Quando Portugal tinha um defesa do futuro

Recentemente a convite do site Bancada recordei um jogo que me tinha sido marcante (aqui).

Recordando o jogo, tornou-se impossível não relembrar o último grande defesa central de nacionalidade portuguesa.

Ricardo Carvalho, um dos mais completos dos últimos anos. Competência incrível a perceber tudo o que se passava ao redor, a mover-se de forma rápida e assertiva em função do que o jogo pedia do ponto de vista defensivo, e um jogador com uma classe tremenda com bola no pé.

Roubar para iniciar transição. Bola sempre jogavel. Bola que não era solta porque sim, mas sempre no timing oportuno, porque é nos defesas que se devem iniciar os primeiros desequilibrios na estrutura adversária.

Ricardo Carvalho, um central que nasceu quase fora do seu tempo. Capaz de jogar em todas as fases e em todos os momentos. E ser-se um defesa ou médio ou avançado completo, é ser-se competente em todos os momentos e fases. E não ser dotado tecnicamente com os dois pés, cabecear bem e ter muita força. Se depois não se coloca tomada de decisão em cima dos atributos individuais.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

14 Comentários

  1. Complementariedades à parte, colocaria o outro central da foto logo atrás. Por acaso, na história recente da seleção (últimos 20 anos), nem temos estado muito mal…

  2. Não vejo no futuro próximo algum central português que chegue a este nível. Parece-me um sector que tem sido difícil de renovar na selecção por falta de qualidade…

  3. Pena que em Portugal este tipo de qualidade não seja propriamente apreciadas.

    Basta ver as dúvidas que foram sempre colocadas em relação ao central que, na minha opinião, mais se aproximou do ricardo em Portugal(Otamendi). E também basta a ver a idolatria dos adeptos do FC Porto em relação ao Felipe,que é o que é porque teve a felicidade de nascer rápido, alto e forte, não sendo de particular qualidade em nenhum dos momentos do jogo.

    Quer-me parecer que a cultura do físico ainda impera muito nesta posição e que isso tem impedido a formação de novos Ricardos Carvalhos e levou a que neste momento a qualidade dos centrais portugueses seja bastante fraca.

  4. Maldini, tenho para mim que o Daniel Carriço terá sido aquele jovem (não hoje) que apareceu com o perfil mais próximo de Carvalho. Que achas?
    Hoje em dia, toda a gente procura o novo Varane, mas, incrivelmente, mais pela características físicas. Antes, centrais queriam-se grandes e duros. Hoje, grandes, rápidos e com alguma saída de bola. 🙂

  5. Sem dúvida… Um jogador fantástico! Incríveis as épocas que fez no FCP e no Chelsea. Lembro-me de ficar de boca aberta com este rapaz.

  6. O Fonte e o Bruno Alves não estão muito longe do Carvalho. Ainda hoje se viu isso, quantas jogadas de ataque não começaram por aqueles passes teleguiados destes dois? Vi tantos passes a rasgar que parece que estava a ver um jogo do campeonato brasileiro…

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