A 2ª parte de uma exibição brilhante.

A entrada de Raul (não definiu sempre bem, mas só a quantidade de vezes que se mostrou e foi referência para a bola entrar em zonas de criação, justificaram de sobremaneira a presença) e o crescimento de Jonas na parte final da época a trazerem um Benfica apaixonante na recepção ao Vitória de Guimarães. Todos disponíveis para ligar as fases ofensivas. Todos a trabalharem para receber. Mobilidade e ligações constantes a possibilitarem chegada ao último terço a cada instante.

A viagem juntos (passes curtos a possibilitarem a subida conjunta da equipa no relvado enquanto se desenham os ataques), preponderante para a transição defensiva. Perdia e nas zonas onde perdia sempre preparado para recuperar imediatamente.

Referência obrigatória para Grimaldo a crescer de jogo para jogo. Com desequilíbrio individual pela qualidade técnica e agilidade, mas sobretudo pelas decisões. E depois de partir o corredor em condução, sempre a orientar decisão para o corredor central. E para Lindelof que terá feito um dos jogos mais conseguidos da sua curta carreira. Perdeu-se a conta ao número de passes que quebraram linhas adversárias e colocaram os colegas em zonas de criação preparados para provocar situações de potencial perigoso.

Tal como na primeira metade da época, onde somou jogos com qualidade muito elevada, cresceu a equipa de Rui Vitória com o aumentar da mobilidade na frente de ataque. Ter mais gente capaz de fazer mais coisas é determinante. A diferença na forma como liga cada ataque (entrada da bola no último terço de forma apoiada) da primeira metade da época e dos jogos mais recentes, para a do período de menor fulgor onde ia perdendo vantagem pontual, é gigantesca.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

6 Comentários

  1. Finalmente com os jogadores todos, a fazerem aquilo que devem ter trabalhado, ou pelo menos aquilo que o Vitoria queria trabalhar.
    E tão mal que falaram dele no jogo das Antas quando ficou sem o Fejsa, o Grimaldo, o Jonas, o Jimenez e na volta mais algum que não me lembro…
    Como dizia o outro, “Não havia necessidade…”

  2. Não acho que Rui Vitória seja um grande treinador tal como nos habituaram Jesus e Pereira no passado, parece-me um treinador inteligente que sabe o que tem ao dispor e mete ofensivamente a equipa a jogar ao belo prazer dos jogadores. Depois defensivamente, segue a escola Portuguesa de saber fechar as equipas como deve ser quando é pedido. Basicamente é um treinador bom, sem ser extraordinário que com os jogadores ao seu dispor parece um treinador do nível dos melhores, mesmo não sendo. Além disso, tem uma estrutura em seu redor já muito bem trabalhada durantes anos e anos que o deve ajudar a evoluir e a melhorar como treinador. Acho que é um título justo pelo futebol patético do Porto e pelas escolhas horríveis individuais de Jesus no Sporting. Apesar de ser também os seus méritos, obviamente e de ter demonstrado neste jogo o que o Benfica pode fazer com a absurda qualidade individual a seu dispor.

    • É com cada idiotice que se lê!
      É só burros a comentar futebol! É com cada pérola, minha mãe! Clichés atrás de clichés. A maioria são uns papagaios que repetem o que se vai ouvindo, normalmente de ignorantes como eles. nem vale a pena comentar…
      Se soubessem a figura que fazem, estavam caladinhos.
      Essa do meter a equipa a jogar ao belo prazer dos jogadores já ganhou a idiotice do ano, sob todos os prismas. E as restantes são tão idiotas como essa.
      Nunca mais inventam injecções de humildade…
      Estás a falar do Pereira que contava com Jackson, Hulk, James, Fernando e que anda agora pela segunda divisão alemã? Do mestre da chiclete já nem falo.
      Quantos treinadores portugueses conheces que metam a linha defensiva no meio-campo e consigam juntar linhas como ele?
      Mesquinhices e invejas… enganaram-se todos redondamente e agora que vos mostrou ser muito melhor do que o que pensavam, odeiam-no. O Nietzsche explica isso.
      não precisam de passar este, é só um desabafo.

      • Começando pela argumentação já que o resto é digno de caixa de comentários do Record. Jogar a belo prazer dos jogadores é dar liberdade aos jogadores no ataque para tomarem as melhores decisoes sem nenhuma formatação de movimentaçoes pre-definidas, como, por exemplo, o Jesus faz. Daí jogadores como Bernardo Silva, por exemplo, nunca terem sido aproveitados.
        O Vitor Pereira nunca contou com Hulk e Jackson ao mesmo tempo, usando o Janko ou o Kleber a PL e depois a usar o Varela como substituto do Hulk e tendo um banco horrível com o Defour a 12º jogador, por exemplo. Não se deve avaliar os treinadores pelo patamar onde estão e pelas suas ligas, senão posso dizer que o Zé Mota é um grande treinador porque estava na 1a liga portuguesa.
        Repetindo, o Rui Vitória nao é mau treinador, longe disso, apenas não é um dos melhores treinadores do mundo. É um treinador inteligente que sabe que jogadores usar e que sabe organizar as equipas muito bem defensivamente tal como foi apanagio toda a sua carreira.
        Sobre o Jesus, é um treinador muito bem tacticamente mas que peca imenso no seu caráter pessoal e nas suas escolhas de jogadores. Mérito para Rui Vitória pela sua conquista mas não me convenceu plenamente como treinador. Pode evoluir e fazer-me calar. Até agora não o fez.

      • João, para quê tanta cacetada?…assim vais perdendo a razão quando estás cheio dela, na minha opinião, pois claro….existe aqui no nosso pequeno rectângulo uma grande dificuldade em elogiar o Rui Vitória, os elogios pecam sempre por serem bastante curtos (lá está, minha opinião novamente), não sei se é pela postura gentleman e humilde do RV, então comparada com um passado recente onde o treinador campeão vangloriava-se aos quatro ventos como sendo o maior do Mundo (bazófia), se é dos tempos modernos onde a opinião pública é feita por paineleiros que esgrimem as maiores ofensas para ver quem é o maior, ao RV falta-lhe quase bater nos árbitros e jogadores para ter a consideração devida, porque tudo o resto é obra dos grandes jogadores que o Benfica tem….de resto, não te preocupes João, lá fora, de onde se olha o futebol tuga sem cores, a admiração pelo nosso treinador existe, e é-lhe dado o devido valor…
        …Vou transcrever pele décima vez estas transcrições, para veres João, que não estamos sozinhos:
        – ” Guardiola classifica as águias como “uma equipa de [Arrigo] Sacchi”.
        “É a melhor organização defensiva que há na Europa neste momento. Mas não é uma equipa defensiva, pelo contrário. Coloca a linha defensiva muito subida e pressiona sem parar. Não deixa espaço entre linhas, não cabe um cabelo entre as duas linhas mais recuadas”, analisa.”
        – e depois temos o próprio Sacchi “”Só tenho de agradecer as palavras, fico grato. Mas não será justo dizer que qualquer equipa joga com o sistema deste ou daquele. Jogam ao estilo de cada um. Neste caso do Benfica o mérito é totalmente do seu treinador. Já vi vários jogos do Benfica e compreendo o que Guardiola quer dizer, não é fácil jogar contra um sistema assim, também utilizado por outras equipas”, começou por dizer Sacchi ao DN, dando como exemplo os recentes confrontos do clube da Luz com o Nápoles, curiosamente onde os encarnados sofreram seis golos [4-2 e 2-1]. “O Nápoles soube explorar alguns momentos de desatenção e marcou golos num curto espaço de tempo [três golos entre os 51″ e 58″]. Depois foi tudo mais complicado e o Benfica dominou, fechou-se e marcou golos. Pressionam muito, e bem, e há pouquíssimos espaços para os adversários. Fantástico. Gostei muito”, referiu o técnico.”
        …por sermos poucos, não quer dizer que estejamos errados, a mim me encanta este futebol do Benfica by RV, e o futuro ainda será mais risonho, porque queremos querer que não vai ter tantas lesões, e irá ter mais mística, pelo maior uso de jogadores da Caixa, deste que o LFV não se ponha a vende-los…
        No final de mais uma temporada, gostava de referir o grande trabalho do Manta, Luis Castro, Pedro Martins, Vasco Seabra, Simão (pena o resultadista do Salvador não o aguentar)….e sou da opinião que tal como o Simão, o NES precisa de tempo, e já agora de um plantel mais equilibrado….nos jogadores queria destacar dois que me encheram as medidas, krovinovic e Tiago Silva….e o Geraldes, quando o deixavam pensar/jogar o futebol
        Ao LE um grande obrigado, por me terem ensinado a ver o futebol de uma maneira muito mais apaixonante, foi um voltar à minha meninice, muito obrigado!!!!

        «El fútbol se juega principalmente con la cabeza, y así se ganan los partidos; los pies vienen mucho después» Arrigo Sacchi

        “El fútbol es de los técnicos. Y no me refiero a los entrenadores, sino a los futbolistas que dominan la técnica. Pase y control del balón. Con la derecha y con la izquierda.”
        Johan Cruyff.

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