Cajuda – 0 – Profundidade – 4 –


Guimarães. Quarta Feira, 8 de Janeiro. Ao 4º jogo frente aos grandes, Manuel Cajuda e o seu Vitória 08 / 09, averbaram a 4a derrota (seria 5 em 5, se contassemos com o jogo de pré-época com o Benfica).

A Manuel Cajuda, jamais se poderá apontar o “defeito” de ser um treinador defensivo. Porventura, apelidá-lo de astuto, poderá, também, não corresponder à realidade. Concordo que se todos os treinadores tivessem somente, preocupações ofensivas, o jogo de futebol poder-se-ia tornar, eventualmente, mais interessante. Pessoalmente, em jogos a eliminar, torço sempre por empates, só para poder ver golos em catadupa. Ainda que apontados de grande penalidade.

Respeito demasiado, quem assenta toda a sua filosofia numa cultura de posse de bola, de ataque organizado (quem não ama o Barcelona?). Porém, admiro mais, quem usa a astúcia para perceber as suas potencialidades e acima de tudo, as suas limitações.

O Vitória 08 / 09, perdeu Geromel e Sereno. Dois dos centrais mais rápidos da Liga Portuguesa, da época passada. O conceito de procurar defender o “mais alto” possível no relvado, é louvável e em determinado contexto, bastante positivo. Mas, será uma boa estratégia para este Vitória? E em que jogos deve procurar fazê-lo?

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

8 Comentários

  1. Sereno e Geromel eram uma dupla fantástica. É certo. Que sem dúvida permitia à equipa jogar uns metros mais longe da sua baliza.
    Alan era um jogador fundamental que dava soluções importantes nos corredores. Certo também.

    Mas parece-me que para esse jogar com inteligência que referes e bem, faltar ao Vitória, falta principalmente Ghilas. Era ele essencialmente quem sabia jogar muito bem entre linhas, e muitas das vezes arrastar marcações para em trocas posicionais com (na maioria das vezes) Alan, desposicionar a defensiva contrária. E ao Vitória falta-lhe muito isso, imaginação ofensiva.

    Abraço

    Ps:_o Mundo anda a cair em cima do Balboa. Parece que já só eu e tu “defendemos o rapaz”. Secalhar já nem tú, depois do jogo dele em Guimarães 🙂

  2. Absolutamente de acordo, PB.

    O futebol é um jogo e como tal a melhor forma de o respeitarmos é compor estratégias que tenham como objectivo vencer. Só se deve fazer um jogo de pressing alto, e posse de bola se essa for a melhor solução. No caso do Vitória, este ano, o problema não é só a estratégia mas sim a qualidade com que a consegue aplicar.

    Abraço

  3. Ricardo,
    não tanto as tranças, mais a fita ou bandolete ou o que lhe queira chamar.

    Já sei que neste momento toda a gente cai em cima do Balboa,até porque é quando se está em baixo que é mais fácil criticar.Já sei que ainda não teve nenhuma prestação individual satisfatória em jogos oficiais. Que demonstrou fortes carências,e o jogo de Guimarães foi o maior exemplo disso.

    Mas eu reservo-me ao direito de por enquanto não fazer mais considerações. Daqui a um ano, ou seja, em Janeiro de 2010, estaremos (se Deus quiser) aqui para discutir esse tema. E se for o caso, não terei qualquer problema em dar a mão à palmatória 🙂
    Até lá, nada como dar algum tempo a determinados jogadores, que pelas suas características (principalmente mentais) possam ter mais dificuldades na adaptação. A diversos factores.
    E não enveredar por aquilo que muitas vezes é criticado em espaços mais ‘intelectuais’, que é a falta de tempo que adeptos, e muita das vezes os clubes (principalmente o Benfica) dão aos seus próprios jogadores.

    A propósito,lembrar-se-á certamente do que se disse nos primeiros tempos de Tarik Sektioui no Porto. E daquilo que fez na última época.É so um exemplo.

    Forte abraço.

  4. Boas José,

    Não sei como sabes que tb “defendo” o Balboa, mas é um facto, que acredito que, ainda pode haver mt para ver.

    Algumas das suas (boas) caracteristicas individuais, permitem-me pensar que ainda não se viu o verdadeiro jogador.

    De qq forma, é importante tb perceber que, se n me engano, Guimarães foi a 1a oportunidade a sério q teve (Jogar de inicio em jogos da taça, tendo como companheiros de equipa, os mecos todos, n dá para ver nada. Se n me engano, na 4a feira, foi o 1o jogo que fez como titular, juntamente c os melhores jogadores da equipa).

    N sei q tarefas n cumpriu em Guimaraes (Algumas foram, de certeza, se n, n tinha saido tao cedo), mas o meu olhar de quem não sabe exactamente o q Quique pretende de cada jogador, em cada momento do jogo, n me levou a considerar o seu jogo, pior que o de Di Maria, por exemplo!

    (mas, por qq coisa terá sido substituido tão cedo, por certo!)

    Já agora, pegando em exemplos de mal amados. Maxi tem sido o melhor jogador do Benfica esta época…

  5. PB,

    “De qq forma, é importante tb perceber que, se n me engano, Guimarães foi a 1a oportunidade a sério q teve (Jogar de inicio em jogos da taça, tendo como companheiros de equipa, os mecos todos, n dá para ver nada. Se n me engano, na 4a feira, foi o 1o jogo que fez como titular, juntamente c os melhores jogadores da equipa).”

    Exacto. E quando teve essa oportunidade de jogar inserido na equipa titular esteve péssimo.

    “N sei q tarefas n cumpriu em Guimaraes (Algumas foram, de certeza, se n, n tinha saido tao cedo), mas o meu olhar de quem não sabe exactamente o q Quique pretende de cada jogador, em cada momento do jogo, n me levou a considerar o seu jogo, pior que o de Di Maria, por exemplo!”

    As que apontei atrás ao José Lemos. Defensivamente não acompanhou o (bom) trabalho colectivo da equipa, deixando que pelo seu lado os desequilíbrios fossem evidentes. Ficava a olhar, parado e paradinho, enquanto o lateral (fosse o Maxi ou o Luiz) apanhava com dois e três jogadores pelo seu lado. Com a entrada do Amorim, os laterais (principalmente o Maxi, porque o Ruben jogou quase sempre pela direita) puderam ter uma ajuda ao seu trabalho e puderam subir mais porque tinham quem os compensasse. Foi evidente essa discrepância entre o trabalho do Balboa e o trabalho colectivo da equipa. A substituição foi das mais acertadas de Quique desde que chegou.

    “Já agora, pegando em exemplos de mal amados. Maxi tem sido o melhor jogador do Benfica esta época…”

    Já sabes que com esta não concordo. Um jogador que, directa ou indirectamente, está relacionado com 10 golos sofridos esta época, não pode, de forma nenhuma, ser o melhor jogador da equipa. E fossem só essas as suas lacunas…

    O Maxi, no entanto, tem subido de produção e há que apoiar o uruguaio. Dizer que ele está a ser o melhor é que me parece uma heresia.

    Melhor do que ele esta época, para mim, estão vários: Luisão, Miguel Vítor, Sidnei, Katsouranis, Amorim, Reyes, Suazo.

  6. José Lemos,

    “Já sei que neste momento toda a gente cai em cima do Balboa,até porque é quando se está em baixo que é mais fácil criticar.”

    Não sei quando, como ou porquê as críticas ao Balboa se tornaram massivas, mas, da minha parte, começaram ao primeiro ou segundo jogo que lhe vi fazer. Não destruí o rapaz com apreciações negativas, apenas vi, pensei e disse que dificilmente seria jogador para o Benfica. Como, nestas coisas do futebol, convém esperar algum tempo para corroborar (ou não) as críticas, esperei e fui vendo o mesmo do mesmo: um fraco jogador. Não é porque ele está em baixo que eu critico o jogador, é porque ele, como jogador, é… baixinho.

    “Já sei que ainda não teve nenhuma prestação individual satisfatória em jogos oficiais. Que demonstrou fortes carências,e o jogo de Guimarães foi o maior exemplo disso.”

    Pois não. Isso não começa a querer dizer qualquer coisa?

    “Mas eu reservo-me ao direito de por enquanto não fazer mais considerações. Daqui a um ano, ou seja, em Janeiro de 2010, estaremos (se Deus quiser) aqui para discutir esse tema. E se for o caso, não terei qualquer problema em dar a mão à palmatória :)”

    Está certo. Aprecio a posição. Se, pelo contrário, ele se revelar um bom jogador, cá estarei também para dar a mão à palmatória. 🙂

    “A propósito,lembrar-se-á certamente do que se disse nos primeiros tempos de Tarik Sektioui no Porto. E daquilo que fez na última época.É so um exemplo.”

    Há vários exemplos como esse que aponta. A questão é que geralmente nesses casos o jogador tem qualquer coisa que promete mas que parece estar por explodir, por inadaptação, nervosismo, falta de crença nas próprias qualidades. Em Balboa, eu vejo muito pouco. Tem um ou outro pormenor, como um centro bem medido (como em Guimarães, no início do jogo), mas, caramba, um centro bem medido para um jogador de futebol profissional, convenhamos, não é coisa que nos faça dar 4 milhões de euros pelo tipo. De resto, não vejo nada. Não lhe vejo capacidades técnicas acima da média mas, mais do que isso, não lhe vejo uma interpretação táctica do jogo que deve sempre ser exigida a quem joga futebol. É mole, não tem iniciativa; ofensivamente, não cria espaços, não procura aparecer entre linhas, geralmente fica a ver o lateral subir e ele encostado à linha, sem fazer o 2×1, sem procurar aparecer nas costas do defesa, nada. Estagnado, ali fica, corre para a frente e para trás, como se andasse sobre um carril, não faz diagonais, zero. Defensivamente, é frouxo, não pressiona, marca com os olhos (Quique esteve muito bem na substituição; por onde andasse, deixava o lateral desse lado criar desequilíbrios).

    Para mim, Balboa é vulgar. Para bem do Benfica, espero que o José Lemos tenha razão.

    Abraço!

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