“el nueve clásico, qué hace?
Tener paciencia. Es complicado jugar. Debes fijar al central, es un papel secundario, pero es lo mejor para el equipo. Es un lujo jugar en esta selección. Aquí suele pasar que te vas más contento tú del partido, aunque no marques, porque es lo que necesita el equipo. Hay días que piensas: ‘Qué partido he hecho, ojalá juegue así siempre’, … y te dan hostias por todos lados. Y el día que sabes que has estado espeso, lento, mal, y has metido dos goles, te aplauden. He aprendido a vivir con eso.” Fernando Torres.
Entrevista soberba do avançado espanhol.
Desde o primeiro momento que o propósito do “lateral esquerdo” foi dar a conhecer uma nova visão do jogo e do treino. Fundamentada sempre no conteúdo táctico. A técnica, o físico e o lado psicológico complementam aquilo que deve ser sempre a visão primordial. O comportamento táctico.
O jogo não mais são onze jogadores soltos às suas próprias iniciativas individuais. Os carregadores de piano como Jaime Pacheco os designa, a fazer o trabalho árduo, a correr por quatro ou cinco, os dois extremos bem abertos e dribladores, sempre com o intuito de ganhar o 1×1 para cruzar para a área, onde um avançado espera finalmente o seu momento para entrar no jogo. A finalização.
O jogo é um conjunto de situações díspares que podem ser resolvidas de forma mais ou menos eficiente. Aos jogadores cabe interpretar a situação (quantos atrás da linha da bola? Quantas opções de passe à direita, ou à esquerda? Quantas linhas de passe atrás da linha da bola, quantos movimentos de apoio ou de ruptura requer determinada situação, com X número de jogadores à frente e atrás da linha da bola?) e dar-lhe as melhores respostas. Pode um jogador passar pelos noventa minutos sem tocar uma única vez na bola e ser considerado o jogador fundamental da partida? Sem dúvida que sim. Em cada situação há quem tenha o que Torres considerou um “papel secundario”. Todavia, para que alguém usufrua do “papel principal” é certo que na grande maioria das vezes é preciso haver todo um papel secundário por trás, dando opções, libertando espaços, arrastando marcações.
Poucos dias depois de celebrarmos os quatro anos de existência, uma entrevista fantástica de quem está por dentro daquilo que é ou que deve ser o futebol nos dias de hoje. Em quatro anos de escrita, muito há de arrependimento. Muitas coisas são agora diferentes. Porém, o essencial permanece imutável. Estamos numa era em que perceber o futebol é muito mais complexo que o que na realidade parece. Há onze jogadores, e todos devem ser responsáveis por tudo dentro do campo. Uns dias ganhas notoriedade, noutros parece que o jogo te passa ao lado. Há é que decidir bem a cada instante. Se assim for, a equipa estará sempre mais próxima do sucesso.
Deixe uma resposta