Médios Centro.
São muitas as opções ao serviço de Jorge Jesus, e ainda algumas incertezas quanto a permanências. Especula-se possíveis saídas de William e Adrien. Há Francisco Geraldes que não parece contar como médio centro, e vários reforços cujo espaço que irão ocupar permanece por se perceber.
William Carvalho. Ficando terá naturalmente o seu lugar seguro. Não é tão reactivo nos momentos defensivos, mas tem tudo o que precisa um médio defensivo de um grande clube. Velocidade e inteligência a decidir. William é um descomplicador com bola nos pés. Aproxima desde a construção a sua equipa dos espaços mais perigosos, e percebe sempre onde há maiores possibilidades de a bola entrar. Controla como poucos na realidade portuguesa o ritmo próprio de cada situação ofensiva.
Adrien. O melhor médio das últimas temporadas em Portugal, se pensarmos na complexidade total do jogo. Defende e ataca com a mesma preponderância. Não erra um posicionamento, entende os momentos e timings de cada partida como poucos, e também na transição defensiva assume um papel relevante, pela inteligência com que aborda cada lance. Não sendo um criativo, tem o perfil mais desejado por Jorge Jesus. Liga bem o jogo, seja em passe ou condução, e é fiável em todos os momentos. Ficando, fará dupla com William no meio campo leonino.
Palhinha. Deverá ser a alternativa número um a William. Muito forte fisicamente, tem o perfil que Jorge Jesus mais gostava para um elemento da posição seis, até conhecer Matic. Trabalhado para integrar o modelo do seu treinador, é um garante de equilíbrios defensivos. Menos capaz para assumir o jogo ofensivo, e portanto não se afigura como uma potencial primeira escolha, mas alguém com utilidade numa época longa.
Petrovic. Não se percebeu totalmente o apagão que teve na equipa leonina na temporada passada. O sérvio tem qualidade técnica e de decisão para servir como âncora do processo ofensivo. O jogador que liga os corredores em cobertura. Deverá ser demasiado caro para ficar no grupo, se a expectativa não for somar muito mais tempo de jogo. É também ele uma opção para a posição seis.
Battaglia. Muito do que poderá ser a sua época a nível individual dependerá da partida de Adrien. Saindo o capitão poderá afigurar-se como alternativa principal ao titular Bruno Fernandes. Muito resistente, Battaglia é um jogador com o perfíl físico que encanta Jorge Jesus, tendo também capacidade para progredir e ligar o jogo ofensivamente. A experiência a jogar em sistemas com dois médios ter-lhe-à valido a presença no plantel. Tem entendimento do jogo mais do que suficiente para também poder ser trabalhado na posição seis.
Mattheus Oliveira. Ainda por perceber o que pretende Jorge Jesus de Mattheus. Com o elevado número de médios mais propensos para jogar no duplo pivot do meio campo, é expectável que Mattheus possa ser integrado numa ala. Muita qualidade técnica e capacidade para decidir assertivamente, ganhando preponderância na forma como liga o jogo desde trás. Menos exuberante fisicamente, o que chocará eventualmente com o pretendido para jogar nas alas leoninas. Previsivelmente, um jogador de plantel, capaz de entender cada posição e poder afigurar-se como alternativa consistente para qualquer eventualidade.
Ryan Gauld. À beira dos vinte e dois anos, ainda sem espaço no plantel do Sporting. Deverá ser emprestado para poder continuar a somar minutos na primeira Liga, tal como aconteceu até Janeiro passado. Do que for capaz de demonstrar na presente temporada, dependerá o seu futuro, que dificilmente passará pelo Sporting com Jorge Jesus ao leme.
Francisco Geraldes. Embora seja médio de origem, não parece contar como médio centro para Jorge Jesus. Perfil técnico e de decisões muito acentuado, Francisco tem o handicap de fisicamente não ter a imponência que pretende para a posição de médio, nem a velocidade para a posição de extremo que pretende o seu treinador. Ficar para ir competindo na segunda liga é um retrocesso que poderá coarctar o seu potencial de desenvolvimento. Mas, o nível Moreirense também já é curto para uma das boas revelações da temporada passada.
Bruno Fernandes. Com um percurso impressionante na Série A, tendo em conta que chegou sem estatuto, a contratação de Fernandes deixa antever uma abertura para a saída de Adrien. É o candidato número um à posição oito do duplo pivot leonino, confirmando-se a partida do capitão. Muita qualidade com bola, e facilidade para mesmo na aglomeração continuar a encontrar soluções, tem nível para ligar com critério a entrada da bola nas zonas de criação, onde também causa impacto na forma como finaliza de meia distância. Capaz de progredir por entre linhas adversárias, como tanto gosta o seu treinador, é candidato a um dos mais utilizados do ano, também pela versatitilidade que lhe permite jogar mais adiantado.
Aparentemente é mais que provável que saia o Adrien e naturalmente será o Bruno a ocupar o lugar. Em termos ofensivos apresenta qualidade, já em situações defensivas falta-lhe a agressividade e consistência do Adrien (atenção que é diferente jogar com o William atrás do que com Danilo/Fejsa).