A inexistência ofensiva do FC Porto no Monaco

white corner field line on artificial green grass of soccer field

A “previsão” avançada pelo Centro de Jogo.

“Para nós, desde a última temporada, existiu uma regressão comportamental em Hulk. Era um jogador que já se preocupava em valorizar situações onde a cooperação era a “ordem máxima”, mas nestes primeiros jogos da época, tem-se visto um Hulk com más decisões, umas atrás das outras, imprevisível no espaço que ganha, mas previsível por optar demasiadas vezes pelo espaço errado. Perde a bola em demasia, mas quando não a perde, pouco tem acrescentado, passemos a explicar.
Hulk, tem demonstrado neste inicio de época falta de Capacidade de Decisão, principalmente quando não há espaço nas costas da defesa para poder acelerar. O mesmo acontece em momentos que recebe entre linhas mas existe um rápido ajuste defensivo, com as coberturas interiores a chegar perto da saída do drible (quase sempre para dentro), acção que nesta fase, está a privilegiar em excesso. Isto faz com que perca consequentemente a bola, embora o resultado não seja sempre esse. Quando não a perde, ficando então em posse da mesma, escolhe afastar-se das suas coberturas, ou seja, fica longe de quem se movimentou para o auxiliar, centrando com isso o jogo nas suas acções, o que facilita a (re) organização defensiva e a consecutiva a recuperação de bola. Mais que perceber como pode ter sucesso, deve entender como poderá a equipa ter sucesso se alterar a sua leitura de situação, se deixar de ser somente imprevisível para “um defesa”, e o passar a ser para “onze defesas e suas dinâmicas”, a denominada Organização Defensiva”.
A estatística final da partida
Hulk
Passes certos – 42%
Fintas conseguidas – 4
Fintas falhadas – 7
Perdas de bola – 11
Se ao melhor pressing do futebol mundial, o do Barcelona, pois claro, juntarmos jogadores cujo habitat natural é o jogo com imenso espaço, e cuja capacidade para jogar em espaços curtos é diminuta, percebe-se que seria tremendamente difícil ao FC Porto construír com assertividade jogadas de envolvência ofensiva. E se defensivamente, Vitor Pereira revelou ser um dos mais duros ossos que Guardiola teve que enfrentar, a proposta de jogo do FC Porto acabou por condicionar a sua própria transião ofensiva. E sobre as capacidades de Hulk em organização, estamos conversados…
P.S. – Há uns posts atrás lamentávamos a saída de Fábio Coentrão para o Real Madrid. O português é Barcelona da cabeça aos pés, e a Catalunha deveria ser o seu destino de sonho. Já Hulk, representa o protótipo de jogador que prejudicaria de sobremaneira o jogo culé. Porém, pelas suas características, tem obviamente capacidade para ser decisivo em outro tipo de modelo de jogo que o potencie, mesmo que numa Liga bem superior à portuguesa.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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