O título do texto não é novo. Já no mês passado havia saído aqui um esboço muito ténue do que poderá ser o FC Porto 2017 / 2018 com Sérgio ao leme. Ténue porque impossível à data perceber que opções terá ao seu dispor. E consequentemente como poderá começar a tomar decisões.
Uma larga maioria das pessoas tem determinada imagem de um treinador e do seu modelo, e parte do princípio que tudo será sempre igual. Sérgio Conceição porque mesmo desde os tempos de jogador tinha um perfil de uma pessoa mais “intempestiva” fica com a mesma imagem associada para a sua carreira de treinador. Com o seu modelo, sucede o mesmo.
Porém, tal não é necessariamente verdade. Bem pelo contrário. A cada contexto, a cada nova experiência, mesmo os treinadores que até então foram bem sucedidos, reinventam-se. Não há treinadores que sejam fechados. Mesmo os que mais se aproximam desse perfil, como Jorge Jesus, por exemplo, também mudam pequenos pormenores. Em suma, pretender olhar para o que fazia qualquer treinador há dois ou três anos atrás e partir do princípio que fará exactamente o mesmo, é algo sem qualquer sentido, exceptuando uma minoria de casos. Não haverá treinadores que não se questionem, que não mudem conceitos e ideias de trabalho para trabalho, de contexto para contexto. Mesmo que o que é geral seja menos passível de ser alterado.
No Nantes, depois de uma pequena paragem que terá permitido inúmeras reflexões, surgiu em 442. Com um modelo diferente dos experimentados até então. E essa é uma prova de que também no caso de Sérgio Conceição não se pode falar de um treinador de evolução fechada.
Nas primeiras declarações, a pretender logo retirar a imagem de que é treinador somente de grito e não de método. Se o provar, ajudará também a que um sem número de pessoas entendam este mesmo texto.
…isto de se ganhar no grito já não existe. O ter raça é importante, o ter ambição e determinação, é importante, mas é preciso mais do que isso.. é preciso INTELIGÊNCIA”
Embora praticamente tudo o que se diz para fora não seja necessariamente sentido, mas dito como forma de manipular, o começo de Sérgio toca no que mais importa.
O primeiro passo para o Penta: Sérgio.
Pode ser que te calhe mal!