Miguel Veloso

white corner field line on artificial green grass of soccer field
“Veloso? Há jogadores que não entendem o que significa jogar pelo Génova e em Janeiro podemos fazer com que entendam. Eu prefiro ter burros que corram do que cavalos que ficam parados. Nós não jogamos com passes para o lado e toques ao de leve e não me interessa que sejam internacionais”. As palavras são do presidente do Génova e são obviamente demasiado exageradas e muito provavelmente bem injustas. Tocam, contudo, num ponto chave.  Naquele traço de Veloso que o impede de ir mais além.
É fácil admirar Veloso pelo talento. É um jogador inteligente, que conhece e percebe os princípios do jogo. E nem mesmo as suas menos admiráveis capacidades condicionais seriam um entrave na sua carreira, assim corrigisse a falta de agressividade com que passa pelos jogos.
Não se pede a Veloso que mostre os pitons aos adversários, tão pouco que passe a dar-se mais ao contacto. O incremento da agressividade de que carece Miguel Veloso, deverá traduzir-se pela forma mais rápida e mais disponível com que ocupa o espaço. Em situação defensiva, é impensável haver facilitismo. Sem bola, devemos sempre partir do pressuposto que o colega vai ser batido. Com tal pensamento na mente, seguramente que seria mais rigoroso nas coberturas aos colegas. Seguramente que seria mais rápido a ocupar o seu espaço no campo.
Exigir mais responsabilidade a um jogador é um clássico. Demasiadas vezes, injusto até. Não é o caso de Veloso. Se o ex colega João Moutinho teve (e terá) sempre um rendimento bastante superior, tal deveu-se sempre à maior disponibilidade com que se dá ao jogo.
Com tanto talento, se quisesses…
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

5 Comentários

  1. É essa a principal diferença que vejo entre Veloso e Moutinho: enquanto o primeiro é mais habilidoso e tem mais qualidades, o segundo é o que sabe aproveita-las melhor pois é melhor profissional, dá tudo o que tem.

  2. Vasco, a diferença é que o Pirlo não joga com os olhos. Não ocupa o espaço com os olhos.

    A agressevidade de que fala o texto não é propriamente o "ser aguerrido".

  3. epá, de uma vez por todas, e para não repetirem os erros dos idiotas da tv:

    não é Génova: é Genoa.

    A cidade chama-se Génova (mesmo em italiano), mas o nome do clube é Genoa, pois o clube foi fundado por ingleses; durante o fascismo foi obrigado a abandonar a nomenclatura inglesa, mas após 1945 voltou a ser Genoa, tal como foi fundado em 1893.
    Diga-se que o Genoa é a equipa fundadora do calcio: foi a primeira equipa de futebol a ser formada em Itália, e ganhou o primeiro scudetto também.

    http://it.wikipedia.org/wiki/Genoa_Cricket_and_Football_Club

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