A combinação dos defesas com os médios é uma boa decisão. Demasiados defesas obrigam a bater um pontapé na frente, e nove em cada dez bolas dessas passam por cima dos avançados e acabam nos pés da equipa adversária
Ersnest Needham, capitão do Sheffield em 1901! Retirado do The Tactical Room
Porquê a organização ofensiva com saídas apoiadas desde trás?
Não somente por estilo, mas por eficiência. Por uma questão de probabilidades. Naturalmente que tudo dependerá sempre do contexto. Da forma como pressiona o adversário, do tipo de jogadores que tens, e sobretudo da forma como se trabalha para receber.
Porém, aproximar do golo é decidir bem a cada momento. Jogar com probabilidades.
Não probabilidades que tragam a notoriedade mas com as que aproximam a equipa do sucesso. Para se chegar com maior perigo à frente, quem lá receberá a bola, tem de a receber “redonda”. Mais fácil de controlar, e de enquadrar. Receber no corredor central, obriga adversário a juntar e dar espaço fora. Se não o faz, há espaço para se poder ser mais rápido (ruptura) até à baliza adversária. Sair por fora, torna mais fácil ao adversário encurralar, porque de um dos lados… não há campo!
E a cada instante há decisões a tomar. Umas aproximarão mais a equipa do golo do que outras. Ser melhor e mais eficiente é decidir bem. É escolher a melhor opção. O colega no melhor espaço. Fazer-lhe chegar a bola da melhor maneira. E para chegar da melhor maneira e ao melhor espaço, quantas vezes é necessário atrair oposição para usar o espaço que se libertou? Realizar determinadas acções para provocar outras no adversário. Jogar com o adversário, enganando-o.
O futebol está muito longe de ser um jogo de correria e intensidade física. Bem jogado, é um jogo do cérebro. De inteligência. De engodo. E naturalmente que muitas vezes é saber quando usar as capacidades condicionais para fazer a diferença. Mas não as ter como centro de um jogar ou de uma ideia.
Quando um treinador defende um determinado estilo, que nunca se pense que o faz em primeira instância por questões “estéticas”. Sair apoiado, não porque é bonito. Mas porque quem o defende, acredita ser um estilo resultadista! Trata-se de jogar com probabilidades! De tomar melhores decisões, de seguir os caminhos mais seguros que nos garantirão bola mais redonda no último terço e já com desequilíbrios provocados desde a rectaguarda.
Ainda que esteja longe de ser as questões “estéticas” o motor. Não se ignore que só ter toda a gente a tocar na bola, e muitas vezes, poderá contribuir para um valorizar das individualidades. E quão importante é nos dias de hoje rentabilizar financeiramente os activos?
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