Desvendou, no final do jogo, a sua estratégia, Sá Pinto.
Deixar o adversário sair a jogar com bola no pé para em determinada zona (algures entre o meio do meio campo ofensivo e a linha do meio campo) recuperar a bola para sair rápido para o contra-ataque. Ou seja, a Sá Pinto interessava sobretudo que o adversário não batesse a bola na frente, para poder começar a construir com menos oposição atrás da linha da bola. Uma estratégia que será interessante, dependendo da capacidade e tomada de decisão (no momento em que “aperta” o espaço) dos adversários.
Um grande problema da estratégia é partir do pressuposto que o adversário quererá assumir o jogo em organização ofensiva. E enquanto o Sporting tiver o peso histórico que tem, nenhum treinador de equipa nenhuma em Portugal, ou na Liga Europa (salvo excepções que surgirão mais à frente na fase a eliminar), jogará o jogo que Sá Pinto pretende que joguem.
Ontem o Basel simplesmente arriscou zero. Preferiu não jogar, trocando a bola entre centrais e guarda redes (muito interessante com os pés). Sempre que o espaço fechava, voltava atrás e nunca chegou com bola dominada à zona que Sá Pinto havia idealizado para recuperar. Na Liga portuguesa quando o espaço fechar, não se voltará ao guarda redes, mas irá bater-se a bola longa na frente. E aí, porque já tem as linhas mais recuadas, o Sporting perde até capacidade para jogar mais tempo no meio campo ofensivo. A primeira bola será disputada algures no meio do meio campo defensivo
Um exemplo do que faz Jorge Jesus. Não deixa sair a jogar, posicionando a linha defensiva desde logo na linha do meio campo. A bola é batida longa, e o máximo que os defesas/trinco encarnado recuam para a disputar são dois, três, quatro, cinco metros. Quando a bola é ganha, o jogo continua sempre a decorrer no meio campo ofensivo, e não raras vezes, logo com apenas sete, oito adversários atrás da linha da bola, porque o avançado e por vezes os extremos adversários já estão fora da situação de jogo.
É louvável perceber que há estratégia em Sá Pinto. Preocupante, contudo, perceber que Sá parece convicto que as equipas vão querer assumir o jogo contra o Sporting. Vão querer jogar o jogo que Sá Pinto idealiza.
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