Pós Atenas, a interrogação. Como reagiria o Benfica? Nesta semana, muitos foram os que voltaram a questionar a capacidade do actual SL Benfica para reagir a um resultado adverso.
Estas potenciais dúvidas surgem na mente dos que creêm que a forma no futebol é fisíca e/ou anímica. Tais factores são fulcrais no jogo moderno. Mas, estão longe de ser a principal alavanca para o sucesso.
Na temporada passada, e perante as injustas críticas, alusivas à falta de atitude, ou motivação de que os jogadores do SL Benfica foram sofrendo, sempre fomos referindo que esse estava longe de ser o problema. Bem pelo contrário.
Ao contrário do que uma larga maioria deduz, o actual bom momento não passa por uma questão de mentalidade. Não está na atitude ou na perseverança a diferença do actual SL Benfica para o do acéfalo Quique Flores.
A competência do actual Benfica é táctica. A equipa é extremamente competente no principal factor de rendimento do jogo. O físico e o anímico poderão ajudar ou prejudicar. Porém, quando a principal qualidade passa pela ocupação / reocupação dos espaços e pela tomada de decisões, facilmente se obtêm níveis elevados de confiança, pois está-se sempre mais próximo do sucesso.
P.S. – O Belenenses e o Sp.Braga de Jorge Jesus foram, do ponto de vista táctico, as melhores equipas da Liga nas épocas passadas. A expectativa sobre o que poderia fazer Jesus com jogadores de maior qualidade era grande. Não nos enganámos. Somente as dúvidas sobre as capacidades de liderança e comunicação, nos impedem de o catalogar, desde já, como um dos melhores da Europa. Talvez esteja na altura de aprender inglês.
Post recuperado de 6 de Novembro
Há muito que o SL Benfica não demonstrava uma superioridade tão clara sobre o FC Porto. A diferença de qualidade? Táctica, claro.
Na ocupação do espaço, o FC Porto continua uma equipa extremamente competente. É, no entanto, ao nível da tomada de decisão que a situação se inverteu. O FC Porto perdeu duas referências incontornáveis (Lucho e Lisandro). No momento ofensivo, não há um pensar colectivo. Antes, um cada um por si, previamente condenado ao insucesso.
O SL Benfica é, como nunca, uma equipa bem posicionada no campo, com vários processos bem definidos, que lhe permitem jogar mais à frente no campo, mantendo sempre o equilíbrio. Porém, a qualidade táctica não se esgota na vertente da ocupação dos espaços. É na tomada de decisão que o SL Benfica tem feito a diferença. Impressiona a forma simples e eficaz como com poucos toques na bola, retira a bola das zonas de pressão adversárias. Ter onze jogadores em campo, com a mesma ideia de jogo, é uma vantagem. No classico, foi bom não ter Di Maria em campo.
P.S. – É tipica do treinador português a opção por, em jogos de elevado grau de dificuldade, dotar de melhores atributos físicos a sua equipa. Jesualdo fá-lo incessantemente, esquecendo-se que o talento e a inteligência são os atributos mais louváveis no jogo moderno.
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