Este fim de semana tive a oportunidade de elogiar a forma como o Benfica tenta retirar aos adversários, a hipótese de atacarem a profundidade. Na descrição do lance, afirmei também, que a equipa de Rui Vitória pode melhorar a forma como elabora esta “armadilha”!
Já aqui expliquei a minha visão sobre este tipo de ações.
Olhando para o caso do Benfica em concreto e pegando em dois lances recentes, podemos constatar que apesar da boa intenção, existe uma falha de coordenação que pode, em alguns casos, revelar-se muito prejudicial.
É fundamental que os elementos da linha defensiva estejam atentos nestas situações. O olhar deve recair sobre a bola e o portador ao mesmo tempo que estão conscientes da posição do colega pelo qual devem alinhar. Para obter sucesso e diminuir a probabilidade de erro, considero crucial que se reduzam, ao máximo, os tempos de reação perante o encurtamento inicial. Ou seja, toda a linha deve estar preparada para reagir em função de determinado indicador, que deve ser conhecido por todos! Se assim a for, a ação será totalmente coletiva e o movimento estará muito próximo de ser feito em simultâneo.
Em alguns casos, os jogadores do Benfica limitam-se a reagir e, perante algumas falhas de atenção (ou necessidade de recolher informação), nem sempre o fazem de forma rápida. Lindelof apenas reage à ação de Luisão e Grimaldo à ação de Lindelof. O espaço que se abre durante esse período tem sido suficiente para que alguém fique disponível para receber o passe. Reparem no tempo que existe entre a ação de Luisão e o deslocamento do Grimaldo. Um segundo representa muito espaço!
De forma a melhorar este comportamento, acredito que todos os jogadores que compõem a linha defensiva devam conhecer os momentos ideais para encurtar e utilizar a armadilha do fora de jogo. Percebendo esses momentos e, muitas vezes, antecipando-os, é provável que estejam muito mais despertos na hora de agir.
Faltou a tal organização que não se aprende, treina-se.