Sporting. A defesa de Paulo Bento.

white corner field line on artificial green grass of soccer field

Sétima derrota da época. A sexta contra uma equipa com individualidades muito interessantes na frente de ataque.

É indesmentivel que Paulo Bento construiu uma equipa bastante coesa e bem organizada. Mas, como competir contra adversários com jogadores bastante melhores?

Ao longo desta época, os insucessos do Sporting, parecem sempre, mais associados à falta de qualidade individual, do que propriamente à ausência de um colectivo forte.

Por mais cumpridora que a equipa seja em termos tácticos, como pode o Sporting impor-se em determinados jogos, tendo na sua linha defensiva jogadores com a qualidade de Abel, Caneira ou Veloso, ou com a inexperiência de Daniel Carriço? Isto sem referir a qualidade do médio defensivo, sempre que é Rochemback ou Veloso que ocupam essa posição.

A forma como Rochemback (parece mais lento e mais pesado a cada dia que passa), recupera no terreno, com o intuito de procurar pressionar o portador da bola, é confrangedora. Daniel Carriço, foi ultrapassado com demasiada facilidade, ao longo de todo o jogo. Fosse por Renteria, ou neste caso, por Aguiar. Polga, precavendo a sua pouca velocidade, foi baixando no terreno. Erra, ao manter-se demasiado longe de Carriço, quando este faz a contenção a Aguiar. Miguel Veloso, a lateral, tem a leitura táctica de um miudo de 12 anos. No momento em que Luis Aguiar recebe a bola, deveria ter-se aproximado, o mais rápido possível de Polga. Tivesse cumprido o principio da concentração, e dificilmente o lance resultaria em golo. Mesmo com más abordagens individuais de toda a gente.

Parece ser demasiado fácil criticar Paulo Bento. Mais complicado é perceber que luta com armas desiguais. Ainda para mais, sem Liedson.
P.S. – Curiosidade. O Sporting averbou, até à data, quatro derrotas na Liga Sagres. Em três, não pôde contar com Liedson.
P.S.II – O Braga de Jorge Jesus, continua a ser a mais admirável equipa da Liga. Mesmo jogando com os rejeitados do FC Porto.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

2 Comentários

  1. PB, há muita coisa neste texto com a qual não concordo.

    “Por mais cumpridora que a equipa seja em termos tácticos, como pode o Sporting impor-se em determinados jogos, tendo na sua linha defensiva jogadores com a qualidade de Abel, Caneira ou Veloso, ou com a inexperiência de Daniel Carriço?”

    Primeiro, o que é que tem o Abel? Não é inferior ao Maxi Pereira. Os poucos defeitos que revela a defender resumem-se a alguma deficiência a fechar no meio. Mas nada de extraordinariamente gritante. Caneira?? Como assim? A atacar, de facto, não é um jogador que faça diferença, mas é correctíssimo a defender. Isto como lateral. Inexperiência de Carriço?? Tem sido constantemente dos melhores. E o Benfica não tem jogado sistematicamente com o Miguel Vítor? Isto não faz sentido nenhum. Por exemplo, o pior defensor, em termos de forma, neste momento, é o Polga, que parece que anda a fazer um frete.

    “Daniel Carriço, foi ultrapassado com demasiada facilidade, ao longo de todo o jogo.”

    Han?? Mas tu viste o jogo? O Daniel Carriço esteve imperial. Foi, com Izmailov, o melhor leão em campo. O único lance em que é ultrapassado é um alívio do Braga em que a bola passa entre ele e o Polga e o Renteria, que reagiu primeiro, se isola perante o Rui Patrício. De resto, foi tudo dele. No lance do segundo golo querias que fizesse o quê? A anedota do Rochemback está na linha dos médios interiores e permite um passe vertical para o Luis Aguiar, que fica apenas com os defesas pela frente. Ele saiu a ele, como devia, com a agressividade com que devia, acautelando-se para não fazer falta à entrada da área. Foi driblado, mas não comido, ficando no encalço dele. E o Polga parado, à espera da reacção, com o Renteria a desmarcar-se facilmente. Sinceramente, não percebo esse comentário sobre o Daniel Carriço.

    “Miguel Veloso, a lateral, tem a leitura táctica de um miudo de 12 anos. No momento em que Luis Aguiar recebe a bola, deveria ter-se aproximado, o mais rápido possível de Polga.”

    Sem dúvida. A lateral, o Veloso comete muitos erros posicionais, alguns deles parecidos com os que comete quando joga a médio-defensivo. Ainda assim, mil vezes o Veloso a médio-defensivo, mesmo com alguma deficiência posicional, do que o Rochemback.

    “Curiosidade. O Sporting averbou, até à data, quatro derrotas na Liga Sagres. Em três, não pôde contar com Liedson.

    Não consigo perceber se isto é desonestidade, se vontade de ser míope. Três derrotas, sim, com os três adversários mais fortes individualmente desta Liga. A outra foi com o Leixões, e com Liedson. Esqueces, igualmente, que sem Liedson o Sporting também ganhou a este mesmo Braga e também goleou o Porto para a Taça da Liga. E esqueces, também, que com Liedson, foi eliminado da Taça de Portugal. Não consigo perceber o porquê desta fixação na ideia de que o Sporting vale pelo Liedson. Mesmo que o achem bom, achar que o Sporting depende dele é uma atrocidade.

    Por fim, tentas explicar a derrota do Sporting com base nas individualidades, quando o que falhou foi precisamente o colectivo. Rochemback a 6, a ausência de Romagnoli e Postiga fazem com que a equipa, colectivamente, não seja tão organizada, não seja capaz de criar espaços ofensivos com tanta facilidade, e que não produza apoios verticais com frequência. A grande diferença para com o jogo com o Porto, a meio da semana, foi precisamente isto: a incapacidade da equipa circular a bola, porque não formava apoios e a incapacidade, por conseguinte, de mandar no jogo. E a isto liga-se a ausência de Romagnoli e de Postiga, que contribuem de forma decisiva para isso.

    Cumprimentos

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