Formação em Portugal. Algo que poderá importar reflectir

A propósito do sistema de quotas que visa quantificar o acesso de miúdos não-nativos a escolas de formação de futebol em França.
“…visa quantificar o acesso de miúdos não-nativos a escolas de formação em França… O problema não era de natureza rácica, como podia parecer, mas futebolística. O que estava em jogo não era a diversidade étnica nos escalões de formação, mas a ausência específica de jogadores que se possam distinguir pela técnica e pela capacidade de drible. O problema, nomeadamente em relação aos miúdos de ascendência africana, é que atingem uma maturação física precoce, quando comparados com outros miúdos, o que os deixa em vantagem num processo de selecção não regularizado. A introdução de quotas visaria assim suportar essa “injustiça” e assegurar que o potencial é o principal critério a privilegiar. Pode-se discutir, evidentemente, a aplicação prática de um sistema deste género, pelo tipo de injustiças e discriminação que pode possibilitar, mas a ideia, em termos teóricos, além de profundamente democrática, é futebolísticamente sensata. A formação, em futebol, deve ter em conta uma única coisa: o talento. E a selecção do talento, por não ser um atributo tão visível quanto isso, deve ser impermeável às restantes características dos atletas, características que muitas vezes, em determinadas idades, os favorecem “injustamente”.” Pelo Nuno do Blog Entredez.
Se espreitar as melhores equipas de formação em Lisboa (talvez em Portugal, mas a realidade que conheço é a lisboeta, pelo que não pretendendo generalizar algo que poderá até não ser generalizado) reparará que uma percentagem muito elevada de jogadores são de ascendência africana. Não foi apenas num, ou em dois, Sporting x Benfica que pude constatar que metade dos atletas em campo são de etnia negra.
Pergunto se as idades correspondem. Garantem-me que os miúdos chegam com os documentos legais. Quer num quer noutro lado, por vezes chega-se a duvidar um pouco da idade dos jovens, mas dizem-me que não se pode cortar as pernas aos miúdos. Não tendo a certeza se a data de nascimento real corresponde à do documento, não há que ser preconceituoso. Concordo.
Vejo as equipas de formação, e desde há um bom par de anos que reparo que os negros são (quase) sempre os melhores das suas equipas. Aqueles que fazem a sua equipa chegar às vitórias, e até aos troféus. Espreito os melhores portugueses da actualidade e fico espantado (ou não, na verdade) sobre como é possível termos tão poucos jogadores de ascendência africana nos melhores 40 ou 50 jogadores nacionais. Quando há imensos anos, que são eles que “brilham” na formação.
E isto relega-nos para aquilo que o Nuno escreve no seu blog. Que há que repensar uma série de coisas na formação, não duvide. Jovens que fazem a diferença pelos traços físicos, habituam-se a resolver dessa forma as situações de jogo. Quando chega o momento em que a diferença física começa a ser atenuada, sobressai o talento. Quem não foi estimulado a definir as situações de jogo pela técnica ou inteligência, acaba normalmente por não conseguir reagir e adaptar-se.
P.S. – Por favor seja mais inteligente do que isso, e não considere sequer a hipótese de este ser um post de cariz racista.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

50 Comentários

  1. ESTS questão é deveras premente.
    lidar com esta implica q os dirigentes entendam q a formaçao serve p isso e nao p ganhar titulos.
    acaba por se estabelecer ao longo dos escaloes jovens pressoes de selecão q nao sao as adequadas e antevejo a perda de alguns talentos por nao serem selecionados p as melhores equipas pq a maioria dos treinadores acaba p optar p melhores do presente e nao pelos melhores de amanha

  2. PB,

    a questão parece-me ser pertinente, mas não se enquadrar totalmente no exemplo francês (julgo – embora não tenha a certeza – que uma grande maioria dos franceses de origem africanos recrutados para as selecções nasceram em França).

    Em França a questão foi transformada em numa questão racial (e de representatividade nacional), quando originariamente era acerca dos modelos de jogo – mais (ou menos( físico, mais (ou menos) técnico. A diferença substancial em comparação com a realidade portuguesa é que os jogadores de origem africana franceses que chegam ao topo têm muita qualidade. E parece-me ainda que muitas generalizações que têm sido feitas são totalmente erradas (Nasri, Benzema, Zidane, são jogadores de França e de origem africana).

    Em Portugal há que distinguir os jovens africanos nascidos em Portugal daqueles que são recrutados nos PALOP. A diferença é com frequência bem visível em campo (há alguns jogadores que claramente não têm a idade "anunciada"), mas no perfil de jogo isso pode ser também uma questão cultural (como o tipo de jogo português é diferente do alemão, do inglês e do italiano, por exemplo). Ou seja, a proveniência cultural de alguns jogadores pode ter-lhes apurado certas características que não teriam se tivessem crescido em Portugal. No final é difícil de dizer o que é melhor, mesmo ao nível do potencial.

    O Sporting tinha (historicamente) alguma indiferença a esses critérios e é talvez por isso que teve – durante um período – melhores resultados absolutos ao nível de n.º de jogadores a chegar ao mais alto nível (e não em vitórias de campeonatos).

    Parece-me, contudo, que não há uma solução "certa" (excepto a que proporei): isto porque fazer esses jogadores menos físicos precisar mais do músculo intelectual pode, na realidade, aumentar-lhes todas as capacidades. Ou seja, alguns (mais físicos) tornam-se instrumentais para fazer crescer outros (menos físicos). Esta questão é inultrapassável e sempre se colocou: antigamente era mais frequente colocar os jogadores com mais potencial a jogar em patamares competitivos mais elevados e não creio que a razão fosse para a obtenção de vitórias, mas para o desenvolvimento competitivo e desportivo, para a necessidade de constante superação.

    Quanto à única escolha certa, essa é mesmo a de desconsiderar os resultados quando se trata de formação. Embora tenha de haver exigência, o que mais se vê é a "prova" do falhanço de uma estratégia por causa de um mau resultado final. Movidos pela paixão, muitas pessoas acham que mudando se melhora (e às vezes piora), e não compreendem que por vezes perdendo se aprende mais do que ganhando.

  3. Mas atenção que nem todos se preocupam somente em ganhar. Tanto Sporting como Benfica têm equipas a competir em escalões acima. Esta é uma forma excelente de dar um estimulo suficientemente forte para por um lado potenciar o desenvolvimento das suas capacidades, e para por outro, não colocar demasiado em risco os factores anímicos e motivacionais (porque regra geral os mais novos dos clubes grandes, conseguem vencer os mais velhos das outras equipas do distrito. Se fosse só para perder, também não estaria correcto, porque nenhum miudo retira prazer de algo se não experimentar de forma mais ou menos regular o sucesso).

    Essa mentalidade (a da vitória a qualquer custo) já foi corrigida nos principais clubes. Nenhum quer de forma consciente ter jogadores mais velhos do que o que o BI indicia. O problema está na incapacidade para controlar essa situação.

    Citando um colega de um desses clubes "Epa, sinceramente desconfio que tenha a idade que diz ter. Mas chegou cá com os documentos todos em ordem. Que faço eu? Ele é melhor que os que cá estão. Sou preconceituoso e mando o miudo embora. Vai para o rival daqui a 2 ou 3 anos está nos seniores a brilhar e diz que fomos nós q o dispensámos. Ou uma vez que é melhor que o que cá temos, acredito no documento e no que o miudo diz e coloco-o a jogar? Não é uma decisão fácil."

    Mais do que o problema das falsas idades, o post pretende também dar a entender que se deve reflectir, mesmo sobre o caso daqueles que com a mesma idade, são na actualidade melhores, mas que não o serão necessariamente no futuro.

  4. Mas atenção que nem todos se preocupam somente em ganhar. Tanto Sporting como Benfica têm equipas a competir em escalões acima. Esta é uma forma excelente de dar um estimulo suficientemente forte para por um lado potenciar o desenvolvimento das suas capacidades, e para por outro, não colocar demasiado em risco os factores anímicos e motivacionais (porque regra geral os mais novos dos clubes grandes, conseguem vencer os mais velhos das outras equipas do distrito. Se fosse só para perder, também não estaria correcto, porque nenhum miudo retira prazer de algo se não experimentar de forma mais ou menos regular o sucesso).

    Essa mentalidade (a da vitória a qualquer custo) já foi corrigida nos principais clubes. Nenhum quer de forma consciente ter jogadores mais velhos do que o que o BI indicia. O problema está na incapacidade para controlar essa situação.

    Citando um colega de um desses clubes "Epa, sinceramente desconfio que tenha a idade que diz ter. Mas chegou cá com os documentos todos em ordem. Que faço eu? Ele é melhor que os que cá estão. Sou preconceituoso e mando o miudo embora. Vai para o rival daqui a 2 ou 3 anos está nos seniores a brilhar e diz que fomos nós q o dispensámos. Ou uma vez que é melhor que o que cá temos, acredito no documento e no que o miudo diz e coloco-o a jogar? Não é uma decisão fácil."

    Mais do que o problema das falsas idades, o post pretende também dar a entender que se deve reflectir, mesmo sobre o caso daqueles que com a mesma idade, são na actualidade melhores, mas que não o serão necessariamente no futuro.

  5. Caro PB,

    A questão das idades em escalões de formação não é exclusiva dos jogadores de ascendência africana. Contudo a desenvoltura fisica destes motiva muitas interrogações, inclusive a nivel internacional como por exemplo em Mundias de categorias de base. A propria FIFA tem dificuldades em cotrolar isso e são às dezenas os casos de jogadores que dão nas vistas em Mundiais jovens e depois desaparecem do mapa. Penso que a FIFA adoptou ha uns anos um teste (no pulso ou coisa parecida) para "tentar" controlar a coisa, mas é complicado. A verdade é que a falsificação das idades em jogadores de origem africana em 70% dos casos nem tem objectivos desportivos, deve-se apenas a demoras de registo em zonas menos desenvolvidas.
    Só por curiosidade, lembro-me de quando era infantil, de ter disputado um Torneio de Loulé integrado na selecção de Loulé onde o SLB apareceu com um rapaz, que penso se chamava Anildo Luz ou coisa parecida, que enquanto infantil tinha o dobro da altura do resto. Tenho ainda uma foto da final entre scp e SLB com as 2 equipas alinhadas antes do inicio do jogo onde a diferença de altura era por demais evidente.
    Outra situação que estemunhei enquanto jogador do Louletano, foi a chegada de um jogador aos juniores do clube, procedente do scp (sinceramente não recordo o nome) que aformava que havia sido dispensado do scp por ter idade de senior. Alguns anos mais tarde li numa revista abola de inicio de época onde vinha referida a final do nacional de iniciados da época anterior entre scp e penso que boavista, onde o treinador boavisteiro colocava em causa a idade desse mesmo jogador.

    Abraço.

  6. O que gostei mais do post…foi o P.S. (sem conotações políticas, ok?)!

    Excelente post. Embora considero que peca por falta do teor social. Tal como nos EUA, os melhores desportistas da grande maioria dos desportos (para além das características físicas que os negros possuem a mais que os brancos geralmente) é que o africano, negro, etc…vê ainda muito o desporto como a única saída para uma vida melhor. Logo quando lutam…lutam mesmo.

    Ab,

    http://coachdocoach.blogspot.com/

  7. Reforçar só um ponto importante. A questão das falsas idades, não é, nem tem de ser o centro do post. Como referiu o Nuno no EntreDez, há que pensar nas diferenças maturacionais.

  8. O problema das idades não é de agora.
    Aliás temos um campeão do mundo de Lisboa em que a situação foi mesmo provada (o Cao). E o Toni não enganava ninguém…
    Mas para mim o problema mais sério refere-se aos estrangeiros nos escalões de formação. E como é óbvio não me estou a referir aos imigrantes em Portugal, mas aos jogadores directamente contratados nos países de origem.
    O sistema português funcionava. Formaram-se Ronaldos, Figos, Futres etc. Acho que se deixou de procurar jogadores em Vila Real, para comprar camiões de jogadores num catálogo de um empresário qualquer.
    Cumprimentos,
    rm

  9. Bom post. Acho muito idiota estar a colocar a jogar jogadores só porque pesam mais 10 ou 15kg do que os outros.
    Se formos a ver não tem saído nada de jeito dos juníores dos últimos anos, os melhores sendo talvez o Ukra e o Castro msa mesmo esses apenas medianos.
    Por isso é que a mim vitórias em campeonatos de escalões de formação me dizem muito pouco. O Porto foi campeão este ano e duvido que algum jogador chegue à 1a equipa…

    Já agora o Lupeta alguém conhece? É mesmo só fisico ou vale alguma coisa? Acho que aos 15 ou 16 anos já passava do 1,90m!

  10. É uma situação difícil de gerir até pelos treinadores desses jovens.

    Tal como refere o PB, os treinadores das camadas jovens, apesar de terem noção que o crescimento do jogador não depende do resultado do jogo seguinte, são eles mesmos avaliados por esses resultados pelos dirigentes(assumindo que a generalização possa ser injusta).

    Sendo óbvio que os jogadores de origem africana atingem a maturidade mais rapidamente (acreditando nos seus BI's), a responsabilidade de os colocar a competir em escalões etários superiores deve ser dos dirigentes, assumindo que a equipa mais jovem que o poderia integrar sairá prejudicada.

    Para que isto aconteça, seria necessário que estes mesmos dirigentes tivessem uma visão de longo prazo que em raros casos a possuem…

    Para que qualquer solução que se encontre seja proficua para o futebol portugês, seria necessário que as atitudes a tomar sejam generalizadas e não apenas num ou outro clube. Isto porque, conhecendo a mentalidade de alguns pais de jovens promessas, se o filho joga sempre mas não ganha no clube x e tem oportunidade de ir para o clube y ganhar e aparecer no jornal todas as semanas, é isso que ele vai fazer!

    A minha solução (utópica): "educar" os pais das promessas mais do que os filhos; "revolucionar" o dirigismo português.

  11. Mas em frança, ao contrário do que se passa no nosso país, os melhores jogadores têm sido quase todos de ascedência africana, e isso constata-se facilmente na selecção principal daquele país.
    Se calhar cá em Portugal esses jogadores dão nas vistas pela estampa fisica, mas quando esta pouco se destaca dos demais, a qualidade e o poder de decisão não são suficientes para continuarem a ser os melhores, como é dito no ultimo parágrafo.

  12. Mas não faz sentido. No andebol também é assim. Passei por muitos jogadores, que como dizes, usavam o fisico para atingir o objectivo. Pareciam ter 26 e tinham 17 na realidade. Eram portugueses e brancos.

    As qualidade, não fisicas, acabam sempre por vir ao de cima. Acho até que é bom os jogadores adaptarem-se a este tipo de diferenças. Se aprenderem a lutar contra este tipo de jogadore, quando se desenvolverem fisicamente vão ser muito melhores que eles.

    Isso das cotas não faz muito sentido.

  13. Tentando levar o post para o lado da maturação dos atletas e não da idade civil..

    É tramado, porque mesmo que o objectivo da formação seja formar… seja tentar que os jovens atinjam os seniores (seja nos grandes ou nos clubes pequenos).. O treinador e o clube acabam sempre por colocar esses jogadores a jogar porque.. fazem a diferença.

    E.. seja nos benjamins, seja nos juniores.. se não ganhas.. o mais certo é não estares la muito tempo. E ao mesmo tempo é como já um user disse, se os papeis são válidos, se não jogar no clube A, vai para o clube rival, da rua do lado.. e vai ajudar a ganhar.

    É tramado decidir estas coisas, porque.. muitas vezes os miudos não têm culpa nenhuma de no momento.. serem mais aptos que os outros, e procuram uma questão de justiça.. Se eu sou mais forte, porque é que não sou eu que jogo? Se sou mais rapido, mais forte, mais resistente, mais coordenado, penso mais rapido, blablabla.

    Outro pau para a fogueira é… Quantos clubes podem fazer testes para ver o grau de maturação dos miudos? como é que podemos saber se um miudo está retardado… ou simplesmente vai ser baixinho? ou … já está a estagnar e não vai ser melhor do que aquilo?

    É muito facil cometer muitas injustiças já que.. definir potêncial é muito dificil..

    Post extremamente interessante, se não deixarem que ele fuja para o lado dos "catanados" =)

    Abraço!

  14. O que se passa é que França e Espanha têm dois modelos muito diferentes, também porque as sociedades são muito diferentes. E o que já se percebeu, em França, é que se, nos escalões de formação, continuam a ser muito competitivos, a nível sénior têm cada vez menos jogadores talentosos. E isto tem a ver com a abundância, nos acessos à formação, de jogadores de ascendência africana. Esses jogadores ficam com as vagas de outros por possuirem características que, no momento da selecção, os distinguem, mas precisamente por se distinguirem por características que, mais tarde, não lhes darão distinção, acabam por não evoluir tanto quanto outros miúdos, com outras características, poderiam evoluir. É por isso que, se calhar, faz sentido um sistema de quotas. É que o sistema de quotas, se tem alguma virtude, é permitir que a diversidade prevaleça, ao contrário do que se pensa. É que até para combater o principal problema de tudo isto, que é a dificuldade que consiste em avaliar o potencial de cada jogador, o sistema de quotas acaba por ser uma boa solução. É possível, evidentemente, que um sistema destes pareça injusto, no momento da selecção, porque permite deixar de fora atletas que, naquele momento, têm melhores qualidades. Mas essa selecção não tem de obedecer a critérios de justiça. Isso é uma questão falsa, uma conversa moral que não faz sentido nenhum. A selecção deve ter por critério o talento futuro, o potencial de cada atleta. E esse potencial pode estar num miúdo pequenino que, ao pé de miúdos com um palmo a mais não faz nada, mas que junto de rapazes do seu tamanho é o maior. Imaginem um processo de selecção com 100 miúdos a concorrer para 50 lugares, nos quais 19 são pequenos como este e 80 são um palmo mais altos, mais maduros física e mentalmente. Este miúdo, pela diferença óbvia de estatura e personalidade, não consegue impor-se no meio dos outros 80, mas é capaz de fintar com facilidade cada um dos outros 19 do seu tamanho. Eu não teria dúvidas de que, mesmo não sendo tão competitivo como nenhum dos outros 80 da sua idade, mesmo estando "atrasado" em maturação em relação aos outros, era o primeiro dos 50 que escolheria. Para o seleccionar, teria de deixar 31 miúdos que, no momento da selecção, mostravam melhores qualidades. É injusto? Pois seja. A mim, e a qualquer pessoa que faça este trabalho, deve interessar apenas o futuro. O sistema de quotas evitaria, por exemplo, que esta selecção dependesse de uma análise tão sensata como a minha, garantindo à partida vagas para este tipo de miúdos. É por isso que faz mais sentido e é mais justo do que parece.

  15. PB, o Blanc defendeu-se das acusações com argumentos que me parecem muito bons. Dizia ele que o que estava em causa era possibilitar o crescimento de jogadores que se destacassem pelo drible e pela técnica, referindo, a título de exemplo, que a campeã do Mundo, a Espanha, não tinha jogadores de ascendência africana, ou seja, jogadores que se caracterizam pelas capacidades atléticas. O exemplo da Espanha é, parece-me, muito interessante, até porque estes resultados são consequência de uma política de formação que começou a ser posta em prática há cerca de 20 anos.

    O que está em causa, aqui, é precisamente "política de formação". Se cá já é visível que alguns desses jogadores de maturação física precoce estão a ocupar vagas que podiam ser preenchidas por outro tipo de jogadores, imagino que em França seja, de facto, um problema. Li que 70% das vagas nos escalões de formação, em França, são preenchidas por atletas desse tipo, o que significa que atletas de outro tipo de qualidades têm pouquíssima margem para se impor. Não sei se os números são verdadeiros, mas a questão é que parece haver a necessidade de modificar uma tendência. Falei disso a respeito do europeu sub-19 do ano passado, ganho pela França na final à Espanha. Foi a típica vitória da força sobre o talento. Dos 14 jogadores que actuaram na final que venceu, 11 eram de ascendência africana. Escusado será dizer que era uma selecção mais adulta, mais experiente, mais competitiva e mais forte fisicamente. Venceu por isso. Daquela selecção, provavelmente só se falará em 1 ou 2 jogadores no futuro, em Kakuta, por exemplo. Sobre o talento espanhol, o futuro o dirá, mas apostaria que 6 ou 7 jogadores darão que falar: Canales e Thiago Alcântara à cabeça, mas igualmente Oriol Romeu, Marc Bartra, Montoya, Carles Planas (os quatro pertencentes aos quadros do Barça, tendo alguns deles já jogado pela equipa principal) Iker Munian (aposta cada vez mais firme no A.Bilbao) e Dani Pacheco, jogador do Liverpool.

  16. PB,

    Não nos podemos esquecer, que as diferenças maturacionais, existem também entre indivíduos da mesma raça!

    Entre os caucasianos, também tem de se colocar em questão a relaçao do binómio "maturado – retardado".

    O importante aqui, é a questão de se continuar a insistir no físico!! Mas espera, o físico, quanto a mim, também é factor de rendimento (sei que estamos a falar em formação, vejamos rendimento aqui como "sucesso").

    Quantos jogadores seniores, vemos nós, cheios de técnica, mas que a mesma não serve para nada? Algures no texto ou nos comentários tocaste no mais importante, a inteligência!

    Saber utilizar o físico, é no mínimo, tão bom como saber utilizar a técnica! Quem faz a diferença pelas capacidades condicionais, pode faze-lo tanto na formação como a nível sénior, e em relaçao a técnica a mesma questão se põe! Ve o paradoxo do que são os dois melhores do mundo, Messi e C. Ronaldo!!! Apesar de pessoalmente gostar mais do Messi, acho que não devemos ter preconceito com nada, apenas aceitar que todos podem evoluir!
    Atenção que não estou a dizer que o és!! lol

    As "campionices" a que a formação portuguesa está sujeita também não ajuda em nada!!!

    Abraço.

  17. Embora, e este ponto parece-me importante, não creio que – do ponto de vista racial e mesmo que o critério no recrutamento mude – a origem dos melhores jogadores franceses vá mudar especialmente. Continuarão a ser os miúdos mais pobres, dos bairros mais degradados, que competem muito e ferozmente, a ser aqueles que exibem mais hipóteses de sucesso nas camadas jovens.

    E por isso é que a questão foi muito mal recebida em França e com razão. Por um lado, quando se olha para um Gignac não se estará a ver um jogador especialmente dotado tecnicamente, mas como é um armário e é avançado, lá vai jogando no Marselha e na selecção francesa. Sendo branco, encaixa em qual dos perfis? Ou seja, acabou por usar-se um estereotipo tradicional para salientar uma questão que tem razão de ser, mas da pior perspectiva (a da raça): reitero que a questão não me parece racial, mas de perfil de jogo, e o que um sistema de quotas – apesar da probabilidade de certas etnias proporcionarem um desenvolvimento físico maior em certos patamares etários – é susceptível de ter como resultado é que um jogador com um perfil de jogo mais desejável seja afastado por ser da etnia errada. E isso sim, é racismo.

    Por outro lado, por muito que seja sedutor o elogio do modelo de jogo do Barcelona, e é esta nova "moda" que está em causa, é profundamente redutor imaginar uma relação de causa a efeito etnia -> perfil de jogo -> insuficiente qualidade nos escalões mais seniores. E essa é a 2ª parte da crítica que foi formulada em França: por um lado, assente no típico cobiçar da galinha da vizinha e, por um lado, em não propor nada de diferente para melhor. Limita-se a questão às quotas – à etnia – e deixa-se tudo o resto de lado: importância de ganhar nos escalões de formação, treino e desenvolvimento de capacidades pelo treino, % de jogadores de outras etnias nos demais clubes, etc.

    E é esse tipo de simplificação que não serve a ninguém e que pode muito facilmente ser confundido com racismo.

  18. PB,

    referi a questão da idade real porque esse é que me parece ser o principal problema em Portugal (e é sobre a formação em Portugal que se fala).

    Há ainda, no recrutamento nas equipas, uma enorme propensão para camadas socio-económicas mais desfavorecidas -isto em qualquer país, o que justifica também de jogadores de origem imigrante seja com frequência importante.

    Por outro lado, há também a questão – acima referida – das diferenças de maturação física (e intelectual) entre pessoas da mesma origem étnica (ou a forma como são estabelecidos os escalões… há estudos que apontam para uma "selecção adversa" de jogadores nascidos nos 3 primeiros meses do ano; um jogador nascido a 01 de Janeiro compete no mesmo escalão do que um jogador nascido a 31 de Dezembro).

    E, por último, o privilegiar de aspectos físicos sobre os demais – independentemente da origem étnica. O Sporting, por exemplo, tem um GR nos juniores que tinha 1m90 com 13 anos, quando ainda era iniciado era praticamente do dobro do tamanho dos seus colegas de equipa e era também de uma descoordenação assinalável e, apesar de ser claro que depositavam esperanças no miúdo, que era francamente inferior (e por isso raras vezes titular) a outro GR que teria menos 40cm do que ele. A única razão pela qual continuou no Sporting parece-me óbvia e, em resultado disso (também porque se acreditou no seu potencial), o jogador hoje está bem melhor…

    Percebo que a posição específica de GR, por ser menos relacional, seja menos exigente para o desenvolvimento de outros aspectos que não o técnico. Mas todos os conceitos acima não se confundem, embora possam privilegiar um tipo de jogo que não é aquele que pode produzir os jogadores mais talentosos.

    A questão em França é, apesar de tudo, diferente. Lá, os jovens futebolistas candidatam-se a integrar o centro de estágios de Clairefontaine e formam uma equipa (na real acepção da palavra) que irá competir pela selecção francesa. Ou seja, enquanto os clubes podem gerir os diferentes períodos de maturação física e intelectual dos seus jogadores, fazendo uma mistura de vários (morfo)tipos de jogadores, já é mais complicado se o critério de selecção de jogadores – através de recrutamento regional, como é o caso em França – é por aquele que se destaca mais e esse destaca-se, não pelo seu potencial técnico, mas pela sua actual capacidade física.

    Em qualquer caso, muito mais do que uma questão de quotas ou oportunidades, está uma questão de filosofia no recrutamento e de perfil de jogo desejado no futuro (por exemplo, procurar incutir nesses jovens fisicamente mais aptos um tipo de treino que lhes estimule muito a criatividade). Se se mudar a filosofia no recrutamento ou de perfil de jogo, poderá – ou não – haver mudanças na composição das selecções.

  19. Suponho que sei quem é o gr que falas no exemplo. 🙂 Se for quem penso, o pai dele (pessoa a quem muitos sportinguistas apontam o dedo, e provavelmente com razão, ainda que não queira entrar por ai), com quem falei várias vezes (já não o vejo há imenso) disse-me que gostaria muito de o ver no Benfica. A ele, e ao tio do miúdo…

  20. JD, deixei o Keko de fora de propósito, pois não lhe reconheço o talento que reconheço aos outros. Apesar de ser o capitão de equipa e um dos que mais se falou nesse europeu, era o jogador menos talentoso do meio-campo para a frente, demasiado preocupado em acções individuais. Posso estar enganado, mas tenho sérias dúvidas quanto ao seu crescimento como profissional. O Montoya, de que falei, também não foi um jogador que me agradasse muito, mas estar no Barcelona pode fazer toda a diferença.

  21. Só uma emenda, ou toque:
    O que o PLF diz é absolutamente verdade: os meios pobres de que ele fala produzem futebolistas mais ferozes. Eu falei no entanto de outros meios, também pobres, mas que não se enquadram "nessa" pobreza.

    São pobrezas ou meios diferentes:
    Os violentos subúrbios de Paris ocupados por muitos cidadãos Franceses de origem racial ou étnica variada que vivem em condições pouco comparáveis a outros segmentos do tecido social Francês são meios "pobres", seguramente. São no entanto meios onde esses jovens têm acesso aos vários elementos que são ordinários numa qualquer sociedade ocidental: objectos, carros, televisões, DVD's, roupas, coisas.
    Eu falei em algo diferente.

  22. Ainda assim, louva-se a iniciativa do Laurent Blanc. Pensassem todos como ele e a questão nem se poria, para começar. Questões essas que se relacionam (assumindo a boa-fé do seleccionador Francês) com o futebol que se pretende, e não com "racismo".

    Questão puramente racial (não racista). Quantidades:
    brancos,
    pretos,
    caucasianos,
    negros,
    asiáticos,
    Os 3 perfis raciais mais comuns no planeta Terra. Esta matéria entronca directamente no futebol? Óbvio, seguramente que sim. Mas não sob essa perspectiva (qualidade).

    Seguro estando que vós discutem "Formação", e seguro estando que sabem do que falam, conhecem do assunto, estão habilitados a sobre ela dirigir entendimento de forma acertada, e seguro estando que eu não posso fazê-lo, porque para mim futebol é futebol em montra, e o futebol de formação não faz parte da montra … não obstante – por esse motivo – poder estar a afirmar algo falso: a componente atlético no jogo (mesmo ao nível de formação) não é mais ou menos acentuada consoante o nº de brancos ou pretos que estão em campo. Eu pelo menos vejo isso, em futebol de montra. Sejam competições / equipas / clubes / relvados onde predomine a raça A, B ou C, a que mais se vê são jogadores de futebol em nº reduzido, ao contrário de atletas.

    Evidência outra que a questão não é racial: dos melhores futebolistas ou futebóis que podemos observar, muitos deles encontram-se ao serviço de equipas Africanas, ou Asiáticas. Ou no futebol Feminino, como exemplo. Este exemplo do futebol jogado por mulheres é o melhor que se pode dar: porque o futebol é bem jogado, ao nível de atributos técnicos.

    A questão não é racial, sexual, ou outra. Tem que ver com perfil, só. Domínio do atlético sobre o técnico. Evolução do futebol ocidental, ou Europeu, que processou-se de forma errada, desvirtuando-se e afastando-se da sua matriz mais pura: jogar à bola. Porquê? Não sei, por vários motivos possivelmente: pouca exigência do público, importância do ganhar-se (em detrimento do bem jogar-se) e muitas muitas outras.
    Tem que ver, inclusive, com algo que o PLF ali diz: contextos, meios. Não creio, porém, que meios empobrecidos produzam futebolistas ferozes: Brasil, Argentina, e outros, contrariam tal noção. Isto já se relaciona com outros assuntos: crianças e seu desenvolvimento. Pureza emocional, e outras. Já repararam que os melhores futebolistas, os mais dotados tecnicamente, são frequentemente seres humanos mais delicados, sensíveis? Não querendo carregar em zonas grosseiras, levianas ou chavões: um miúdo que passa o dia a jogar play-station e a ver bonecos na televisão, desenvolve-se de forma diferente do que outro cuja única companhia é a bola, e os amigos que também jogam à bola. A capacidade de exibir fantasia e a criatividade no futebol, está – também – directamente ligada ao tipo de seres humanos e suas variadas formas de desenvolvimento.
    Ou não. Ou talvez.

  23. Nuno,
    O problema é que não podes atacar a causa focando-te na consequência da causa. Não resulta.
    1) A componente atlética predomina sobre a qualidade técnica, ou outras.
    1.1) Daqui resulta que muitos futebolistas africanos sejam priviligiados em detrimento de outros que perdem lugar e espaço.
    A ordem é esta, não a inversa:
    Os técnicos Franceses recrutam muitos atletas de origem Africana e com isso o futebol dá relevo aos aspectos físicos do jogo. Falso.
    Os técnicos Franceses dão (negativo) relevo aos aspectos físicos do jogo e com isso muitos futebolistas Africanos ganham espaço comparativamente a outros. Verdadeiro.

    Não conheço o futebol de formação Francês nem nenhum outro mas, parto do princípio que não existe nenhum fetiche por Africanos, e daí a desfundamentada assumpção de falsos e verdadeiros.

    É indiferente que os armários ou sprinters sejam pretos ou brancos. A questão, deste modo, não é racial. Ela existe mas relaciona-se primeiro com outras coisas, não com esta. O que as quotas fariam seria alterar a quantidade de brancos e pretos que o espectador veria em campo, só, e portanto, como diz o PLF, o problema ataca-se na causa:
    Qual a causa?
    Raça? Não.
    Perfil recrutado. Sim.

    Nuno, não digo que a relação "qualidade / raça" não exista. O que digo é que ela não é assim tão evidente quanto isso. Portanto, a introdução de um sistema de quotas (uma medida por natureza drástica, radical e violenta) não se justifica, com base nesses fundamentos (qualitativos).
    Em França, país onde as questões raciais são foco de conflito e tensões que no contexto Europeu atingem proporções "estranhas" (ao nível de batalhas campais e edifícios incendiados), um sistema de quotas é por todos os motivos e mais alguns ainda mais perigoso.
    E é por isso que os motivos que os fundamentam têm de ser muito bem pensados. Neste caso, relação "qualidade / raça", isso não acontece.

    Quotas são por natureza, um sistema evitável e perigoso.

  24. PB,

    Estou muito à vontade para falar sobre o Sporting, porque acompanho muito os miúdos e conheço-os bastante bem. Há contrastes gritantes e esses contrastes – sem qualquer racismo – costumam dar-se com os jogadores provenientes de África e não com os jogadores de origem africana. O que são duas coisas perfeitamente diferentes.

    Rabiu Ibrahim, Zezinho, Antoninho Silva, os irmãos Ié, Agostinho Cá, Amido Baldé… duvido que algum deles tenha a idade que diz ter. E se se discute um a diferença de maturidade de jogadores de origem africana quando têm a mesma idade, o caso torna-se ainda pior se o jogador em causa ainda por cima é 1 ou 2 anos mais velho.

    Mas convém não confundir as coisas, mesmo no que diz respeito à maturação dos jogadores. Nesses mesmos escalões o Sporting tem três jogadores muito grandes – o Tobias Figueiredo, o Tiago Duque e o Eric Dier – que, como são brancos (e europeus) não levantam quaisquer questões. E são bons jogadores, o Eric Dier tem uma qualidade técnica e táctica extraordinária para a sua idade e tem quase 1m90.

    Se fossem de origem africana não haveria alma que dissesse que eles não seriam martelados. E isso sendo injusto para os miúdos, nem sequer é o que mais importa para aqui. O que importa é que fico com dificuldades para meter esses três numa quota. Não entrariam na quota dos "africanos", face ao seu prematuro desenvolvimento físico?

    Como disse atrás, é sobretudo uma questão de perfil de jogo e parece-me simplesmente inútil distinguir entre os físicos e os técnicos, porque simplesmente isso é excessivamente redutor.

    O Robben não é um prodígio técnico, faz da força, do arranque e da velocidade as suas melhores armas, é cego do pé direito e durante toda a carreira não conseguiu fintar uma única vez o Miguel (ainda que este tivesse vindo directamente da discoteca para o jogo) e não deixa de ser um jogador decisivo. O Marinho da Naval finta três numa cabine telefónica só que depois não encontra a porta de saída…

    Quanto ao Rafael Veloso… olhar para o Mickael Meira e perceber que – apesar do seu 1m90 – deve pesar uns 50kg (estou a exagerar mas…) é difícil perceber que um dia poderá sair dali um GR, por não ter a potência física, nem o potencial para o atingir, que é necessário para um GR de topo… O mesmo irá acontecer para defesas-centrais muito baixos (abaixo do 1m75) ou para laterais que, não sendo altos não sejam rápidos ou muito acima da média tecnicamente…

  25. Estive a ler os comentarios, e vou deixar aqui uma questão.

    Falando apenas no caso das camadas jovens portuguesas, e tendo em conta que se trata de uma preparação para a alta competição, não acham que misturar jogadores fortes vs altos vs tecnicos vs baixo, e ensinar cada um deste tipo de atletas a lidarem com atletas de outro tipo?

    O que quero dizer é que fazer competir atletas apenas com outros atletas do mesmo tipo fisico/tecnico levará a uma falta de preparação quando chegaram a seniores, em que vou encontrar este tipo de dificuldades.

  26. TJ, é realmente vantajoso aumentar o estimulo. O problema é quando não há essa mistura porque os menos fortes fisicamente sao excluidos e não têm oportunidade de passar pelo processo de formação.

  27. "O problema, nomeadamente em relação aos miúdos de ascendência africana, é que atingem uma maturação física precoce, quando comparados com outros miúdos"

    2 pontos curtos sobre isto:

    1. Ou existe algum estudo cientifico que sustente esta observação (que eu duvido), ou ela é baseada em puro e simples preconceito racial do seu autor (seja lá quem for o "inteligente")

    2. Quotas por questões raciais é, por definição, discriminação racial. Defender "discriminação racial" e dizer que não é "racismo" parece-me uma causa dificil de sustentar.

  28. Pedro Lima, ainda que não tenha sido eu o autor da tal frase, posso garantir-te que há inúmeros estudos a provarem as diferenças físicas entre raças. Se está provada cientificamente a tal frase, não sei, mas provavelmente até estará!

  29. PB,

    Só para evitar dúvidas, no meu 1º comentário falava sobre o Rafael Veloso.

    No 2º comentário falei sobre o Mikael Meira, para distinguir um do outro pela vertente física. É que – nem conhecendo muito bem o Meira – parece-me que dificilmente algum dia terá físico para ter um sucesso elevado na carreira. Já o Rafael Veloso tem físico, já talento só o tempo dirá…

  30. Nuno,

    Apesar de concordar com quase tudo o que dizes, não tenho essa opinião de Keko. É verdade que comete alguns erros de decisão, e que opta muito pela acção individual, mas penso que bem acompanhado tem capacidade para, mudando alguns comportamentos a nível da decisão (com bola, pois sem bola sabe o que faz, e é isso mesmo que lhe indica potencial), ser um grande jogador.

    T. Alcantara é fabuloso, Canales está a perder-se no real, Daniel Pacheco foi o que mais me agradou.

    E tens toda a razão quanto a Montoya, estar no Barcelona, faz de certeza toda a diferença…

  31. Pois, eu posso garantir-te que não existem, PB.

    Aliás, a frase é de tal forma "inteligente", que se refere a "miudos de ascendencia africana", quando, em Africa, há várias etnias e raças muito diferentes. Ou seja, estamos a lidar com uma observação sem qualquer fundamento, para além do puro preconceito racial.

    PB, pode existir um problema de falsificação de documentos (não só em África), mas o desenvolvimento pessoal depende sobretudo do individuo e não da sua raça. Pode-se encontrar miudos com desenvolvimento precoce em qualquer raça, e certamente que todos conheceremos vários exemplos.

    Mas, mesmo que fosse diferente, não seria eticamente aceitavel que se propusessem medidas de discriminação racial.

    Isso é racismo na sua definição mais pura (aliás, punível por lei).

    O racismo não se anula com declarações de intencionalidade. O racismo vê-se nas posições e actos de quem o pratica e fomenta.

    Pessoalmente, só posso lamentar porque no século XXI, a inteligência do ser humano já devia ter atingido outros patamares…

  32. Pedro Lima, afirmas q n existem diferneças entre raças?!!? "Pois, eu posso garantir-te que não existem, PB."

    Isto está mais que provado. Densidade óssea,capacidade para ganhar Massa magra, metabolismo mais elevado, são apenas alguns aspectos em que a raça negra é "melhor" que a caucasiana.

    Agora, isto não é obviamente "maturação física". Porque nestes aspectos os negros são e serão sempre "melhores". Desde que nascem até que morrem. Não havendo diferenças a serem atenuadas com o passar dos anos.

  33. "Pedro Lima, afirmas q n existem diferneças entre raças?!!?"

    Não. Afirmo que não existem quaisquer estudos credíveis que concluam sobre a existência de diferenças significativas na "maturidade fisica", de raça para raça.

    Afirmo que essa afirmação denota apenas mero preconceito racial e não tem qualquer fundamento.

    Já agora, não existe uma "raça negra". Existem diferenças significativas entre as diferentes zonas africanas. O esteriotipo de "atleta negro" é o atleta oriundo da Africa Ocidental.

    E, existindo diferenças nas características biologicas gerais entre as diversas raças, isso não quer dizer que sejam diferenças que afectem todos os individuos ou, sequer, que essas diferenças se observem no padrão normal. São sobretudo observaveis no potencial que as elites conseguem atingir.

    Não há nada que justifique uma sugestão de quotas por questões raciais. Seria um retrocesso civilizacional de séculos e um atentado social de consequências imprevisiveis.

  34. Depois, um outro equívoco. Dizes isto: "Quotas por questões raciais é, por definição, discriminação racial."

    Esta premissa é absolutamente falsa. Dou-to um exemplo. Existem neste momento universidades nos EUA em que foi instituído um sistema de quotas deste tipo. Aconteceu porque alguém foi a tribunal com a alegação de que determinada universidade tinha apenas 30% de alunos de raça negra e que, de acordo com direitos de igualdade, devia haver 50%. O tribunal deu razão a esta alegação e impôs à universidade que admitisse 70% de alunos de raça negra até que se repusesse a igualdade em números de alunos. Repara, neste momento, a admissão nesta universidade depende, antes do mérito do aluno, da sua raça, e há um sistema de quotas de natureza racial, no mais democrático dos países, a racionalizar um direito democrático. Eu não concordo com o sistema de quotas no acesso à universidade, porque não concordo que o primeiro critério deva ser racial, mas sei ver que é uma consequência democrática evidente. Por trás disto está um direito democrático básico. E, portanto, apesar de não concordar com o sistema de quotas, não é de maneira nenhuma uma injustiça racial. Tal como no caso do sistema de quotas na formação em França. É precisamente o contrário do que pensas. Se se estabelecer um sistema de quotas em que se atribuam quotas idênticas para todas as raças, ou consoante os números da população, não é discriminação nenhuma. Cada raça fica com um quota e, como tal, não é discriminada. Pode haver discriminação de outro tipo, discriminação do talento, que devia ser o principal critério de selecção, mas discriminação racial é que não há de certeza. É por isso que aquilo que dizes da inteligência humana no século XXI não faz sentido, e és tu quem não está a perceber bem o alcance de um sistema deste tipo. Para que fique claro, eu não defendo, por definição, um sistema de quotas, e acho até que pode ser perigoso colocá-lo em prática, embora pudesse resolver alguns problemas; não estou é de acordo que signifique necessariamente discriminação racial. Pelo contrário, seria o que mais combateria a discriminação racial.

  35. Pedro Lima, um reparo inicial. Está a falar-se, obviamente, no geral. É claro que nem todos os indivíduos têm os mesmos traços do padrão geral. Ao mesmo tempo, quando se fala em "ascendência africana", está a falar-se de um modo geral, referindo-se, como percebeste e bem, a indivíduos da África Ocidental. Não procurei ser "preciso" porque toda a gente percebe do que se está a falar.

    Agora, os dois problemas em que estás equivocado. Está mais do que demonstrado que existem, no geral, diferenças grandes entre raças. Não se trata de preconceito. Aliás, preconceito é achar o contrário. Um indivíduo de raça negra tem certas facilidades em relação a indivíduos caucasianos e vice-versa. E, dependendo daquilo que cada modalidade exige a cada atleta, os caucasianos estão mais aptos para umas modalidades e os negros para outras. Exemplos disto há-os aos montes. São determinadas características físicas dos negros, nomeadamente a maior densidade óssea, que os impede de serem competitivos em natação. Estas diferenças são especialmente visíveis em desportos individuais. Em atletismo, por exemplo, isso é fácil de ver. Hoje em dia, em que as condições de treino já chegam a todos, é impensável um caucasiano competir com etíopes e quenianos em provas de fundo. Em velocidade, o mesmo. Aqui já não são os da Àfrica Oriental, mas não há na mesma caucasianos capazes de competir com os melhores. Isto porque são modalidades em que a genética tem um peso decisivo e porque, geneticamente, as raças são diferentes de modo decisivo. Preconceito, repito, é achar que isto não é assim.

    Quanto à "maturação física precoce", é evidente. Um miúdo de raça negra tem, por norma, mais força e potência muscular, que um miúdo caucasiano da mesma idade. E isso, em idades precoces, é determinante para um indivíduo se impor.

    Quanto ao sistema de quotas ser uma questão racial, não creio que estejas a ver bem a coisa. O que eu digo, e o que disse o Blanc, é que era importante que os miúdos mais pequenos não ficassem excluídos apenas por serem mais pequenos. É um sistema de quotas que deve ter em conta a diversidade do jogo que é o futebol. Neste momento, sem sistema de quotas, é que há discriminação. Estão a ficar de fora aqueles que "aparentam" ter menos qualidades, simplesmente porque, por questões genéticas, estão menos desenvolvidos à altura.

  36. Uma história engraçada que um colega me contou. Diz ele que recomendou um aluno seu a um amigo, que é treinador de atletismo no Sporting. A primeira pergunta do tal treinador foi "É branco ou preto?". "é branco". "Epa, então deixa lá tar isso. Não vou tar a treinar um branco durante 10 anos, para depois aparecer um preto que nunca treinou e ganhar-lhe".

    Isto não é racismo, já agora…

  37. 1- As diferenças entre raças não existem em idades mais jovens. Existem em todos os patamares etários. Quotas na formação é uma alarvidade sem ponta de justificação.

    2- Os EUA são reconhecidamente um dos países com mais problemas de discriminação racial. Não são exemplo para Portugal ou para a Europa, mas antes o contrário. As quotas nesse país visam impedir que os problemas de discriminação racial promovam desigualdades de oportunidades. Neste caso, está-se a propor que se utilizem com o propósito contrário, ou seja, de garantir uma desigualdade de oportunidades. Se há mais jogadores de raça negra nas camadas jovens, não é por motivos de discriminação racial, mas por mérito (casos de falsificação de documentos à parte).

    3- Estamos a falar de escalões de formação e de individuos em formação, em que a grande maioria deles não vai ser atleta profissional. Mesmo que se desse o caso de haver a prespectiva de melhoria nos resultados da formação com a introdução de quotas (o que no futebol nem é o caso, de forma alguma), isso nao poderia justificar nunca a subversão dos valores de igualdade social que foram conquistados com a evolução civilizacional.

    4- Num exemplo equiparavel, também devemos introduzir quotas para filhos de atletas profissionais? É que também está demonstrado que os atletas de elite têm, em média, um potencial fisico superior, logo trasmitindo um patrimonio genético mais rico aos seus descendentes… Ridiculo, não era?

    Em suma, um debate sem sentido algum e que só pode ter lugar, na melhor das hipóteses, por ignorância do que é realmente discriminação racial.

  38. http://entredez.blogspot.com/2011/05/tres-notas-sobre-hipocrisia.html

    Tendo em conta que tudo começou por este artigo, que na verdade vem na sequencia de um outro blog (em jogo), espero que o original tenha sido consultado.

    O autor é acusado de xenofobia quando, como já aqui se falou, a questão das cotas e a sua justificação está intimamente ligada a questões raciais e xenófobas. Mesmo que a intenção seja apenas desportiva, como Pedro Lima disse e muito bem, é não possivel separar ambas as vertentes facilmente.

    O que quero com isto dizer é que o autor de entre10 critica o autor de emJogo sem o conhecimento deste.

    Eu espero que um dia se for acusado de algo, pelas costas, me avisem para me defender.

    Cumps

  39. "Num exemplo equiparavel, também devemos introduzir quotas para filhos de atletas profissionais? É que também está demonstrado que os atletas de elite têm, em média, um potencial fisico superior, logo trasmitindo um patrimonio genético mais rico aos seus descendentes… Ridiculo, não era?"

    Não, ridículo é sugerir que os atletas de elite têm um potencial físico superior. Podia concordar com isso em modalidades em que as características genéticas são fundamentais, como o ciclismo, o atletismo, ou a natação. O filho do Michael Phelps terá boas possibilidades de ser tão bom como o pai, por exemplo. Acho que o exemplo que o PB deu, do atletismo, comprova mais ou menos isto. Já existe algo que, nesses desportos, discrimina racialmente. E chama-se bom senso. Mas em relação a desportos colectivos isso é idiota. O Messi teve deficiências de crescimento; o Ibrahimovic tem 1,90m e é tecnicamente mais prodigioso que a grande maioria daqueles que têm centros de gravidade mais baixos. Se em certos desportos, a componente física é decisiva, em futebol não o é. Precisamente porque o que está em causa é privilegiar uma coisa que não tem nada a ver com genética, que é o talento. O que este sistema de quotas, no fundo, faria seria permitir a atletas menos dotados geneticamente a possibilidade de evoluirem e de desenvolver as suas competências. É precisamente, portanto, pelo contrário do que pensas. E este sistema de quotas não discriminaria um tipo de atletas de outros, permitiria era a todos os tipos poderem evoluir. Neste momento, sem sistema de quotas, há alguns tipos de atletas que não podem evoluir, simplesmente porque a abundância de tipos mais aptos nas idades em que são seleccionados ocupa todas as vagas possíveis. E isso é que é discriminatório, ainda que não se perceba.

  40. Pedro Lima diz: "As diferenças entre raças não existem em idades mais jovens. Existem em todos os patamares etários. Quotas na formação é uma alarvidade sem ponta de justificação."

    Pedro, em idades mais novas, os miúdos com mais força têm uma vantagem enorme em relação aos outros. Às vezes, a simples diferença de 6 meses de maturação é o suficiente para haver desigualdades grandes. Não é o caso quando se chega a sénior. À medida que vai crescendo e adquirindo competências, essas vantagens atenuam-se. É isso que está em causa. A alarvidade aqui é não perceber isso. Nos escalões de formação, a mais ligeira diferença de maturidade física tem impacto. É por isso que os miúdos não competem senão com miúdos dos seus anos, para a desigualdade ser o menor possível. Ora, um miúdo negro com 10 anos, por exemplo, está, por norma, mais evoluído fisicamente do que um miúdo caucasiano. E tem, por isso, vantagens em relação a esse miúdo, do mesmo modo que miúdos caucasianos mais velhos têm vantagens em relação aos mais novos.

    "As quotas nesse país visam impedir que os problemas de discriminação racial promovam desigualdades de oportunidades. Neste caso, está-se a propor que se utilizem com o propósito contrário, ou seja, de garantir uma desigualdade de oportunidades."

    Juro que não percebo o raciocínio. Então, nos EUA, as quotas servem para impedir que se promovam desigualdades de oportunidades, mas na Europa servem garantir desigualdades de oportunidades? E, segundo percebo, a única distinção é que a discriminação racial nos EUA é grande. Logo, nos EUA, por essa razão, achas sensato esse sistema de quotas. Será que o problema racial em França não justificará também o mesmo tipo de sensatez?

    O que está aqui em causa é que não percebes o sistema de quotas. O sistema de quotas visa obrigar a que a selecção (seja no que for, acesso à universidade ou acesso a escolas de formação) obedeça a um primeiro critério racial. Logo, é tudo menos discriminação racial.

    "Se há mais jogadores de raça negra nas camadas jovens, não é por motivos de discriminação racial, mas por mérito (casos de falsificação de documentos à parte)."

    Não, há mais jogadores de raça negra nas camadas jovens porque a abundância de jogadores de raça negra é tal que ocupam com maior facilidade as vagas que existem. Têm mérito em lá estar, evidentemente, porque terão qualidades para tal, mas beneficiam do facto de terem uma maturação física precoce que, em muitos casos, acaba por fazer com que nem desenvolvam outros atributos. O problema é delicado, mas o que está em causa é que estes miúdos, que são de facto os melhores das suas idades, são-no sobretudo por atributos físicos, atributos esses que, chegados a séniores, não farão tanta diferença. Ou seja, é preciso perceber que o mérito não é o critério mais adequado neste caso.

    "isso nao poderia justificar nunca a subversão dos valores de igualdade social que foram conquistados com a evolução civilizacional."

    Sim, mas nos EUA já é sensato. Claro, os EUA não evoluiram civilizacionalmente. São um país de gente atrasada, só pode. O preconceito aqui é de quem acha que o sistema de quotas implica necessariamente uma subversão dos valores de igualdade social.

  41. "O que quero com isto dizer é que o autor de entre10 critica o autor de emJogo sem o conhecimento deste."

    Han?? O artigo faz questão de referir o artigo dessa outra pessoa. Tem, além disso, um link para o artigo. Queria o quê? Pandeiretas? Se ler o blogue, adquire conhecimento. Se não ler, azar o dele. Se isto é acusar pelas costas, está bem. Na minha opinião é dizer coisas.

    De resto, TJ, só para o Pedro Lima é que a questão das quotas e a sua justificação está intimamente ligada a questões raciais e xenófobas. E está errado. Foi aqui explicado o porquê. Se tiver paciência para ler, talvez o perceba. As quotas alarmam muita gente por essas razões, mas talvez se devesse perceber melhor em que consistem antes de se ser preconceituoso. É o que falta ao Miguel Lourenço Pereira, ao Pedro Lima, e pelos vistos a si. Fala-se em quotas e em problemas raciais e imaginam logo que há racismos e quejandos. Talvez fosse útil pensar um bocado.

  42. Bem Nuno, lamento os problemas que isto te possa causar. Usei o teu texto, porque o achei francamente bom. Não sei se totalmente válido, mas de que é algo que se deve reflectir, sem dúvida.

  43. PB,

    Mais uma vez peço desculpa e repito que a falta de informação que comentei nada tem a ver com o seu blog mas sim aquando da referencia no blog – entre10 – em relação à fonte 'original' – em jogo. O meu objectivo foi apenas esclarecer a situação e nunca ofender nenhum dos artigos – EmJogo, Entre10, Lateral Esquerdo – por ordem de sucessão.

    Abraço

  44. Nuno,

    O teu artigo (entre10) tem um link para o artigo original (em jogo), correcto. No entanto isso não chega. É preciso avisar o autor que estás a usar o artigo como fonte, e no qual utilizas o nome dele, chamando-o "xenofobo radical"!

    No caso deste blog – Lateral Esquerdo – o autor avisou, postando no teu site, que ia referir o teu artigo. Isso é uma grande diferença.

    Eu li os comentarios todos(eu faço-o sempre, tu é que não deves ter lido o meu!!), e partilho da opinião do Lima, além disso não és tu que vais dizer o que é certo ou errado, muito menos de forma tão peremptória.

    Não podia passar deixar passar este artigo neste blog sem referir isto, pois as acusações que fizeste no teu blog foram graves.

    Cump.

  45. PB, não te preocupes. Acho que há pessoas que não percebem que o que escrevem nos blogues é público e que, por isso, pode ser usado das mais diversas maneiras. Além disso, sei perfeitamente as intenções com que o usaste e só posso ficar reconhecido por isso.

  46. TJ, que leis são essas que obrigam a pessoa que cita a avisar o citado? Em primeiro lugar, não citei, apenas referi. Mas referi, fiz questão de mostrar de onde referia, e formulei uma opinião acerca do que referia. Num país em que existe liberdade de expressão, isto é mais do que legítimo. Se fosse ao blogue avisar que estava a escrever uma coisa contra aquele artigo, se calhar estariam a acusar-me de querer confusão.

    Quanto à acusação de xenofobia, é uma opinião, que posso sustentar facilmente com outras coisas que a mesma pessoa já escreveu, nomeadamente em relação ao país onde vive. Mas poderia facilmente sustentá-la com o preconceito evidente que, neste mesmo texto, fala da sociedade francesa.

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