Carlos Martins, Zidane na mente

white corner field line on artificial green grass of soccer field

Na mente dele, claro.

Esse será, porventura, o seu maior defeito. Claro que eleger o maior defeito de Carlos Martins é um exercício ambicioso e de difícil resolução, tantos são os seus pontos negativos. Todavia, corrigindo esse, a sua prestação poderia subir vertiginosamente.

Se no plano defensivo, a sua incapacidade para cumprir os princípios do jogo pode ser minimizada quando joga como médio direito (é mais fácil compreender as suas tarefas, quando joga mais próximo do corredor lateral), no momento ofensivo do jogo, Carlos Martins continua o desastre de sempre.

No fundo, há duas leituras que podem ser feitas, e ambas terminam com uma avaliação negativa para Carlos Martins.

Se percebe o jogo, não tem qualidade técnica para o executar. Se tem qualidade técnica, não o percebe. Só assim se justifica que jogo após jogo persista em passar a bola sempre para o adversário. Quando a bola está nos seus pés, já só se pode esperar que siga para a outra equipa. Claro que os adeptos de futebol adoram a expressão “ai se ela passa”, mas, quando sai dos pés de Carlos Martins, nunca passa.

Poderá não ser, apesar de tudo, um caso perdido, desde que perceba as suas limitações. No entanto, Carlos, é no momento, a antítese de Aimar. Só complica. Qual jogador de rua, para Martins, a única possibilidade é o espaço vazio, o passe longo (sempre condenado ao insucesso), é o ser protagonista maior, não conseguindo compreender que lhe falta talento para tal. E claro que, não compreendendo isso, acaba por tornar-se também um jogador terrível ao nível das tomadas de decisão.

Até à data, tem sido sempre o pior, ou dos piores jogadores do Benfica em campo. Mas, isso não escandaliza, diria até, que é normal. Estranho é o cartel que este jogador tem. Aparentemente, com uma boa imprensa, até Bynia seria comparável a Eusébio (desde que, obviamente, tratasse daquele cabelo). Mas claro, compreende-se que seja fácil para o comum adepto gostar dele. O que há para não gostar? Só passa para a frente (“para trás mija a burra”, dizem os sábios), corre que nem um louco, gesticula imenso, entregasse ao jogo e festeja os golos como ninguém. No fundo, joga como um adepto! Mas isso, não é mau… é péssimo!

Por esta altura, já se percebeu que dificilmente Carlos Martins será solução. A questão que se coloca, é, se se tornará problema.

P.S. – Infelizmente não tenho estatisticas dos jogos realizados por Carlos Martins, mas seria interessante verificar a percentagem de passes errados (de certeza absoluta, bem acima dos 50 porcento) e de asneiradas, em qualquer um dos jogos realizados.

P.S. II – Se a ideia é valorizá-lo pelos livres laterais e cantos, esqueça. São importantes sim, mas não definem a categoria de um futebolista, e ter em campo alguém incapaz de fazer um passe correcto, esperando por um livre, nunca compensou.

P.S. III – Carlos, tu não tens os pés do Zidane, pah!!

POST RECUPERADO DE NOVEMBRO (2008). NÃO PODERIA ESTAR MAIS ACTUAL.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

10 Comentários

  1. Até os miudos (urreta, Coentrao, Bastos) dao 10 a 0 a este flop. Q merda de jogador. Nem um passe sabe fazer.

    Ainda para mais ganha um dinheirão.

    Era bom q se arranjasse um clube para ele, pq axo q ate o Balboa tem melhores condiçoes q ele para singrar.

    n?

  2. Sem dúvida um óptimo post!
    Concordo na sua plenitude, é um flop!
    Como dizes joga para adepto "burro", ainda nem último foi gritante a sua falta de qualidade!
    Fica esta aberração no plantel quando miudos como o david simão e o leandro pimenta são emprestados!!

  3. realmente, ontem durante o jogo estive com especial atenção ao seu jogo e sugeria que ele próprio visse o video do mesmo. Incrível como tem quase sempre más opções de passe, para os ataques e contra-ataques ficando muito tempo com a bola nos pés e pior, quer ser ele a marcar os livres todos, até quando são do Cardozo.

    Sugiro ao Jesus que seleccione as jogadas em que o carlos intervém e lhe mostre o vídeo, pode ser que se se aperceber da merda que faz, melhore.

  4. Este post daria para muito que espero poder vir a ter tempo de comentar.

    No entanto, só "en passant" diria que concordo em parte com o que escreves, embora veja em Martins bastantes mais capacidades e acho que pode mesmo ter um lugar no esquema de Jesus.

    Mas faz-me uma confusão uma coisa: como é possível falar o que falas de Martins e em simultâneo elogiar da maneira como o fazes as prestações de Yebda. O francês não me parece ter o mínimo de qualidade para ser o trinco desta equipa. E sinceramente estranho muito a forma como o elogiam. Principalmente, gente como tu, que se percebe que gosta de futebol e entende de futebol.

  5. LOL! Grande post. Valeu a pena ser recuperado. Numa coisa Martins é bom, na arte de transformar o futebol profissional num jogo divertido. Lembro-me no Torneio do Guadiana do ano passado a claque do Sporting a gritar "Martins escuta és um filho da p***" e o homem louco em campo a querer chutar de livre directo de qualquer sítio (só faltou encostar o Quim para o lado para marcar os pontapés de baliza) para marcar golo e "calar" no sítio "onde dói" a claque do Sporting. Um must do futebol português.

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