Lições de bem defender. A arte da inteligência II. Último lance do Vitória no Jamor.

Um canto ofensivo. Perda. Transição ofensiva rápida com saída em contra ataque.

Muito espaço e possibilidade do Vitória levar o jogo para prolongamento.

Porém, uma lição de boas decisões dos dois jogadores encarnados que na transição defensiva sobravam atrás da linha da bola, a permitirem que o lance terminasse ainda bem longe da finalização.

Com imenso espaço nas costas e perante velocidade desmedida de ruptura (para receber passe de Marega), Lindelof e Nélson a baixarem metros a grande velocidade (encurtando espaço para o guarda redes), para que quando surgisse a Marega o momento de fazer o passe, este já não pudesse ser muito esticado sob pena de Ederson intervir. Ou seja, quando chegasse o momento do passe, por cima já não entraria porque terminaria no guarda redes, por entre defesas também teria de ser esticado e dificilmente deixaria de ser de Ederson, deixando como possibilidade maior o passe entrar por fora dos defesas e portanto mais desenquadrado da baliza e não eliminando defesas.

Para além de que este baixar rápido permite demasiadas vezes para além do proporcionar mais condições de sucesso a quem está atrás da linha da bola, a recuperação defensiva de quem está à frente da linha da bola.

E mais uma vez, o melhor defesa central da Liga, que curiosamente não aparece nos seis primeiros centrais com melhores dados estatísticos da Liga, a resolver uma situação de potencial incrível para a equipa adversária. Tudo sem tocar na bola. Tudo porque decidiu bem. Tudo porque o que mais importa quando defendes não é intervir. Não é cortar ou cabecear. Mas sim controlar investidas adversárias condicionando-lhes decisões. E isso, não é mensurável…