Ao contrário da má impressão deixada pelo Corinthians na partida da Sudamericana, a equipa de Cuca mostrou maiores ligações ofensivas, maior paciência e capacidade para identificar os momentos do jogo. Ofensivamente e naquilo que é colectivo, o campeonato brasileiro parece ainda estar a léguas do seu potencial. Defensivamente, notam-se paulatinamente diferenças para melhor.
O Palmeiras com preocupações no encurtamento dos espaços, com referências zonais a proporcionarem maior segurança defensiva. Notam-se princípios colectivos e jogadores que tentam mover-se e decidir em função dos colegas.
Uma equipa com mais princípios comuns do que o que era habitual há não muito tempo no campeonato brasileiro.
Se defensivamente parece haver abertura para continuarem a evoluir, ofensivamente é determinante que se entenda que o tempo em que tudo era resolvido pelas individualidades já lá vai. E mesmo para um país com tanto talento quanto o Brasil, impõe-se abertura para crescer nos processos ofensivos. O talento e capacidades condicionais não são tudo, sobretudo se o lado cognitivo é desprezado.
Embora os grandes talentos saiam cedo para a Europa, procurar esbater o actual domínio Alemão e Espanhol no futebol mundial, também passa bastante por promover uma evolução do jogo no Brasil. Urge retirar a pressa constante quando há bola no pé, que retira capacidade para tomar boas decisões, e fazer entender que mesmo em posse, o trabalho de quem não tem a bola é importantíssimo para aproximar a equipa do sucesso. Não é somente o portador que tem de levar ao sucesso, mas é quem o rodeia que deve ofertar soluções para que a equipa continue a progredir de forma segura, pelo chão!
Em suma, trabalhar a tomada de decisão e os posicionamentos ofensivos são hoje o que mais importa para fazer crescer o jogo no Brasil. Porque se reconheceram lacunas defensivas, vai notando-se vontade para aprender, e crescimento colectivo sem bola! Porém, o penta campeão tem de manter humildade e sede de crescimento em todos os momentos do jogo!
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Faço um desafio para analisarem o Cruzeiro. Parece-me que o Mano Menezes, com melhores recursos, não está a fazer mais que o Paulo Bento fez.
Interessante pois nesse jogo Palmeiras e Grêmio pouparam os 11 iniciais.