Fejsa, o homem forte. Pizzi e Jonas, os pensadores. Entrada do Benfica na Liga.

Há no Benfica três jogadores que dão vida à equipa. Não que o Benfica ainda não tenha vencido na sua ausência, mas são três elementos que elevam o jogo encarnado para patamares qualitativos muito elevados, na realidade nacional.

Fejsa é o homem das transições defensivas. É impressionante a sua tomada de decisão sem bola, e disponibilidade para cumprir tudo o que visualiza. Vai ligando o jogo em cobertura ofensiva e após a perda tem uma qualidade imensa na percepção do momento ideal para recuperar e travar início de transição ofensiva adversária. Ou recupera de novo, ou impede contra ataque com falta útil. Quando o adversário demonstra categoria para sair com bola do seu raio de acção, garante equilíbrios na recuperação defensiva, mantendo estrutura encarnada organizada. Com Pizzi muito menos competente nos momentos defensivos nos últimos tempos, é o sérvio o garante de uma percentagem muito grande do sucesso da equipa de Rui Vitória.

Pizzi e Jonas, os mais influentes de toda a equipa. É nos seus pés e na forma como decidem que o jogo flui. A pré temporada serviu também para perceber o que não é o Benfica sem Pizzi (apenas jogou contra o Arsenal, naquela que foi a melhor exibição ofensiva da equipa). É o português que mais baixo pensa o jogo, ligando-o com Jonas, o outro pensador da equipa. Juntos desenham, idealizam, imaginam, atraem, executam. Criam condições para que os mais “corredores” tenham um jogo mais fácil. Mais passível de se chegar rápido à baliza adversária. Juntos controlam o ritmo ofensivo de toda a equipa. Lento, lento, lento, e decidem eles o momento de acelerar, fazendo correr e aproveitando o que de melhor os alas (Cervi e Salvio) têm para ofertar.

Da qualidade individual dos seus melhores jogadores, desequilibrou a partida na recepção ao Braga.

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Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

  1. Mais do que todos, Fejsa! Sempre que não joga é um “Deus nos valha” permanente. Não tem, nem teve nunca, um substituto que se lhe aproxime. Continuo sem perceber como é que a equipa técnica do Benfica, continua época após época, a jogar com a “sorte” em relação ao Fejsa (lesões, cartões, etc…) e não prepara alguém que pelo menos consiga fazer 70% do que ele faz. (Samaris? uma nulidade completa, não aprendeu nada com ele estes anos todos).

  2. Primeira vez a comentar mas visitante assíduo à vários anos.

    Este Benfica ofensivamente parece até melhor que o da época passada com a adição do Seferovic que parece-me possibilita muito mais combinações ofensivas que os outros dois avançados do plantel. Jonas está num campeonato diferente.
    Nas alas Cervi a começar novamente bem a época, já por outro lado para mim o Salvio apesar das condições físicas e técnicas bastante boas é um corpo estranho no envolvimento ofensivo da equipa, incrível como decide tanta vez mal, perco a conta às perdas de bola em que ele quer fazer tudo sozinho.
    Fejsa e Pizzi não tem alternativas no plantel porque são de facto 2 jogadores com muita qualidade e alternativas deste nível são caras ou não aceitariam vir sem garantia de titularidade, no caso do Pizzi penso que defensivamente deixa vezes demais o seu parceiro desamparado sobretudo por posicionamento deficiente.

    Ps: Agora que os 3 grandes tem sistemas tácticos semelhantes seria interessante saber a vossa opinião em termos comparativo sobre as duplas de médios que ocupam a zona central de cada equipa. O potencial do Oliver nesta posição de 8 tem me surpreendido (e eu nem sou portista).

  3. Grande análise. A quantidade de vezes em que X dobra Y no posicionamento é incrível! Até mesmo no lance do 1º golo é Cervi a dobrar Pizzi (como podes ver aqui
    Depois tens também aqui um vídeo com a análise global do jogo.
    Quanto às apostas já pus 10€ na combinada SLB, FCP e SCP 😉
    Continuação de excelente trabalho!

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