O maior dos ladrões

Benfica's head coach Rui Vitoria reacts during the Portuguese First League soccer match against FC Porto held at Dragao stadium in Porto, Northern of Portugal, 20 September 2015. FERNANDO VELUDO/LUSA

Analisamos o nosso processo e comparamo-lo com 7 equipas na Europa. Avaliamos e observamos essas equipas e vemos a sintonia com a nossa equipa.

Rui Vitória

 

O melhor treinador é o maior dos ladrões

Fabio Capello

O ano da emancipação do modelo de Rui Vitória, coroado com três dos quatro troféus nacionais. E quanto do ter perdido o único que não venceu terá contribuído para a vitória final? Jogando com os menos utilizados na partida da meia final perante o Moreirense, e com resultado e exibição altamente insatisfactorios, aumentou a legitimidade nas primeiras escolhas e terá tornado bastante mais fácil a gestão do grupo.

Se na primeira temporada, independentemente duma pontuação recorde sustentada numa quantidade infindável de resultados que chegaram no rasgo individual de Jonas, pareceu sempre mais indefinido entre aproveitar totalmente o muito bom trabalho anterior realizado por Jorge Jesus, ou trazer novidades, a segunda época traz a emancipação do modelo de Rui Vitória.

Beneficiou do trabalho de excelência naquilo que é para um treinador mais complicado de conseguir. A coordenação da última linha nos movimentos de subir ou baixar, em função das referências. Não o desaproveitou e até na segunda época muita da qualidade da melhor equipa portuguesa nessa variável específica transitou de anos passados.

Emancipou-se porque seguiu por outros caminhos em outras fases. Em outras variáveis. E que se revelaram excelentes decisões!

A decisão por ser uma equipa menos pressionante, mas mais organizada na sua linha média e a forma como aproxima linha defensiva da linha média proporcionou o melhor registo defensivo em várias décadas ao SL Benfica. Na construção adversária opta por manter os quatro médios juntos, em detrimento do anterior pressing com um dos médios centro mais adiantado. Um estilo mais conservador, que se expõe menos foi uma das diferenças da equipa de Rui Vitória para anos transactos.

Também em organização ofensiva, não perdendo muitos dos posicionamentos de outrora (largura dos laterais, extremos dentro, saída na construção a três), trouxe novidades com alguns posicionamentos e movimentos dos laterais, mais interiores, que se podem observar por exemplo no modelo de Pep Guardiola em Munique.

Video editado pelo caro amigo José Carlos Monteiro – Treinador de Futebol.

Se a versão mais adulta apresentada depende mais das características dos próprios jogadores (ter Pizzi e Jonas a ligar o jogo será sempre diferente de ter Enzo e Rodrigo, por exemplo. Independentemente da qualidade de uns ou outros, as características individuais modificam decisões. Uns com mais pausa, mais calma e portanto menos perdas. Outros provavelmente com capacidade para furar linhas e trazer mais desequilibrio, mas também mais perdas por um jogo mais rápido e sôfrego), a forma como resolveu a ausência do seu melhor jogador de grande parte da época demonstrou capacidade para ter um modelo mais variável e capaz de se ajustar ao que cada individualidade traz.

Rui Vitória pode não ter o carisma de outros. E não terá entrado no SL Benfica da melhor forma, embora se deva reconhecer que suceder a um treinador com o percurso incrível, quer no número de troféus quer na forma como modelou todo um jogar específico, seria sempre tarefa hercúlea. Todavia, depois da confiança conquistada pelos troféus da primeira época, trouxe alterações para o seu modelo que se revelaram decisivas para uma época de sonho para o SL Benfica. Demonstrou capacidade para se adaptar, para procurar evoluir num modelo até então fechado.

Rui Vitória, é pois claro, o treinador do ano em Portugal. E a prova de que é sempre possível continuar a evoluir. Desde que haja vontade.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

38 Comentários

  1. que foi a qualidade dos jogadores que ganhou tudo kkkk, ele deve ter deixado de vir ao blogue. Basta ver nos golos o modo como trocavam a bola no ritmo certo e atraíam os jogadores do Vitória para fora, para a bola entrar em Jonas com tempo e espaço para decidir, para perceber que ofensivamente o Benfica foi uma equipa boa e com ideias do ponto de vista colectivo, sem comparação possível com o segundo classificado, que jogava quase apenas no desespero e no charuto para o Soares, que é um Depoitre melhorado.

    • Pedro, editei o teu comentário porque nao aceito aqui esse tipo de criticas a uma pessoa fabulosa…c um entendimento mt grande do jogo. E q alem disso é um bom amigo q estimo. As pessoas teren opinioes diferentes n dá esse direito…

      Espero q percebas

      • Convém esclarecer algumas coisas: 1. Qualquer pessoa pode ver a sua opinião escrutinada, sobretudo opinion makers; 2. Nunca toquei na vida pessoal de ninguém (de que aliás nem saberia falar), só em opiniões; 3. O que penso de opiniões dos outros não vincula ninguém do blogue, obviamente (mas entendo que queiras deixar isso claro); 4. Criticar uma opinião não implica uma intolerância ou um desrespeito com a pessoa que a tenha; 5. E se critico é, aliás, por respeitar as opiniões da pessoa em causa, assim como por pensar que este pode ser um espaço de debate; 6. Não acho que RV seja um grande treinador, mas teve uma grande herança que tem sabido aproveitar e ajustar aos jogadores e às suas ideias; 7. Comparar treinadores que trabalham em contextos diferentes é sempre complicado e injusto; 8. Mas olhando para o trabalho das duas equipas em causa, não entendo como certas conclusões se podem tirar. Não entendo, permito-me rir, mas respeito, e nunca fiz juízos de intenções.

  2. Acho que há poucas frases mais geniais do que esta:

    “Good artists copy, great artists steal.” Picasso

    Roubar, para mim, é aproveitar trabalho de outros e fazer um upgrade ou uma evolução relevante no seu meio.

    Provavelmente, Rui Vitória é mais copiador que ladrão no campo táctico, mas isso é suficiente aliado a outras componentes na gestão da equipa. JJ pode-se dizer que já foi um ladrão no campo táctico, mas bastava-lhe copiar o que Rui Vitória faz na gestão emocional de equipa para não ter certos problemas como o desta época. Acho que há melhores exemplos, por ex. Guardiola ou Marco Silva parecem ter um óptimo equilibro na relação táctica vs gestão emocional da equipa.

    Os génios sempre roubam, mas às vezes basta copiar.

    • «mas bastava-lhe copiar o que Rui Vitória faz na gestão emocional» – Em três palavras im-po-sível!

      Eh pá é mesmo a questão do burro velho não aprender linguas. RV e JJ estão a escrever o manual de instruções para os futuros treinadores em Portugal. Os Ricardo Soares, os Nunos Manta e outros que tais terão forçosamente de ter a capacidade de implementar um sistema de um, com a gestão humana do outro. E terão de admirar a humildade e inteligência de RV em reconhecer que falha, ouvir quem está à sua volta e adaptar-se.

      E aquela coisa das 7 equipas? Já se dizia em alguns círculos “copiar de uma fonte é plágio, de muitas investigação”.

  3. Observou e copiou rotinas de 7 equipas em toda a Europa?

    E a sistematização e operacionalização no treino?

    Desde que não tenha sido só por os jogadores a ver a interpretar vídeos dessas 7 equipas…A verdade é que a equipa muda de acordo com quem joga, sobretudo do meio campo para a frente. Jogadores pisam terrenos diferentes de acordo com a sua predisposição “natural”. Se calhar analisaram equipas a mais e cada um assimilou o que gostava mais.

    Criar é do caraças, mas dá um trabalhão…

    • “E a sistematização e operacionalização no treino?”…vai ver o post seguinte a este, do Lindelof ….as declarações do Sacchi, do Guardiola (já vi que não lês o que os outros postam, para ti só vale as tuas ideias, não é um dialogo, é um monólogo narcisista, e no fim ainda dás cacetada)…
      “A verdade é que a equipa muda de acordo com quem joga, sobretudo do meio campo para a frente.”….e contra quem joga, não deveria ser assim?
      “Jogadores pisam terrenos diferentes de acordo com a sua predisposição “natural””…quem joga o jogo??
      “Se calhar analisaram equipas a mais e cada um assimilou o que gostava mais.”….na realidade deveriam só ter analisado a equipa de JJ, nele se encaixa tudo, joga o jogo, dá a táctica, é adepto, é árbitro, é inventor, é artista, é tudo, tudo,no fim ainda vamos descobrir que ele é que inventou a bola…mas para mim (opinião pessoal, construída à base de post’s que vou lendo no LE, e em pdf’s de treinadores de nomeada que gamo na internet)não vale nada, só tenho pena que não tenha ido para o PSG, para que a evidência viesse à tona….
      “Criar é do caraças, mas dá um trabalhão…”…és tu, JJ??

      • 1 – O post seguinte é óptimo e só mostra a qualidade brutal do Lindelof e do Nélson. Lisandro não teria adoptado o mesmo comportamento – era o que estava a tentar explicar. E também disse que a aleatoriedade era sobretudo para comportamentos com bola do meio campo para a frente. Tal como está num comentário descrito a equipa do benfica sem bola até adopta muitos comportamentos do passado e daí a grande importância e a óptima época de Luisão…
        2- Só os jogadores jogam, mas quando sistematizas movimentos para dar ao portador o máximo de opções estás mais próximo do sucesso. Óbvio que a decisão pode não ser sempre a melhor e nisso o jogador tem de ser 100% responsabilizado mas vais sempre estar mais perto de ganhar do que sem modelo e sistematização. Vais estar muito mais exposto ao acaso. Se és adepto do Benfica facilmente consegues ver que Enzo, Gaitan ou até Rodrigo atingiram níveis no Benfica que não conseguiram atingir noutra qualquer equipa. Não é acaso. A sistematização não diz ao jogador que quando recebe a bola em posição x tem de executar y, diz sim que quando a bola chega a posição x os outros colegas se vão mover para dar a opção a, b e c. Cabe ao jogador optar pela melhor decisão em função do tempo e espaço e até posicionamento e orientação de movimento do adversário. Muitas vezes a melhor opção é não meter passe e simplesmente progredir.
        3- Não tenho grandes dúvidas que se arriscaria a ser campeão no PSG. Dá 15-0 ao Emery.

        Em relação ao resto não são perguntas portanto não vale a pena abordar. Espero que tenha sido mais claro desta vez.

        • 1- São opiniões, eu não acho…acho os comportamentos do presente bem distintos do passado, o sobe e desce das duas linhas atrasadas, com o mínimo de espaço entre elas, onde mal cabe uma agulha, é comportamento do presente, assim como o comportamento muito mais interior dos laterais, e não acredito que tenha só a ver com as suas características….e sempre temos o facto de esta época ter sido bastante atípica, em termos de lesões, o que não permitiu muita mais evolução, como teres 4 opções para sair com a bola (Lindelof, Pizzi, SemMedo e Grimaldo)..mas lá estão são opiniões….
          2- Enzo, Gaitan e Rodrigo, são belos exemplos para aquilo que eu penso do JJ, será que conseguiram atingir os mesmos patamares fora das garras do JJ??…a mim parecem-me que jogadores “limitados” na “inteligência” do jogo quando saem das garras do JJ, pouco ou nada dão, Sálvio parece-me mais um exemplo (se bem que RV está a tentar dar-lhe outras valências), e os que pensam o jogo, pouco ou nada jogam com o JJ, só assim se compreende CApdevila, Wass, Matic (que só jogou depois de Javi sair), Miguel Vitor (que acho um bom defesa central) e outros que agora não me lembro…ou seja, na minha opinião, JJ falha logo num principio básico, lá dentro quem joga são os jogadores, quem resolve os problemas lá dentro (e não há um igual ao outro) são os jogadores, JJ é demasiado rígido, e os jogadores demasiado mecanizados, logo origina um jogo pouco versátil para responder aos vários momentos do jogo….duvido que Grimaldo (lembram-se de JJ dizer que Nolito vinha de uma equipa B, como que a diminuí-lo?) e Lindelof, por exemplo, calçassem com o JJ…
          3- PSG tem muito jogador a pensar o jogo, por isso e tendo em conta a minha opinião à cerca do Homem, duvido que desse 1, quanto mais 15…

          Quanto ao resto, é brincadeira, se ofendi de alguma maneira peço desculpa, mas é que na 1ª vez que postei (com o nome de Pedro, agora virei para Crack :)definitivamente) deste-me uma cacetada do Sérgio Ramos e um túnel de um jogador que eu nem conheço :)….
          Para terminar, qual é a tua opinião à cerca do Xico Geraldes?

          • «e outros que agora não me lembro»

            Um defesa esquerdo chamado Bernardo Silva. Parece que o tipo sabe dar uns toques na bola…

          • Não cabe uma agulha entre as duas linhas porque defendem mais baixo. É muito mais díficil denfender alto do que baixo…vê o exemplo do jogo com o Rio Ave há umas semanas.

            se achas Gaitan e Enzo limitados e pouco inteligentes então não estamos mesmo a falar do mesmo jogo.

            O Xico é um excelente jogador, tal como o João Carvalho ou até o Horta. Têm muita qualidade mas ainda não têm espaço. Além do mais a este nível isto não é jogar peladão, os jogadores chegam e têm de adquirir todas as rotinas da equipa em todos os momentos do jogo. Sobretudo na posição específica em que estes jogam. Certamente que irá ter mais minutos para o ano do que o João Carvalho no SLB.

    • Concordo com isso, mas não há algum mérito em imprimir alguma fluidez consoante as características dos jogadores por oposição a amarrar jogadores a tarefas rígidas?

      Quer dizer, eu sinto que ao JJ nesta fase não é só a questão de ter matéria prima de qualidade inferior, é também exigir que essa matéria prima evolua de uma só forma.

      Por exemplo, num exame de geografia tu podes pedir para um aluno listar os países com os quais França faz fronteira, mas também podes apresentar um mapa e pedir ao aluno que nomeie os países. O conhecimento avaliado é o mesmo, a forma de lá chegar é diferente. Enquanto que a primeira forma de avaliar conhecimentos favorece o aluno que é bom a decorar texto, a segunda por exemplo pode ser usada na avaliação de alunos com dislexia.

      Não se pode aplicar o mesmo princípio no treino? Diferentes característica darão diferentes estratégias? Isso não acabará até por permitir uma maior motivação dos jogadores, por sentirem que a equipa se molda a eles e não têm de ser eles a moldar-se à equipa?

      • Todo o mérito! A capacidade de se adaptar à realidade que encontrou só mostra que é inteligente.

        Eu não acho que o modelo de JJ castre assim tanto os jogadores, sobretudo os mais virtuosos e acho que Gaitan e Aimar também devem discordar. Como disse acima, até é um modelo que tenta dar muitas possibilidades de decisão ao portador.

        Em relação às características dos jogadores. Totalmente de acordo. E dou-te o exemplo do futsal. Se tudo correr como esperado Benfica e Sporting vão jogar a final do campeonato e vai ser extremamente rico do ponto de vista estratégico. Sempre que o Benfica mete o pivot mais forte do ponto de vista físico entra o fixo com apoios mais compridos e a equipa passa a defender em 2×2. Quando ele sai, esse jogador também sai e equipa passa a defender 1x2x1. Isto muda em questão de segundos, sem que o treinador tenha de intervir. Vai haver quase pares definidos e forma dos outros 8 se adaptarem à presença de cada par no campo. E tenho a certeza que a motivação vai ser máxima, mesmo que o treinador apenas atribua uma função a cada um em função das características.

        • Claro que castra jogadores, porque tu só estás a olhar para as opções ao portador quando isso é apenas um elemento de análise numa questão muito mais complexa.

          Pergunta ao Bernardo Silva se ele castra ou não castra jogadores… Ou ao Capdevila.

          E se achas que o Geraldes ou o J. Carvalho não têm espaço no plantel… Então és mesmo o JJ! Até parece que o Sporting tem um grande plantel em termos de opções.

          E se és mesmo o JJ, andas com uma azia de três meses.

      • “Não deixa espaço entre linhas, não cabe um cabelo entre as duas linhas mais recuadas “…Guardiola, novamente e não eram mind games, Del Piero, como comprovam as palavras a seguir de Sacchi, “Só tenho de agradecer as palavras, fico grato. Mas não será justo dizer que qualquer equipa joga com o sistema deste ou daquele. Jogam ao estilo de cada um. Neste caso do Benfica o mérito é totalmente do seu treinador. Já vi vários jogos do Benfica e compreendo o que Guardiola quer dizer, não é fácil jogar contra um sistema assim, também utilizado por outras equipas” e mesmo, ainda “O Nápoles soube explorar alguns momentos de desatenção e marcou golos num curto espaço de tempo [três golos entre os 51″ e 58”]. Depois foi tudo mais complicado e o Benfica dominou, fechou-se e marcou golos. Pressionam muito, e bem, e há pouquíssimos espaços para os adversários. Fantástico. Gostei muito”…
        Porque é que o Gaitan tem jogado pouco? Porque é que o Salvio não se impôs no Atlético? Quanto ao Enzo, parece-me que até (por ser muito mais novo) o André Gomes se impôs mais, fruto da sua inteligência e técnica, Enzo tem muita intensidade, mas, na minha opinião, falta-lhe pausa, sinónimo de alguma falta de inteligência (entenda-se de jogo)….
        Gosto muito do Xico, mas com o JJ não vai calçar….por isso regista aí essa de que o Xiqco vai ter mais minutos do que o João Carvalho, vale uma mini?…
        Mas hà mais, qual foi a melhor época de JJ no Benfica? Estaremos de acordo que foi a 1ª?…com Ramirez na direita e Pablito a 8 (por assim dizer), com Di, Saviola, Luiz, etc….jogadores que já lá estavam, e que como mais valias que eram, foram rápidamente vendidos (Aimar não incluido 🙂 ), depois começou a chegar o jogador estereotipo JJ, bom fisicamente, alguma técnica, intensidade, e a qualidade foi diminuindo….no Sporting idem, idem, João Mário na direita, porque não tinha nenhum extremo, e equlibrio novamente montado, foi-se o João, ficaram-se os extremos, foram-se os equlibrios, porque nunca vi os extremos do JJ a fazerem muito jogo interior (onde a baliza mora) e ou permutas….bueno já me perdi e tenho que fugir….até à próxima, porque este LE me encanta!!

  4. Continuo mais do q convencido q sem a base do JJ……

    Mas sem duvida q ha mt mérito na forma como aproveitou e continuou a modelar c mais liberdade

    • Concordo. Até a questão de tirar partido do pé do Ederson e bater directo no “Cardozo/Dost/Slimani/Raul”. Os 4 de trás comportam-se de forma igual no controlo de profundidade.

      A maior variação sem bola foi mesmo introduzida pela capacidade do Pizzi de estar mais perto de Fejsa e pela incrível capacidade do Cervi de fechar dentro e aproximar dos restantes dois. Mas isto já não era pedido a quem ocupava a posição do Cervi, por exemplo. Não estava sistematizado.

    • Concordo com quase tudo o que dizes Maldini mas neste momento sobram 10 jogadores do tempo de JJ, sendo que apenas 4 deles são titulares (Luisão, Salvio, Pizzi e Jonas), logo onde anda a tal base do JJ? São estes jogadores? São as gravações dos treinos? Os comportamentos treinados pelo JJ ainda subsistem? Pergunto isto por que já passaram 2 anos e acho impossível que os treinos tenham o mesmo fundamento do RV para o JJ, por pensarem diferente a muitos níveis. Abraço e continuação de bom trabalho.A única coisa que acho que ajudou RV foi pura e simplesmente a questão do Benfica estar habituado a ganhar nos 6 anos com JJ. Abraço e continuação de um óptimo trabalho.

      • Ja nao sobram muitos, verdade… mas repara… ano passado defesa começou com 3 de 4 de jj… foi entrando depois… lindelof… q entrou a ter de se adaptar ao q ja outros 3 faziam… qd grimaldo entra… ja lindelof fazia o q se fazia antes … ele n teve… mas entrou c luisao Almeida e Eliseu (inseriu.se)… entao grimaldo entra na equipa ja entrosada tb…

        É verdade q n sobram mts.. mas nc houve revolução. Quem entrou… entrou aos pcs p cumprir c comportanentos consolidados q vinham de trás

        • Concordo e tenho exatamente esta ideia deixada por ti Maldini. Queria te fazer duas perguntas,se não te importares..1. Achas que no início quando o Rui Vitória chegou ao Benfica tentou implementar alguma ideia de jogo pessoal e só depois percebeu que o melhor era explorar as bases deixadas por JJesus ? 2. Porque achas que o Sporting teve tantas dificuldades esta época mesmo perdendo “apenas” dois jogadores ( Slimani e J.Mario)? Deveria ter sido mais fácil enquadrar 2 jogadores numa equipa que já jogava bom futebol..

          • 1 – Acho que tentou ficar muito preso a coisas que ainda não dominava tão bem, como as que JJ deixou (afinal n era dele o modelo!) Hoje é! mesmo herdando muito
            2 – Não creio que a explicação correcta tenha a ver com táctica! E portanto tudo o que poderia dizer seria pura especulação!

        • Ok, verdade que na defesa houve uma “reciclagem” gradual que permitiu essa passagem de conhecimento. Não tinha pensado dessa forma. Isso significa que o RV partilha, talvez, mais ideias com JJ do que pensava, apesar de a forma como se treina e motiva ser muito diferente. Abraço

    • Rui Vitória ter beneficiado imenso de uma base de Jorge Jesus, faz todo o sentido para mim pela ideia que tenho da principal característica do trabalho de Jorge Jesus: garantir a cada jogador várias opções pré-definidas a fornecer pelos seus colegas. Uma liberdade condicionada (por restrições posicionais?) que valoriza aos olhos dos jogadores a tomada de decisão como forma de expressão individual. Dando depois um pouco mais de liberdade a cada um dos jogadores, esses pequenos treinadores, e eles evoluirão no sentido anteriormente indicado. Ou seja, aos jogadores sofreram uma evolução paralela ao treinador, libertando mais a sua imaginação, a partir de uma base não caótica. Corrijam-me sff neste ponto.

      Agora, tendo em conta o destaque que Jorge Jesus recebeu no ano anterior, seria igualmente importante perceber o que mudou, e já agora utilizando a mesma questão: como geriu esse treinador a herança deixada pelo seus antecessores?
      Não sendo o LE um serviço de análise táctica a pedido, tenho que forçosamente responder à minha própria questão: a herança que Jorge Jesus esbaratou foi a selecção dos jogadores. Pois se desde já a pré-época Podence parecia a maior promessa – para consumo imediato – do Sporting, o desinteresse disfarçado por este jogador desde o seu retorno (uma manobra expedita para sugerir um interesse na formação que o treinador efectivamente não tem), como como de Francisco Geraldes, sugere que, mais do que a procura do treinador duma tipologia atlética nos seus jogadores, é o evitar de uma criatividade nos jogadores do miolo, que limite a visão de jogo e a tomada de decisão do próprio treinador.

      Nota importante: o destaque repetido às successivas falhas do segundo classificado em ocupar o lugar do primeiro, feito a partir de fontes ligadas ao segundo, faz esquecer que o futuro campeão chegou a ter larga vantagem a meio do campeonato, e se a perdeu, tal deve-nos fazer guardar na memória aquilo que não se deve fazer: vender a meio da época o jogador cujas caracteristicas serviram de base para uma grande mudança da forma de organização da equipa. Estou a pressupor que essa mudança foi tomada a partir da decisão da substituição de Jonas, lesionado, por Gonçalo Guedes.

      Obrigado por todas as ilustrações tácticas e estratégicas.

  5. Aproveitar o k de bom tem uma ekipa deixada por outro treinador, só revela inteligência e precoceito 0 da parte de kem continua o caminho.

  6. No futebol como na vida, há os que estão mais preocupados em fazer alarde do que acham que sabem e os que estão mais preocupados em identificar o que não sabem.
    Há também os que estão sempre à procura de quem tem sempre novidades para dar e que acham vazios os que estão mais preocupados em ver e apreender do que em dizer coisas.
    Felizmente acontecem destas coisas para muitos terem a oportunidade de se reposicionar, tanto dos que gostam e atuar como dos que gostam de observar. Mas no futebol como na vida, uns aprendem outros acham que sabem.

  7. Maldini, viste a entrevista de hoje do Rui Vitória? Acho que foi grande entrevista.
    Abordou temas como posicionamentos defensivos quando jogava com Pizzi, Jonas e Mitroglu. Abordou questões já faladas por aqui de lateral a entrar por dentro ou por fora.
    Noto uma clara evolução desde o 1º minuto que vi a equipa jogar até aos dias de hoje. É entusiasmante ouvir 1 treinador a falar sobre futebol e sobre questões táticas da equipas, ou até sobre jogadores que encaixam ou não no modelo de jogo. Tal como referiu que o Luisão pode ser mais lento fisicamente que os restantes jogadores, mas pensa mais rápido, logo tem vantagem.
    Achei a entrevista muito produtiva e achei 1 upgrade enorme. Provavelmente, o Rui já era assim desde o inicio mas nunca houve entrevistas que o fizessem falar tanto sobre o futebol jogado.
    Abraço,

    • O Benfica de RV não tem nada de JJ, nada….Obrigado Tiago, pelo post contra a corrente, não é fácil, e fá-lo com muito mais elevação e simplismo do que eu consigo fazer….obrigado!!
      “Provavelmente, o Rui já era assim desde o inicio mas nunca houve entrevistas que o fizessem falar tanto sobre o futebol jogado.”…eu tenho essa convicção….gostei de cruzar o livro “dele” com um dos All Blacks, há para ali muita convergência….e também gostei muito da leitura do Sacchi ao futebol do Benfica, na minha perpectiva, encaixa na perfeição….

    • Agora confrontam-no menos com a questão do “cérebro”. E claro que a equipa tem uma evolução brutal desde o primeiro jogo, a toada dos centros sem nexo é muito mais reduzida agora do que era há dois anos! 😉

  8. Não estou plenamente convencido das capacidades táticas do RV, mas tem mostrado ser bastante inteligente na “cópia” do melhor que JJ deixou e sem o perfil estranho de jogadores que JJ normalmente escolhe e nisso tem todo o mérito. Além disso, ganha ao JJ na capacidade humana de gestão de balneário, que mesmo não sendo (na minha opinião) tão importante como a tática pode mudar campeonatos. Além disso, parece-me que a estrutura em redor do Benfica e do RV ajuda-o a evoluir cada vez e a melhorar. Vamos ver a próxima época… Será curioso de ver se RV continua a melhorar ou estagna. Seja como for, o Benfica foi de longe a melhor equipa esta época mesmo não sendo brilhante.

    • «mesmo não sendo (na minha opinião) tão importante como a tática pode mudar campeonatos» – Se te pode ganhar campeonatos não é mais nem menos importante, é igualamente importante e não podes afrouxar nisso.

  9. Não acho que a palavra cópia se adequa ao Rui Vitória. O Ancelotti nos últimos anos adapta-se aos clubes onde chega sem mudar muito o seu estilo de jogo e mesmo assim consegue ter relativo sucesso.
    Comparando-o com Mourinho ou o Guardiola este é capaz de se adaptar à realidade e aos jogadores do clube e não ao contrário, o que só revela inteligência.
    Como diz o texto, o Rui adapta-se melhor ao estilo de jogador que tem disponível, sendo que até as variações ocorridas são diferentes, principalmente a quando não tinha jogadores como o Grimaldo ou Jonas.
    Um dos maiores defeitos do JJ é pedir a jogadores diferentes que joguem como ele quer independentemente das suas características, o que leva a um discurso típico que a culpa não é dele.
    Neste momento o Benfica controla melhor os jogos e até nos clássicos há uma clara melhora desde o inicio dele como treinador do Benfica.
    E não esquecer a quantidade absurda de lesões que teve e a falta que fez os extremos não estarem em grande forma, sendo esta a posição que supostamente estaria mais forte ao inicio da época.

    • Nos clássicos o que denoto é uma menor ambição. Nesse sentido recuámos até ao JJ pós manita, no caso dos duelos com o Porto, e muitos mais anos no caso dos jogos com o SCP.

      Não que prefira levar uma tareia por atacar à maluca, mas gostava de ver a equipa a aproveitar melhor algum controle de jogo (os dois jogos na Luz com o Porto, ou o final do jogo de Alvalade este ano, por exemplo) para construir resultados vitoriosos.

  10. Eu acho que discutir a cópia dos métodos do JJ é muito pouco produtivo. E explico.
    Esse era o contexto que ele apanhou. Uma equipa treinada 4/5 anos a jogar de uma forma. Não vai aproveitar o bom?

    Na minha área profissional, que tenho experiência suficiente para ter o meu método, as minhas ideias, os meus princípios e padrões; se chegar a uma empresa nova É LÓGICO, que o primeiro passo é perceber o contexto, como se fazem as coisas e depois tentar mudar, lentamente. Mas a assimilação é mútua: eu partilho as minhas ideias e absorvo ideias do contexto atual.
    Acho que qualquer outra abordagem não só é muito disruptiva, como também altamente contra producente a curto prazo.

    Se eu estivesse nos pés do RV faria precisamente isso: como mudo o mínimo para garantir fluidez e rendimento imediato? Que coisas vou manter e que coisas quero mudar? E em que timming vou mudar?

    Acertando nisto podem chamar cópia ou que quiserem, eu chamo boa gestão.

  11. RV muito inteligente. Se na 1ª época, poderá ter aproveitado o que de bom estava feito, esta época mudou e este Benfica é bem melhor do que o de JJ.
    Seria JJ capaz de fazer o que fez RV, com a quantidade de lesões que teve nestas duas épocas? Por exemplo: Jonas fez 30/40% dos jogos esta época, e sendo ele o melhor marcador do ano passado. Seria JJ capaz de fazer o que RV fez se ficasse sem o Bas Dost durante tanto tempo?
    relembrar que RV nunca foi despedido (apear de ter descido o Fátima, voltou a subir na época a seguir), e ganhou uma taça de Portugal ao JJ.
    E qual o percurso de JJ antes de chegar ao Benfica? Ganhou uma Intertoto, e pelo meio teve uma série de despedimentos.
    JJ não teve no Paços, no Guimarães antes de RV e mesmo assim a qualidade foi demonstrada de forma inequívoca.
    Esta adoração pelo JJ, é surreal.
    É bom treinador? Claro que sim. Mas elevá-lo a patamares estratosféricos é demais.

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