Mudar o estilo para vencer. Os malucos da posse de bola.

…porque eu acredito que essa é a melhor maneira de ganharmos os jogos. Todos os treinadores do mundo transmitem as suas ideias aos jogadores porque acreditam que as suas ideias são a melhor maneira de ganhar os jogos. Eu não sou romântico. Quero números e quero ganhar. E acredito que a melhor maneira para ganhar é esta. É claro que quando jogas contra as melhores equipas da Europa eles também vencem porque têm grandes jogadores e foram naquele momento melhores, ou tiveram mais sorte. É claro que vou adaptar algumas coisas em função dos rivais ou de acordo com as características dos meus jogadores

A incessante procura de uma dicotomia “romantismo” / “resultadismo” continua a ser uma ideia verdadeiramente estapafúrdia.

Para separar estilos fará sentido pensar em posse ou jogo directo. Nunca associar conceitos como beleza ou resultado. Porque o conceito do que é “belo” varia de pessoa para pessoa. E sobretudo porque o que está por trás de cada decisão de cada treinador, que promova um estilo ou outro, é sempre o resultado.

Ainda que no meu conceito de belo quando associado a um jogo que se joga com os pés e que tem tanto de um cariz intelectual seja difícil de integrar a correria desenfreada, o choque e a bola no ar em relvados tão apetecíveis, há que perceber quem tem um conceito de estética diferente. Não se pode é de forma alguma continuar  a associar o resultado a determinando estilo. Ou a opção por sair a jogar desde trás, criando condições ao portador para receber bola com melhores condições para recepção e enquadramento, como algo romântico mas não benéfico quando se procura vencer.

Porque o estilo de cada um, tal como Guardiola referiu, é sempre produto da procura pela vitória.

Recordar também como foi questionado Luís Castro pós jogo em Alvalade cujo resultado terá sido um dos mais enganadores nos jogos da presente liga. Curioso que até hoje ainda ninguém se lembrou de questionar os treinadores dos últimos classificados depois de jogos em que as suas equipas não dão dois passes, se não sacrificaria o estilo do bater na frente pelo resultado…

Fantástica ofensivamente a equipa de Leonardo Jardim. Mais uma prova de que a bola é tudo o que deve guiar um processo. Seja saindo mais rápido, porque nas características dos seus jogadores tal será mais vezes benéfico, seja saindo mais pausado.

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PS II – Informação: 
2a Edição da Formação Sportrail. Comigo. “Modelo de jogo e opções de planeamento”. Creditada. 27 de Março das 20 às 23h.

Com debate no final para troca de ideias. AQUI.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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