Cérebro, o músculo principal

Nuno Manta Santos, treinador do Feirense, já aqui foi chamado anteriormente. Mas merece destaque pela entrevista que dá, hoje, ao Tribuna Expresso.

Cada treinador é único. Admiro os técnicos italianos, como defendem, e os ingleses, em termos de velocidade e capacidade ofensiva. O treinador português é super inteligente. Sabe trabalhar o músculo principal, que é o cérebro, e põe o jogador a pensar

O reconhecimento de que o seu caminho se faz do cruzamento das ideias de muito outros. Não se trata de procurar inventar algo novo, mas sim compreender como podemos conjugar as melhores opções que o jogo e a sua história nos oferece. No centro do trabalho do treinador, o jogador e a sua própria forma de pensar os acontecimentos dentro de campo.

Como técnico principal tenho de gerir todos os elementos que fazem parte do plantel, dos jogadores aos adjuntos, ao departamento médico. Ser a cabeça de tudo e criar bom ambiente para que as coisas funcionem.

Outra vez, a cabeça. A capacidade de liderar no todo. Conduzir as pessoas, dominar o conhecimento, proporcionar as dinâmicas sociais para que o grupo seja uma máquina de rendimento. Um trabalho de exigência, a cada instante.

As regras de disciplina têm de ser iguais para todos, o resto é preciso individualizar o mais possível.

Entender o jogo e o seu jogar é perceber esta constante tensão entre colectivizar o que é colectivo e individualizar o que é individual.

Nuno Manta Santos, enquanto salva o Feirense, vai marcando o seu espaço na Primeira Liga de futebol. A merecer uma leitura atenta.

Sobre Luís Cristóvão 103 artigos
Analista de Futebol. Autor do Podcast Linha Lateral. Comentador no Eurosport Portugal.

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