O Bruno Fidalgo, que escreve também no seu magnífico Código Futebolístico, partilhou muito recentemente um pequeno excerto de um video de um treino de pré época do SL Benfica. Do segundo dia de trabalho (época transacta).
Video que corrobora as recentes afirmações de Rui Vitória, sobre a importância de desde o dia um se treinar para se chegar a um modelo pretendido.
O dia dois da temporada encarnada, a demonstrar o que vem sendo defendido por cá desde sempre, e que hoje tão bem os portugueses constroem. Um processo de treino direccionado para o jogo. Para que no jogo surjam as ideias e princípios que sejam comuns a todos.
Jogar para treinar, treinar para jogar. Um 7×7, que proporciona muita intervenção e muitas decisões da última linha. Só com a repetição constante (tão bem promovida pelo jogo em questão) se chega ao comportamento ideal (previamente definido e demonstrado). Só de tal forma se atinge o nível elevado que a competição requer. E não será por acaso que se consegue perceber muito claramente o processo de jogo da equipa de Rui Vitória, a forma como os jogadores se comportam de acordo com ideias e princípios comuns. Tudo nasce no treino, e desde o seu primeiro momento.
Desde o dia dois, o importante a trabalhar, são as ligações e coordenação colectiva. Não há aumentar a condição física só por si para só então se pensar no que virá. Não há trabalho técnico desenquadrado. Treina-se tudo, mas tudo em função de um bem maior. O jogar da equipa.
É na semana que tudo nasce, e o sucesso / competência de um treinador, que se mede pela capacidade que tem para aproximar as suas equipas da vitória, é algo que encontra a sua percentagem maior na criação do exercício e na integração das individualidades no modelo. O fim de semana é sempre mais aleatório, e ao treinador cabe durante a semana dar armas para que se possa ser bem sucedido, sem nunca haver garantias de que não possam surgir contrariedades e imponderáveis.
Longe vão os tempos em que os jogadores entravam em campo para jogar cada um por si. Hoje, as vitórias não dependem somente da inspiração, mas também da qualidade do trabalho.
Em equipas da natureza das que disputam várias competições, que passam por vários períodos com três jogos semanais, maior a urgência para chegar ao que se idealiza do ponto de vista táctico. Maior a importância de maximizar cada sessão de treino no sentido de operacionalizar os comportamentos que se pretendam ver reproduzidos em competição.
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RV, digam o que disserem, em Portugal não tens paralelo….
Está fora-de-jogo!!! 🙂
Pegando na ironia, mas naquilo que o vídeo mostra, as equipas já estarão a treinar o vídeo-arbitro? Acho que este lance seria invalidado em contexto real, faz sentido em contexto de treino haver alguém de fora a invalidar o lance? Até porque está lá um fiscal-de-linha.
Foi invalidado. O adjunto de branco junto à linha levanta o braço mesmo no fim do vídeo.
Se está fora de jogo é porque estão a treinar bem…
Treinar o video-arbitro?! Qual a diferença para quem treina ou joga? As regras do jogo são as mesmas. Há com cada uma.