Talvez seja errado crer que há gestos técnicos mais importantes que outros. Porém, se há um gesto que na técnica deve ser realmente valorizado, esse é o da recepção. Num período em que o espaço de jogo é cada vez mais diminuto, receber a bola não é mais, apenas perservá-la após um passe.
O conceito de recepção dirigida surge precisamente num momento em que para além de preservar a bola, o primeiro contacto com esta deve servir desde logo para desiquilibrar o adversário ou dar seguimento ao ataque.
Yannick Djaló é um jogador com algumas qualidades. Para além da sua velocidade, tem uma facilidade no momento da finalização, que por exemplo Hélder Postiga não tem. Todavia, o seu primeiro toque na bola é regra geral desastroso. Sem capacidade técnica para cumprir com mestria e regularidade tão importante gesto, Djaló nunca poderá ser tido como um jogador importante no onze inicial de uma equipa que pretenda sagrar-se campeã nacional em Portugal. É difícil imaginar que algum treinador no mundo consiga potenciar o ainda jovem jogador do Sporting. Seria mais fácil trabalhar alguém cuja debilidade fosse táctica.
A ser verdade as noticias que chegam de potenciais interessados em Yannick, o Sporting não deverá hesitar. Mesmo que Djaló seja um homem da casa.
P.S. – Mesmo no jogo em que foi extremamente feliz, poucos minutos antes de fazer dois golos de belo efeito contra os estudantes, Djaló teve oportunidade de se isolar perante o guardião adversário. Como em tantos outros lances de tantos outros jogos, foi a sua péssima recepção que o impediu de ser feliz.
Não sei se conhecem o Wilson Eduardo mas tem muito de Yannick de Djaló nele!
Embora não fosse uma bola muito fácil o Wilson este fim de semana conseguiu colocar uma tentativa de recepção na bancada…
Vi os 10 min do Wilson contra o Sporting esta época e foi uma coisa verdadeiramente assustadora! Também já me disseram que devia estar nervoso ou algo assim, pq ele não é tão mau assim. Mas, a verdade é que naqueles 10 min deu a sensação que ele nunca tinha jogado à bola na vida.