A proposta ofensiva do SC Braga

Muito se tem questionado o valor das ideias ofensivas do SC Braga. A equipa de Jorge Simão vai consolidando processos mesmo perante algumas baixas importantes.

Estruturalmente, a equipa consegue alterar os seus posicionamentos. O 4-4-2, ainda utilizado em determinados momentos, deu lugar a um 4-3-3 onde coabitam os médios Assis, Vukcevic e Rodrigo Battaglia. No jogo frente ao Arouca, foi este o trio titular. Na frente de ataque, surgia Rui Fonte ao centro, Pedro Santos à esquerda e Fede Cartabia à direita.

No eixo da defesa, as baixas de Velásquez e Ricardo Ferreira têm trazido ao onze dois jovens: Rosic, destro a jogar à esquerda e Artur Jorge a atuar pela direita. Este último tem revelado muitas dificuldades para ligar o jogo da equipa, cometendo demasiados erros no capítulo do passe.

Paulinho à direita e Djavan à esquerda, completaram a linha defensiva.

As ideias que sustentam o processo ofensivo da equipa do Braga são bastante claras. Existem muitas cautelas na fase de construção. Os laterais apenas se projetam quando um dos médios baixa para o seu lugar. A procura incessante pelos corredores laterais torna a equipa previsível ainda que comecem a surgir boas combinações nessas zonas. A chegada a zonas de finalização surge, quase sempre, através de cruzamentos para área.

Em casa, contra o Arouca, a equipa foi muito mais esclarecida.

Em Chaves, frente ao Desportivo e sem Battaglia, Jorge Simão baixou Pedro Santos para médio interior. A equipa perdeu imenso e piorou em todos os sentidos. Mais tarde regressaria ao 4-4-2.

Ao contrário do que aconteceu frente ao Arouca, o Braga não se revelou capaz de dominar nem criar com bola. Os posicionamentos e as dinâmicas propostas limitaram imenso a progressão da equipa. Ignorar o corredor central em construção mas sobretudo em zonas de criação fez com que existisse uma procura, quase exclusiva, pelo jogo exterior. As condições com que a equipa chega a zonas de finalização não são as melhores e dificilmente chegaria ao golo.

Numa equipa que necessita de assumir o jogo, a variabilidade ofensiva precisa de aumentar. Caso contrário, o Braga corre o risco de desvalorizar a posse de bola, mesmo quando a tem.

Sobre Bruno Fidalgo 83 artigos
Licenciado em Ciências do Desporto. Criador e autor do blog Código Futebolístico. À função de treinador tem aliado alguns trabalhos como observador.

4 Comentários

  1. Desta vez, creio que isto se resumiria a algo muito básico: a ida de Jorge Simão de Chaves para Braga tornou-se no equivalente classe média do pulo de Paulo Fonseca de Paços de Ferreira para o Dragão e de Marco Silva do Estoril para Alvalade. Para quem ainda não tenha percebido: demasiada responsabilidade demasiado cedo, no percurso evolutivo natural de todos eles.

  2. N vejo jogos do Braga, e nunca tinha ouvido falar deste Paulinho, mas do pouco que mostraste Pedro, mt fraquinho. Fraquinho para qualquer jogador desta liga. Muitas falhas tecnicas, e decisoes mal tomadas. Sempre que fazia algo bem, enterrava-se logo a seguir

      • Nao tinha reparado, normalmente como es tu, assumi que fosses desta vez sem ter confirmado 🙂

        Relativamente ao resto do post, mostra um bocado do que tem sido o Braga este ano, so força bola nos flancos, n ha variação nenhuma no ataque. Um pouco do que tem sido o meu Sporting.

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