Ponto prévio. O percurso europeu do FC Porto na temporada passada, não traduz somente a qualidade visível no relvado. Sem cultura de vitória e ambição, o FC Porto não teria vencido tantos jogos. Até porque, não necessitava sequer de somar tantas vitórias para erguer o troféu.
Na Turquia, se há algo que se deve lamentar, mais do que a prestação táctica ou técnica do SL Benfica, é a ausência de mentalidade vencedora. Nenhum outro grupo, que não um displicente, teria deixado de vencer um Trabzonspor reduzido a dez.
O positivo de tão fraca prestação por inépcia própria, é que o treinador Jorge Jesus parece tê-lo reconhecido, e poderá trabalhar sobre isso. Mas, também seria importante o treinador encarnado perceber que também é responsável. Com a eliminatória ganha, e com trinta minutos para jogar, é absolutamente inacreditável como não deu minutos a tantos jogadores ansiosos por se mostrar. A substituição de Gaitán por Bruno César, aos 87 minutos, é assassina. Quando é do banco que surgem mensagens que sugerem que tudo está bem, e há que deixar rolar o marfim, como se pode exigir algo mais aos atletas?
Dois jogadores emergiram do marasmo.
Pablo Aimar. Não é só o melhor e mais conceituado jogador do Benfica. É também o mais ambicioso. Dá lições a todos, e para todos deve ser um exemplo. É de uma demência notável crer que não tem a utilidade de outrora, ou escamotear como é importante neste Benfica.
Axel Witsel. Muito próximo da perfeição enquanto jogador, particularmente se tivermos em conta a realidade portuguesa. Apenas a criatividade pode escassear. Fisicamente extraordinário, e tecnicamente muito forte, essencialmente na forma como recebe e passa, impressiona também na simplicidade com que joga. Percebe-se que sabe tudo sobre o jogo, além de que a sua passada muito larga poderá ser a chave que faltava às transições do Benfica. Essencialmente à defensiva. Por vós, foi eleito o melhor reforço da Liga. Corroboro, e arriscaria afirmar que é potencialmente um dos grandes candidatos a jogador do ano em Portugal.
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