A organização ofensiva do Benfica – Notas

O jogo do Benfica é, por esta altura, muito menos empolgante do que já vimos esta época. As combinações exteriores e forma como se criam superioridades não surgem com tanta frequência. Na primeira fase de construção, continua a desperdiçar-se muita da capacidade de Lindelof. Os avançados oferecem menos mobilidade, sobretudo em largura. Ainda assim, face a um adversário com uma postura ultra defensiva (sem que isso signifique que defendem bem) o Benfica apresentou dinâmicas que revelam trabalho.

 

Sobre Bruno Fidalgo 83 artigos
Licenciado em Ciências do Desporto. Criador e autor do blog Código Futebolístico. À função de treinador tem aliado alguns trabalhos como observador.

4 Comentários

  1. Até que ponto este menor pendor de combinações ofensivas está relacionado com uma menor frescura física, considerando que à época está a acabar?

    Poderia o André Horta fazer o lugar do Pizzi, ou as dinâmicas seriam necessariamente diferentes e nesta altura da época é arriscada essa opção?

    Note-se: eu continuo a achar que as dinâmicas são boas, e a verdade é que no jogo com o Porto a vitória não aconteceu por azar, porque jogaram o suficiente para ganhar, na minha opinião.

    • Não parece que esteja relacionado com isso, Ricardo.
      Não conheço os porquês do afastamento do André, mas estranho a sua ausência.

  2. Desde o momento em que perdeu Gonçalo Guedes para o PSG, o Benfica passou a ter um processo ofensivo mais previsível, porque a dinâmica entre Guedes e Nelson Semedo, especialmente, era bem mais interessante do que a que existe actualmente com Jonas. Embora seja um jogador muito capaz a jogar entre linhas, parece-me (e corrijam-me se estiver errado) que o momento de forma que Jonas atravessa não lhe permite ainda criar os desequilíbrios que criou no passado. Para além do mais, tem um perfil muito distinto do de Gonçalo – não rompe tanto de fora para dentro, não é tão forte no ataque à profundidade nem arrasta marcações com a mesma capacidade. Feita esta ressalva, diria que a pensar o jogo (e a executar) é infinitamente superior.

    Depois, há uma outra característica deste Benfica que deixa a desejar. Pelo perfil da habitual dupla de avançados (Jonas e Mitroglou) praticamente não existe pressão sobre a última linha do adversário, no momento da saída de bola, o que significa que a recuperação de bola acontece quase sempre em zonas baixas do terreno quando poderia, muitas vezes, surgir em terrenos mais adiantados e capazes de criar mais desequilíbrios. A esse respeito, diria que Jiménez é dos poucos capazes de introduzir essa dimensão no jogo, tal como a equipa está actualmente formatada por Rui Vitória.

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