A África do Sul não parece ter um pingo de qualidade colectiva. É difícil culpabilizar Parreira, quando não se conhece ao certo o valor individual de cada uma das peças, mas seria expectável algo de mais valioso. O golo sofrido é fruto de uma incrível gaffe de um defensor africano. É difícil imaginar equipas de nível elevado cometer erros como aquele. No mais, incapacidade para circular a bola e uma tremenda falta de imaginação. Uma desilusão.
O México pareceu sempre melhor, em todos os momentos do jogo. Essencialmente porque tem algumas individualidades mais interessantes. Ainda assim, a qualidade dos apoios frontais dos seus avançados poderia ter sido bastante mais efectiva. No futebol, o caminho deve ser sempre o da baliza, o do corredor central. A lateralização deve surgir quando a equipa adversária fecha o meio. Procurar desde o primeiro momento os corredores laterais não é uma boa opção. Fica mais fácil ao adversário controlar o jogo.
O Uruguai é a tipica equipa sul americana. O que sobeja em atitude e agressividade, falta em talento. Conseguiu sempre garantir uma boa coesão defensiva. Não propriamente porque defendeu sempre bem. Apenas porque defendeu com muitos. Abordar os jogos desta forma, poderá permitir sofrer poucos golos. Porém, é certo que nem com Suarez e Forlán na frente almejarão muitos golos.
A França tem, potencialmente, uma das melhores equipas mundiais. Tem, também, o maior asno de que há memória como treinador. As individualidades são fantásticas. Particularmente a linha defensiva. O triângulo do meio campo faria bastante mais sentido com apenas um vértice defensivo. É lamentavel que tão cotada equipa coloque tão poucos elementos em zonas de finalização. Carecem combinações ofensivas, e mobilidade na frente de ataque. Pouco imaginativa, a selecção francesa foi uma desilusão no primeiro dia. Continua, no entanto, como uma enorme candidata.
Destaques
Tshabalala (África do Sul). Estará na Europa na próxima época. Bom tecnicamente, demonstrou estar um pouco acima dos colegas. O golo é fantástico.
Rafa Marquez (México). O pivot defensivo do México, é quem melhor compreende o jogo. Procurou, mais que qualquer outro (quem sabe, rotinado pelo estilo de jogo catalão) explorar os apoios frontais no corredor central. Defensivamente, mostrou-se sempre inteligente no garante do equilibrio da equipa, sempre que algum central saía.
Gourcuff (França). É um jogador incrível. O colectivo não o protege. Poucos apoios, poucas linhas de passe, pouca movimentação colectiva. Um desperdício.
Diego Forlan (Uruguai). Falhou onde não costuma. Na melhor oportunidade do jogo para o Uruguai. É no entanto, nas suas botas que reside a esperança de todo um país.
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