Jogar para si ou para a equipa?
James apesar de muito jovem já joga a um nível estratosférico. Soberbo tecnicamente, tem mil e uma formas de receber e enquadrar mantendo sempre a bola colada ao pé. É rapidíssimo a perceber o jogo e sobretudo joga com a linguagem corporal dos colegas. Sabe o que eles pedem e tem qualidade para os servir da forma mais ajustada a cada situação.
Consegue imaginar a tomada de decisão de Carlos Martins na presente situação? O português que ocupa espaços parecidos ao colombiano tem sempre a mente no espaço e é inegável que encontra demasiadas vezes óptimas possibilidades para servir os colegas em tais situações. Porém, é muito raro encontrá-lo a jogar com o que a linguagem corporal do colega pede. Sempre que vislumbra “uma aberta” na defensiva adversária, bola para lá. Mesmo que ninguém esteja em condições (pelo movimento anterior) de receber a bola no espaço que idealizou. James não. É diferente. Joga de cabeça levantada e procura sempre o êxito colectivo, mesmo que tal signifique um passe aparentemente banal. Martins nesta situação a dar a bola no pé? Só se fosse com bola picada por cima do adversário, dificultando a recepção ao colega, obrigando-o a perder tempo precioso para se isolar…
P.S. – Naturalmente que com uma desmarcação diferente (movimento horizontal ao longo da linha defensiva) de quem faria golo, o lance pediria bola no espaço aberto isolando no corredor central o colega. Mas, não foi ai que Cuadrado pediu a bola, e nisso James não tem responsabilidade.
Adenda. Repare no número de jogadores que a tabela de James deixou para trás. De X contra 7, passou para X contra 3. Numa única acção.
Deixe uma resposta