
No processo de crescimento enquanto equipa há pormenores que fazem toda a diferença. Os jogadores precisam de confiar no trabalho do treinador. Ao nível elevado a que se joga, é determinante que estes reconheçam competência no trabalho semanal. Demasiadas vezes ouvimos os treinadores afirmarem que com tal jogador iriam para a “guerra”. Com os atletas passa-se exactamente o mesmo. Não o podem afirmar, mas sentem-o.
É decisivo que percebam o porquê de determinados exercícios. Que percebam de que forma o treinador os está a ajudar a enfrentar a competição enquanto equipa. É geralmente quando há uma simbiose entre equipa técnica e plantel que se percebe que no relvado os jogadores dão mais. Há jogadores obstinados por natureza, que estarão disponíveis sempre. Outros, precisam de reconhecer a competência para se entregarem de corpo e alma.
Contra a Lázio, para além de se perceberem upgrades individuais relativamente ao passado recente (sublime a movimentação ao atacar o primeiro poste e o gesto técnico de Ricky Wolfswinkel. Incrível upgrande também, e apesar de ter terminado a prejudicar o Sporting neste jogo, a contratação de Insua. Um jogador que pela sua capacidade técnica e percepção do jogo nos momentos ofensivos, é infinitamente superior a Evaldo), percebeu-se que a equipa está unida, motivada e com ambição.
Quando assim é, e perante a qualidade individual que efectivamente abunda como nunca num passado recente, pode-se esperar algo de importante. O jogo de Guimarães será possivelmente ainda mais complicado. Rui Vitória conhece o Sporting, e tem armas suficientes para colocar em risco o Sporting. À alegria contagiante do seu jogo (na primeira parte, foram vários os momentos em que a bola circulou com velocidade), Domingos terá que exigir concentração e responsabilidade.
P.S.- Onyewu. As primeiras impressões foram péssimas. Todavia, fomos sempre dizendo que “a sua falta de agilidade é tão latente, quanto comum em atletas da sua fisionomia, a cada início de época. Tal não significa que não seja algo alterável”. Pensávamos essencialmente em Luisão. Jogador morfologicamente muito próximo de Onyewu e que também sente imensas dificuldades a cada início de época, ou a cada recomeço após paragem por lesão, mas cuja qualidade de jogo é totalmente diferente nos momentos em que fisicamente está mais rotinado. Talvez seja cedo para afirmar que Onyewu é também um upgrade em relação ao passado recente. É, porém, garantidamente um upgrade em relação ao jogador que se deu a conhecer em Agosto, e tem sido bastante útil em determinados momentos. Parece hoje bem mais dominador no jogo aéreo, e mais confortável a enfrentar a oposição, mesmo que a bola esteja na relva.
P.S. II – Comentário do ano. “A Lázio tem muitos jogadores do lado da bola e deixa o resto do campo destapado. O Sporting pode aproveitar para fazer transições rápidas por esse espaço”. Nuno Luz. Ah esses nabos dos italianos, onde tinham eles a cabeça para decidirem jogar com muita gente do lado da bola.
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