continuar a criar e potenciar ligações colectivas até ao último metro do campo.
Evoluir é sempre possível. Mesmo quando na área tens um jogador deste nível:
Todavia, o primeiro passo para a mudança e crescimento, terá de passar sempre pelo sair da zona de conforto. Deixar de fazer igual a todos, entregando o resultado à qualidade individual. Procurando a diferença somente no processo de liderança.
Mais do que novas regras, o jogo precisa de nova gente. Gente corajosa. De quem se predisponha a fazer diferente. Isto, numa era em que está institucionalizada a primazia pelo defender com todos, fechar os espaços, privilegiando ao máximo o processo defensivo, entregando o ofensivo ao sucesso das bolas paradas ou do erro clamoroso do adversário.
Talvez o que precise de mudar sejam as mentalidades de quem nos clubes toma decisões. Procurar diferente. Procurar o atractivo. Como tão bem me passou a mensagem, Fernando Valente. Como querem os clubes valorizar os seus activos e tornarem-se rentáveis também financeiramente se se propõem a jogos de autêntico atletismo, onde tocar na bola é uma miragem? Quantos saem valorizados no jogo nos dias de hoje?
Essa última frase é a pedir Superleão a.k.a Brincadeiraa nas seleções
Gostei do post, como já vem sendo hábito e gostava de deixar a minha posta. Os treinadores, tal como nos, tem um emprego que é o sustento da vida deles. Acontece que neste caso a estabilidade do seu posto é muito reduzida. O que quer dizer isto? A volatilidade do posto é muito grande e mesmo a avaliação que se faz do seu trabalho é super objetiva “não atingiste os objetivos? Vais embora”. Isto faz com que os treinadores, com medo de perder o seu posto e porque não confiam nas suas capacidades ou dos seus jogadores, procuram propostas de jogo que diminuam o espetáculo mas que lhes dêem mais possibilidades de conseguir safar os ‘objetivos’.
Dando um exemplo que, não tendo nada a ver, tem tudo a ver. Na NBA, dando este exemplo pois é o desporto que me sinto vontade para falar, não há descidas de divisão nem nada, logo isto permite que haja equipas que se encham de jovens jogadores com potencial tremendo e que estes evoluam no fim da tabela, que é objetivo de algumas (poucas) equipas.. Isto faz com que mesmo essas equipas do fundo da tabela joguem bem, porque não têm pressao para ganhar, mas vão perdendo dada a inexperiência dos jogadores, que mesmo no futuro serão super-estrelas. Aqui os critérios da avaliação dos treinadores são muito mais virados para a qualidade de jogo e evolução de jogadores.
Com isto quero dizer que não devia haver descidas de divisão no futebol bem ‘idas à Europa’? NÃO!! Claro que não. Estou só a dizer que há maneiras de ver as coisas e há razoes para elas serem como são. Porque podes ter 18 Guardiolas na liga, mas só 1 é que vai ser ‘bom’, que é o campeão. Os outros não prestam e 2 ‘Guardiolas’ até vão descer de divisão.
Isto tudo para dizer só uma coisa: se acabassem com as brincadeiras nas seleções isto resolvia se já!!
Um abraço para o Superleao, um comentador muito próprio é que todos gostam de ter por cá! ?
“Como querem os clubes valorizar os seus activos e tornarem-se rentáveis também financeiramente…”
Caro Francisco Magalhães
Fico extremamente sensibilizado pela atenção que dás à minha teoria, mas efectivamente assim é: os jogadores desde as camadas jovens já estão desvalorizados pelas brincadeiras nas selecções.
É preciso elevar o nível no FUTEBOL PROFISSIONAL e começa-se por afastar as brincadeiras nas selecções que não passam de simples falta de profissionalismo.