O minuto 17 na Choupana não só marca o jogo e a eliminatória. O minuto 17 define Rinaudo.
O golo é notável, mas é algo que provavelmente não será repetido tão cedo. O que verdadeiramente impressiona é a coragem de um jogador que após longa paragem por uma fratura arrisca imprimir toda aquela velocidade no membro inferior, quando o adversário está por perto e entra duro tentando impedir o remate. É possível que muitos outros pudessem ter almejado aquele golo. Não acredito, porém, que outro atleta depois da paragem a que foi submetido, arriscasse o que Rinaudo arriscou naquele lance.
A ausência de Rinaudo não foi a causa de todos os males. Tão pouco a sua presença será suficiente para que tudo altere vertiginosamente. O Sporting continua a precisar de evoluír em todos os momentos do jogo e nenhum jogador do mundo de forma isolada consegue dar o que outros dez não fazem.
Todavia, a presença de Rinaudo é um “boost” importantíssimo. Conseguirá algum colega ficar indiferente quando a seu lado alguém luta até ao limiar das suas forças por um resultado comum? Mais que o atleta, Rinaudo é o profissional que contagia.
Ao contrário do que se pensava há algumas épocas atrás, não creio que os grupos devam ter personalidades tão fortes para chegarem ao sucesso. Trata-se de fazer as coisas certas no momento certo. De adquirir os conhecimentos e de os sistematizar da melhor forma possível. Todavia, se o caminho não vai sendo o melhor só há uma possibilidade de minimizar os estragos. É pelo individuo. Pelo reunir das “tropas”.
Enquanto, não vai pelo colectivo, a presença de figuras como Rinaudo é absolutamente determinante. Ontem até Elias parecia outro. Contagiado por uma vontade de vencer que o torna mais disponível.
Quis o destino que um golo do argentino se revelasse determinante no jogo mais importante da época leonina. Muito justamente, há que o reconhecer.
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