Conceição prepara o melhor Porto dos anos mais recentes.

É bastante cedo para se poder tirar conclusões que não possam ser precipitadas. Porém, os sinais estão lá todos e são bastante prometedores. Sobretudo se pensarmos naquilo que (não) valia o FC Porto colectivamente na temporada transacta.

Ideias em todos os momentos. Finalmente um jogar pensado para um clube grande, com saídas, posicionamentos e movimentos de clube grande! Soluções que se movem para dar saída para o ataque de forma apoiada.

Se poderão haver dúvidas sobre a capacidade para ligar o jogo dos dois avançados (Aboubakar não esteve mal, mas não tem a criatividade e qualidade técnica que permite o provocar de desequilíbrios constantes em espaços curtos), Conceição compensou tais dúvidas, puxando os alas para dentro para contribuírem com opções para o jogo fluir. À direita Corona aparece como interior na saída de bola, formando-se um triângulo no meio campo (Danilo como médio mais defensivo e Óliver à sua esquerda), e Otávio à esquerda move-se para dentro para o espaço entre sectores adversário, convidando Telles a assumir todo o corredor esquerdo. Posicionamentos dos médios e alas, muito próximos da dinâmica que Vitor Pereira procurou com James a 10 ofensivamente, quando sem bola era ala.

Defensivamente, muito melhor a ocupação dos espaços do que na temporada passada, mesmo com tão pouco tempo de preparação. Equipa mais junta, sem depender em demasia da capacidade individual dos de trás para ganhar duelos e resolver problemas. Pressing na construção adversária com subida de Óliver (como faz o Sporting com Adrien).

Com um FC Porto, mais junto, mais inteligente, mais combinativo e associativo, a procurar progressão apoiada, por dentro e por fora, a emergir Óliver Torres. O espanhol a mostrar nos jogos de pré temporada que poderá finalmente cumprir o seu destino. Mostrar-se como um jogador qualitativamente preparado para se mudar para um tubarão Europeu. É impressionante a forma como liga todas as jogadas, como não perde uma bola, como vê mais que todos os outros.

 

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

5 Comentários

  1. Esquecendo aspetos extra-futebol muito especulados mas pouco conhecidos, que bem encaixaria Quintero naquilo que agora é pedido ao Corona, não?!

  2. Vi o jogo até aos 60min, e fiquei agradado. De facto o Óliver jogar muito. Pode ser espaço reduzido, pode ter pressão, na maioria das vezes ele lá arranja uma solução e põe a equipa a jogar.

    Pareceu-me que houve um pequeno excesso de passes longos a mudar corredor neste jogo, mas talvez potenciado pelo Guimarães a fechar corredor central num bloco baixo (se bem que esse será o padrão dos adversários do Porto)…

    Com esta dinâmica, mesmo que o Porto passe por períodos em que não consegue construir tão bem (contra o Guimarães esteve bem, mas teve vários momentos que não conseguia enquadrar no espaço entrelinhas), tem sempre a solução de cruzar para pelo menos 2 gajos fortíssimos na finalização.

    Achas que o Porto poderia beneficiar se no momento da construção o Oliver baixasse para 6 (não baixando para meio dos centrais, ocupando posição 6) e o Danilo subir um pouco, “escondendo-se” mais da bola?
    (um pouco como faz o Real com o Casemiro)

  3. Naquele último lance, parece me que a linha defensiva está muito recuada e que por isso o Vitória saiu fácil. O controlo da profundidade e da largura poderia ser um bocadinho melhor na minha opinião, mas quem sabe ainda venha a melhorar. Para já, do que tenho visto, é uma evolução gigantesca face ao ano transacto. A ver vamos

  4. Mantenho algumas reservas pela forma como é feita a pressão alta. Os avançados, e o Soares em particular, não são inteligentes na forma como se movem em contenção. Por isso subiu o Oliver, e quando se junta a eles o Octávio está o caldo entornado.

    Estava pior nos jogos no México, o que demonstra evolução. Mas parece-me que vai ser outro ano de muito trabalho para o Filipe e Marcano.

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