Big Data na Liga NOS

Salvador Carmona, CEO da Origami Sports, uma empresa espanhol que trabalha com clubes das principais ligas do mundo na análise de jogo, recorrendo à observação e aos dados estatísticos disponíveis para criar perfis de equipas e jogadores, considera que o facto de “o futebol ter muitos mais dados disponíveis do que outras modalidades” não o torna impossível de ser medido estatisticamente. Actualmente, a sua empresa trabalha com uma média de 25 000 eventos que são criados em cada partida para servir os seus clientes com a melhor informação sobre adversários e possíveis contratações, tendo recentemente sido sublinhado o facto de, com os seus dados, terem destacado o enorme potencial da temporada de Kylian Mbappé.

Partimos daí para tentar perceber o que nos diz o Big Data de cinco jogadores da Liga NOS que, não tendo actuado numa das equipas grandes, se tenha destacado ao ponto de ser referido, mais do que uma vez, no nosso site.

Filip Krovinovic, 21 anos, Rio Ave

Capacidade de passe e drible destacados, bem como o contributo em golos para um médio (já destacado pela Goalpoint), ainda que pouco capacidade de passes entrelinhas

Welthon, 24 anos, Paços de Ferreira

Sobretudo um finalizador, com elevada percentagem de conversão de remates.

Iuri Medeiros, 22 anos, Boavista (emprestado pelo Sporting CP)

A sua elevada média de assistências destaca-o no apoio a um elemento mais adiantado.

João Carvalho, 20 anos, Vitória de Setúbal (emprestado pelo Benfica)

Um jogador muito equilibrado e completo, no ano em que chegou à Liga NOS.

Rodrigo Battaglia, 25 anos, SC Braga

A comparação de valores entre o número médio de dribles, perdas de bola e vezes que foi ultrapassado demonstram o facto de ser um jogador de risco (o que terá sido influenciado pelo jogar das equipas em que evoluiu)
A chave da observação destes jogadores passará, também, sobretudo, pela forma como serão passados estes dados e características para as novas equipas em que possam evoluir. Mas ficam apresentados os dados para a discussão. Quais deles verão confirmado o seu potencial em 2017/18?

Sobre Luís Cristóvão 103 artigos
Analista de Futebol. Autor do Podcast Linha Lateral. Comentador no Eurosport Portugal.

5 Comentários

  1. Bom dia,

    Com o devido respeito pelo trabalho desses senhores, detesto ver os jogadores resumidos a um gráfico.

    Podem reflectir alguns aspectos do seu jogo e dar a mostrar algumas das suas qualidades /defeitos.

    Mas só um exemplo extremo, o Teo Gutierrez.

    Se fizermos o gráfico dele da época anterior, teria gráficos de elevada qualidade, mas e depois? E a não existência dele nos treinos, as ausências, o pouco profissionalismo? Isso não vem no gráfico.

    Como ferramenta de apoio para o treinador do jogador, até posso perceber, como auxiliar para contratações, por exemplo, já acho péssimo.

    Um abraço

    • Bom dia,

      Isto não é resumir um jogador a um gráfico, isto é uma análise que deixa de fora as selfies, as impressões, o “eu até gosto dele”, ou o efeito Éder/kelvin, em que que um jogador não joga nada, mas depois marca um golo importante e já é considerado muito bom. O pouco profissionalismo é fácil de averiguar, toda a gente sabia do “feitio” do Teo Gutierrez.

    • Gonçalo, acho que ninguém está a reduzir os jogadores a um gráfico. O mais importante é perceber se este tipo de recolha de dados permite um estudo mais “unbiased” da performance de um jogador. Acima de tudo há que considerar os contextos e usar este tipo de informação como um suporte à decisão. Se funciona em tantos desportos e outras aplicações porque não no futebol?

      Cumprimentos

  2. Se no basket a percentagem de acertos de lançamentos de determinada zona é a chave do jogo, se no basebol as vezes q s acerta na bola é o que dá pontos, no futebol americano a velocidade de transporte de bola e os metros percorridos fazem a diferença, no futebol a multidisciplinaridade do jogo e as suas variacoes sao tao grandes que as estatisticas sem uma analise do porque destas nao servem para muito. Vejamos um jogo de uma 2a divisao portuguesa, e um jogo do barcelona de guardiola e o desporto em si nem parece o mesmo. Agora, se com um modelo de jogo definido, conhecendo ao detalhe os modelos de jogo das equipas a enfrentar durante a epoca, podemos ter uma ideia das caracteristicas de jogador que precisamos para atingir o sucesso.

    Posto isto, dou o caso de Fellaini que nc poderia jogar num modelo de guardiola com n10, e foi devido a ele que o man.unt levantou uma taça Uefa.

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